Olá amigos aspirantes aos cargos de Policial Federal e Policial Rodoviário Federal, hoje vim falar a vocês sobre a também tão temida avaliação psicológica. Em primeiro lugar, é notório dizer que de uns 5 anos pra cá esse assunto ficou muito mais difundido entre os candidatos a concursos que preveem esse tipo de avaliação, e portanto ficou muito menos arriscado pra todo mundo ser reprovado nesta etapa.
Acho que o maior problema do passado era justamente esse mistério, esse desconhecimento, a caixa preta em que estava inserida a avaliação psicológica. Que bom que bastante coisa mudou de lá pra cá, pois eu mesmo fui um beneficiado com toda essa divulgação de informação, e deixei de arriscar minha aprovação nos recentes concursos policiais por conta de uma bobagem dessas, e você também pode ser beneficiado com essa abertura da informação.
E eu disse “bobagem”, pois acho que essa avaliação só descarta realmente quem é BEM maluco. As pessoas que são só MEIO malucas acabam passando nesta etapa com o mínimo de orientação e estudo. Isso é ruim, com certeza, pois estamos arriscando colocar pessoas desequilibradas dentro da PF/PRF, portando armas, cuidando de assuntos delicados. Mas, enfim, quem deveria mudar esse processo de avaliação seria a banca examinadora, que deveria colocar um teste menos frio, e colocar no lugar um teste mais aprofundado.
Toda a crítica que existe em torno do atual método de avaliação psicológica está disponível num documento que eu já vou falar pra vocês mais à frente. A minha ideia neste post NÃO é esgotar o assunto de uma única vez, mas sim fazer um apanhado geral de tudo o que existe sobre o tema, e depois no futuro começar a aprofundar cada um deles. Aqui neste post você encontrará, por enquanto, apenas um “norte” sobre o assunto. Beleza?
Antes de começar a falar no tema em si, algo precisa ser dito: acho que você não precisa começar a estudar absolutamente nada sobre as avaliações psicológicas antes de já estar pelo menos próximo da época desta fase do concurso. Digo isso porque os conteúdos disponíveis podem ser lidos rapidamente, não há necessidade de estudar com muita antecedência. Eu diria que você levaria umas 3 semanas para ler o principal manual disponível sobre o tema, e mais umas 3 semanas treinando os testes. Não há afobação. Apenas verifique se o seu concurso possui cronograma pré-definido, e veja portanto quanto tempo você terá desde o dia em que vai saber que está classificado/convocado para esta etapa até o dia da efetiva realização da mesma. Se houver em torno de 6 semanas entre as duas, você já tem tempo suficiente para se preparar.
A primeira dica que eu te dou é: procure no Google o “Manual do Psicotécnico versão 2.0”, escrito pelo Concurseiro Robson. Ele possui uma versão 1.0, de 2009, e uma versão mais atualizada, de 2013, que ele mesmo chamou de “2.0”. Essa segunda versão está mais completa e atualizada, vale mais a pena utilizá-la (se bem que a primeira também é boa). Possui cerca de 700 páginas, que é coisa pra caramba, mas a parte inicial toda é uma crítica ao método atual de avaliação psicológica. O próprio autor recomenda que você pule esta parte, se realmente estiver com o tempo curto. Eu particularmente aconselho a leitura, pois vai te dar uma boa noção do contexto geral, e principalmente: vai ajudar a dirimir angústias atuais e futuras acerca do teste (ainda mais se você for reprovado). Mas se você realmente não tiver tempo sobrando, pule esta parte e vá direto para o conteúdo dos testes em si. A parte final do manual também tem muitas referências a testes que jamais serão aplicados para a PF/PRF, mas o autor também explica isso, e diz que o intuito dele foi fazer um manual bem completo, e não somente para as Polícias. Novamente, se você não tem tempo, não leia esta parte final, pois não servirá para nada. O que eu quero dizer com tudo isso? Mesmo tendo 700 e poucas páginas no total, o conteúdo em si aplicável ao teste da PF/PRF tem umas 400 páginas (chute meu). Em 3 semanas, como eu citei, lendo dia-sim, dia-não, dá pra completar tudo lendo em torno de 36 páginas por dia, e sem falar que em muitas páginas você passa por elas bem rápido. Bem, então resumindo, a primeira dica é essa: leia o Manual do Psicotécnico feito pelo Concurseiro Robson, e vá seguindo as orientações que existem lá sobre quais os possíveis testes a serem aplicados numa prova da PF/PRF.
Depois de ler o manual, o que fazer? Agora você vai ter que praticar os testes. Na verdade você pode escolher entre: (a) ler o manual inteiro de uma só vez e só depois então praticar os testes que julgar pertinentes ao seu concurso, ou (b) ir lendo o manual e ao mesmo tempo ir parando para fazer os referidos testes. Qual das formas é melhor? Não sei, vai depender da velocidade que você lê, e também do seu jeito de estudar. No meu caso, eu preferi ler o manual inteiro de uma vez, pra ter uma noção do “TODO”. Depois, reli o manual inteiro, usando-o mais como uma referência, um guia, sobre cada um dos testes e como fazê-los. É difícil ler tudo de uma vez só e depois na hora de fazer os testes NÃO consultar o manual na hora de fazê-los, pois há um volume muito grande de informações, e com certeza você vai esquecer de alguma coisa. Então, é melhor ir consultando o manual, e fazendo os testes, eu acho.
Aqui que vem outro pulo-do-gato: existe um outro site, que inclusive é muito comentado pelo Concurseiro Robson, que é o Psico Hood, e nele há todos os testes comentados pelo Robson em seu manual, mas com um grau de detalhamento bem diferente. É que a proposta do Manual feito pelo Robson é ser um guia sucinto, resumido. No Psico Hood há informações mais extensas, detalhadas e aprofundadas sobre cada teste, que vale a pena ler! Ou seja, o Manual do Robson é um guia geral, um resumo, e depois o Psico Hood serve como um detalhamento. Por isso que eu falei que é bom ler o Manual primeiro, pra entender o “TODO”, e depois partir para os detalhes específicos de cada teste, lendo não só o manual, mas também os documentos disponíveis no Psico Hood. Fazendo isso, você garantirá que NADA vai ficar de fora.
Além disso, esses documentos (Manual x Psico Hood) foram escritos em épocas um pouco diferentes, com diferentes níveis de acesso que os autores tinham aos testes psicológicos (suposição minha), então as abordagens às vezes são ligeiramente diferentes. Mais uma prova de que vale a pena ler os dois, e fazer um balizamento pessoal do que você deve levar com você na hora de fazer a SUA avaliação psicológica, ou seja, qual é a SUA verdade sobre cada teste (estou me referindo a essa “verdade” sobretudo os de personalidade, que você já vai entender). Bem, então, aprofunde-se nos detalhes de cada teste, usando as duas fontes como referência, e faça os testes, treine-os bastante. Imprima várias folhas de cada teste, sente-se num lugar silencioso e confortável (seu local de estudos), entenda a forma de aplicação de cada um (a forma de marcar as respostas, o tempo, etc) e faça-os, resolva-os. Faça que nem os simulados na época dos estudos: marque numa planilha quais foram os seus resultados para aquele teste, com a data da realização do mesmo, e eventuais anotações. Faça um acompanhamento periódico da sua melhora em cada um deles. Você verá que, principalmente nos testes de personalidade, cada vez que você faz, você acaba meio que decorando (a palavra melhor seria “aprendendo”) cada um deles, sabendo a que escala/fator cada assertiva pertence, e vai aprendendo a desenvolver um senso crítico que te possibilitará inclusive resolver QUALQUER teste que exista, pois na realidade você vai entender o CONCEITO que está por trás daquilo (que não pode ser muito inovado), ao invés de simplesmente decorar.
Bem, e depois de ler o Manual do Robson e o Psico Hood, e depois de fazer os testes todos, o que fazer? Acho que isso tudo que eu falei até agora já é mais do que suficiente para você ter um bom resultado na avaliação psicológica, sobretudo porque vai perder o medo do desconhecido. Não que você vá necessariamente burlar o teste, apesar de que é possível que alguns malucos o façam, mas você, cidadão NORMAL, INTELIGENTE, ESPERTO, com BOA MEMÓRIA, você já passaria neste teste de qualquer maneira, mesmo se não estudasse nada, mas esse estudo e aprendizado vai apenas evitar que alguma razão aleatória da natureza faça com que você perca seu concurso, à toa. MAS, tem gente que não se dá por satisfeito até aqui, e quer mais. Então entra aqui a última etapa possível na preparação para a avaliação psicológica, que é uma espécie de simulado orientado que se faz com uma psicóloga profissional.
Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, existem pelo menos 4 lugares razoavelmente famosos que fazem esse tipo de simulado orientado, basta procurar no Google que você acha. Normalmente quem já leu o Manual do Robson e o Psico Hood e também fez várias vezes os testes já chega nessa consulta com o psicólogo praticamente “dando aula”, ou pelo menos discutindo de igual pra igual com ele (no bom sentido, trocando ideias de alto nível, tirando dúvidas pertinentes, etc), então essa etapa de consulta a um psicólogo acaba sendo um pouco desperdício de dinheiro (pra maioria das pessoas). Mas, para os mais inseguros, ou menos avessos a risco, talvez valha a pena ir em um desses psicólogos para uma consulta. No meu caso, eu fiz essa consulta com dois psicólogos diferentes. Mas isso aconteceu porque eu achei a primeira psicóloga fraca demais, e achei que alguns temas explicados por ela não faziam muito sentido (eu discordei, e vários colegas que foram se consultar com ela também discordaram), então resolvi ouvir uma segunda opinião. Mas, como disse, no fundo, para a minha aprovação, eu não precisava ter ido em nenhum desses dois lugares, bastava ter lido os documentos disponíveis de graça na internet. Ainda não solicitei à CESPE o meu laudo psicológico, mas já cheguei a essa conclusão.
Bem, essa é a linha mestra da preparação para as avaliações psicológicas. Nos próximos posts sobre avaliação psicológica eu vou entrar mais no detalhe de cada tipo de teste (memória, raciocínio específico, personalidade direta e indireta), mas não pretendo aqui chover no molhado, pois os manuais disponíveis na internet já exauriram bastante esses temas. Minha ideia é colocar o meu ponto de vista, fazer meus comentários, pois eu estudei bastante um monte desses testes, criei até simulados no Excel, e acho que tenho algumas coisas interessantes pra compartilhar com outros concurseiros um pouco menos experientes.
O próximo post aqui do Blog será logo no dia 1o. de Janeiro, quando falaremos um pouco sobre os exames médicos! Fiquem ligados!
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