quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

ESTRATÉGIA DE RESOLUÇÃO DA PROVA - O DIA D

Outro dia vi um tópico no grupo de discussões do pessoal que está na "ativa" no grupo de estudos MISSÃO FEDERAL sobre qual seria a melhor estratégia para resolver a prova da Policia Federal (CESPE)

Em primeiro lugar, é importante esclarecer que não existe um método infalível, ou uma técnica melhor que a outra. O importante é o candidato ter feito muitas provas de concurso antes, e muitos simulados também, simulando e testando na prática diferentes estratégias, e ver qual funciona melhor para o seu perfil, os pontos fortes e fracos de cada estratégia, enfim, para saber exatamente o que fazer no dia da prova, o dia "D".

Assim como o treinamento do TAF, é importante ter em mente que, no dia da prova escrita, não é muito aconselhável tentar nenhuma tática nova maluca, que nunca foi tentada. Por mais que a prova esteja difícil, não se desespere, não faça algo que você nunca fez, ou que nunca treinou ou testou antes, não troque seu método em cima da hora.

Imagine, por exemplo, que você treinou sempre a "virada normal" na natação (na metade da piscina, ou seja, nos 25 metros), e no dia do TAF resolve, DO NADA, inovar, e portanto, fazer a virada olímpica, que você nunca treinou ou testou, ou que tem a consciência que não é expert... Ou então, digamos que você tenha treinado e simulado a prova de corrida para fazer em torno de 1m50s por volta, acelerando gradativamente o pace a cada volta, mas no dia do TAF resolve dar todo o seu gás nas primeiras voltas, a fim de "ganhar tempo". O que pode acontecer? No caso da natação, você pode se embolar no momento da virada olímpica, que nunca treinou, que não está acostumado, e acabar perdendo preciosos segundos (ou milésimos dele), e comprometer o seu resultado. No caso da corrida, pode acabar "quebrando" na terceira volta, não tendo o gás necessário para manter um ritmo mínimo nem para completar todas as 6 voltas na pista. 

Ou seja, é arriscado trocar de técnica/estratégia às vésperas da prova, ou no dia da prova mesmo. O ideal é você ter tido tempo de experimentar tudo o que funciona e o que não funciona direito com você, a ponto de saber EXATAMENTE o que é que vai fazer no dia "D", sem técnicas inovadoras, sem desesperar ("colar as placas"), sem fazer uma burrada. 

Se você não treinou/simulou o suficiente pra experimentar todos os métodos possíveis, paciência -- não é o momento de inovar. Apenas utilize a técnica que vem utilizando, ainda que não seja a melhor que você poderia realizar, que vai maximizar o seu potencial, mas pelo menos ela vai funcionar sem muitos riscos. O importante, no dia da prova, seja o TAF ou a prova escrita, é minimizar riscos. Não é o momento de arriscar tudo em prol de um "record".

Mas, enfim, depois desta explicação inicial, vamos ao que interessa: a melhor forma de fazer a prova.

Como disse antes, acho que cada um tem o seu próprio jeito de fazer a prova, e isso é muito pessoal. O mais importante, que tem que estar presente em qualquer das estratégias que você venha a adotar, é o controle do tempo. Você tem que saber dosar e controlar o tempo, para não deixar de analisar nenhuma questão, para dar tempo de passar a limpo qualquer tipo de rascunho que tenha feito (seja na objetiva ou na discursiva), para dar tempo de revisar com calma as questões feitas, etc. O controle do tempo vai evitar que você gaste muito tempo nas questões fáceis e deixe pouco tempo para as questões difíceis. Vai evitar também que você fique apertado de tempo no final da prova, e pelo nervosismo, acabe marcando respostas erradas no cartão definitivo.

Uma forma que eu faço de controlar o tempo é o seguinte. Digamos que a prova tenha 120 questões e uma redação, a serem feitas em 5 horas. Eu primeiro estabeleço que vou terminar a prova em 4 horas e 45 minutos, ou seja, deixo 15 minutos para qualquer eventualidade que possa acontecer durante a prova (imagina se bate aquela CAGANEIRA SINISTRA nos últimos minutos, e você fica na dúvida se se borra todo ou se deixa de marcar algumas questões que ficaram pendentes de passar pro cartão resposta?). 

Dessas 4 horas e 45 minutos, deixo 1 hora para a redação, incluindo a definição da estrutura geral (tópicos), o rascunho, e a passagem pro cartão definitivo de resposta. Sobram, portanto, 3 horas e 45 minutos para resolver as questões objetivas, incluindo também a passagem pro cartão das mesmas. 

Sendo assim, dessas 3 horas e 45 minutos, somente 3 horas e 15 minutos são dedicadas para a resolução das questões, dado que meia hora servirá para passar as respostas pro cartão definitivo.

Essas 3 horas e 15 minutos correspondem a 195 minutos. Isso significa que há cerca de 1 minuto e 38 segundos, APENAS, para ler, analisar e responder cada uma das questões objetivas. E lembre-se que no caso de Português, ainda há a necessidade de leitura dos textos. Ou seja, acaba sobrando muito pouco tempo para resolver as questões objetivas. Tem que se ter consciência, e portanto, tomar muito cuidado com isso!

Bem, entendida a estrutura de tempo inerente a uma prova como essa, com esse tempo de prova, com essa quantidade de questões, com uma prova discursiva, etc, etc., cabe a você agora pensar e decidir qual a ORDEM das tarefas. Isso é, o que você vai fazer primeiro na prova? 

Tem gente que começa pela redação, pra se livrar logo dela. Tem gente que começa pelo Português, porque é uma parte da prova que você precisa de ATENÇÃO E PACIÊNCIA para a leitura focada dos textos (é bom fazer isso no início porque você ainda está com a cabeça tranquila). E tem gente que começa por alguma outra matéria, seja pela facilidade com o tema, seja por comodidade pessoal, etc. Mas uma coisa é certa: todas as questões da prova estão na sua frente, e uma hora ou outra você terá que passar por todas elas. Não adianta "empurrar o problema com a barriga", ou seja, deixar as matérias mais chatas ou que você tem menos facilidade ou afinidade pro final, pois isso só vai piorar as coisas. Procure, no momento da definição e simulação da sua estratégia, fazer as piores questões (nesse aspecto de facilidade/afinidade) primeiro.

Agora, finalmente, vou explicar como EU fazia meus simulados e provas, com base nas minhas próprias experiências, e de acordo com minhas fraquezas e fortalezas. 

0) A primeira atividade é: relaxar, respirar fundo, olhar pros lados, pra cima, pra baixo, se acomodar bem na cadeira, alongar as mãos, antebraços e braços, e pedir a Deus, rapidamente, para fazer uma boa prova. Essa é a etapa mais importante! :)

1) Pego a prova, e vou direto ao final dela, para ver qual é o tema da redação, pra ver logo se eu sei o assunto o não. Mas eu não faço NADA, nenhuma anotação, neste momento, é apenas pra matar minha curiosidade.

2) Começo a fazer a prova objetiva (primeira passagem), na ordem das questões, começando pela questão 01 e indo até a 120. Considero o Português uma matéria muito chata, então costumo fazer primeiro mesmo (ou seja, respeitando a ordem sequencial da prova). Mas nessa primeira passagem eu não perco muito tempo analisando questões difíceis, eu respondo de "bate-pronto" apenas as questões que eu considero mais fáceis/diretas. As que eu não sei, eu deixo em branco, já marcando com um circulo, pra ver direito depois. 

3) Faço uma segunda passagem, revisando as questões já feitas na primeira passagem, e analisando as difíceis (que ficaram pendentes da primeira passagem). Acho bom fazer essa segunda passagem, MESMO nas questões que já respondi, pois numa segunda ou terceira leitura, você pode acabar detectando um erro que cometeu, mas ainda em tempo de consertar. Ou seja, eu aproveito para fazer uma primeira revisão das questões que já marquei no caderno de provas.

4) Às vezes faço uma terceira passagem, desta vez mais rápida. Mesmo assim ainda vão ficar umas 10-15 questões pendentes de resposta, que eu só vou olhar no FINAL da prova.

5) Faço a redação. Primeiro a estrutura (em tópicos), depois o rascunho, e depois a passagem para a folha definitiva.

6) Momento de tentar fazer as questões consideradas difíceis. As que eu consegui, nesta última passagem, chegar a uma conclusão sobre a resposta certa, ou mesmo que valha a pena chutar, eu chuto, senão, deixo em branco, para decidir DEPOIS se vou deixar em branco MESMO, somente na hora de passar as respostas pro cartão.


7) Passagem das questões objetivas pro cartão de respostas. Neste momento eu dou uma última última avaliada nas questões que deixei em branco, pra ver se tenho alguma "luz", ou se resolvo chutar. Do contrário, deixo em branco.

Depois disso tudo, é hora de respirar fundo, alongar os braços e pernas, agradecer a Deus por ter conseguido fazer uma boa prova, e ir pra casa tomar um chopp.

BOA SORTE A TODOS!