terça-feira, 6 de janeiro de 2015

DA CERTEZA DE ELIMINAÇÃO A UMA POSSÍVEL APROVAÇÃO




Olá, pessoal!

Nunca postei antes no blog do Missão Federal pois nunca fui muito de escrever. Mas, com a proximidade da divulgação do gabarito definitivo da prova de Agente de Polícia Federal 2014, sinto-me na obrigação de compartilhar a minha experiência pessoal no concurso de Escrivão de Polícia Federal de 2013. Antes, para contextualizar, falarei um pouco sobre a minha experiência em concurso público. Tentarei ser breve, para o texto não ficar muito longo.


Comecei a estudar para concurso em 2004 quando tentei, sem sucesso, aprovação para a carreira de Oficial da Polícia Militar. Tentei por dois anos, fiz duas vezes e fui reprovado nas duas tentativas, por muito pouco. A prova do CFO (na minha primeira tentativa) foi no final de 2004 e, antes dessa prova, me inscrevi e fiz o  primeiro concurso público da minha vida: Polícia Federal. Fui reprovado e não cheguei nem perto.


Em seguida, comecei a tentar a carreira de Agente de Polícia Civil, enquanto aguardava a abertura de novos concursos da Polícia Federal e Rodoviária Federal. Consegui ingressar na Polícia Civil, mas continuei estudando para a PF e PRF, pois era o que eu realmente queria. Fiz PRF a primeira vez acho que em 2008 (aquele concurso PA/MT) e, dessa vez, não fui para a segunda fase por menos de um ponto. Se tivesse feito esse ponto a mais hoje possivelmente eu seria PRF, pois naquele concurso chamaram todos os aprovados. Depois fiz novamente PRF em 2009 (banca FUNRIO) e dessa vez eu não tive nem o gostinho de "quase". Fui reprovado pela segunda vez na PRF, em cerca de um ano.


Entre esses dois concursos da PRF, apareceu o concurso do DEPEN em 2009. Não era bem o meu foco, mas resolvi tentar. Dessa vez, a sorte estava ao meu lado e consegui ser aprovado. Digo "sorte" porque eu nem estudei tanto para o DEPEN, passei fora das vagas iniciais (eram 600 vagas). Fui chegando perto com as eliminações nas outras fases e... deu certo, consegui ficar dentro do limite de vagas ao final das etapas. 


Assumi o cargo de Agente Penitenciário Federal em 2010. Confesso que dei uma acomodada, pois comecei a me perguntar se valeria a pena trocar o DEPEN pela PF ou PRF, uma vez que as remunerações são semelhantes e eu já estava morando bem perto de casa. Passei uns dois anos e meio sem estudar para concurso. Parado total. Entretanto, por motivos que não valem a pena explicar aqui, decidi que o melhor seria sair do DEPEN. E voltei a tentar  entrar na carreira da PF e PRF. Em 2012 me inscrevi no concurso da Polícia Federal. Era a minha segunda tentativa de ingressar nos quadros da Polícia Federal do Brasil.


Estava há mais de dois anos sem estudar para concurso público. Estudei para a prova de Agente da Polícia Federal 2012 e, pela segunda vez na vida, fui reprovado com sobras na PF. Poderia ter parado de estudar e desistido de entrar na PF ou PRF, porque afinal de contas eu já ganhava quase a mesma coisa no DEPEN, porque eu já era servidor público federal, porque eu já morava perto de casa... enfim, eu poderia ter desistido de estudar para PF e PRF. Teria um milhão de "porques" para explicar a minha desistência. Mas continuei estudando para os concursos da PF e PRF que viriam em 2013, no que seria a minha QUARTA tentativa de ingressar em um dos dois órgãos.


No final do ano de 2012 estava navegando no site do Forum Correio Web e vi uma mensagem de um indivíduo que perguntava quem gostaria de participar de um "grupo de estudos virtual". Achei a ideia estranha e até engraçada. Afinal de contas, como funcionava um grupo de estudos virtual? Sempre havia estudado sozinho para concursos. Resolvi mandar um e-mail para o sujeito para saber do que se tratava e foi ai que eu conheci o Grupo de Estudos MISSÃO FEDERAL, no final de 2012, início de 2013.


Iniciamos os estudos juntos, com a metodolodia de simulados e "tira dúvidas" via e-mail e whatsapp. Quem fez a prova de Escrivão da PF e de Policial Rodoviário Federal em 2013 sabe que as datas das provas eram bem próximas, então a estratégia mais plausível seria "priorizar" um dos dois certames, PF ou PRF. Eu, por motivos pessoais, resolvi dar prioridade ao concurso de Escrivão da PF. Estudei aquelas matérias que eu nunca havia tido muito contato, Arquivologia, AFO, etc. A prova da PF foi em Julho/2013 e a da PRF em Agosto/2013. Cerca de 20 dias de diferença.

Agora vem a parte que acho mais interessante dessa história...

Fiz a prova da PF e, quando saiu o gabarito do curso preparatório ALFACON (extraoficial) eu havia ficado com apenas 58 pontos. Me senti fora do concurso. Os colegas do Missão Federal pediram para eu ter CALMA e aguardar o gabarito preliminar, pois esses extraoficiais sempre eram cheios de erros. Ok, aguardei ansiosamente e, quando saiu o gabarito PRELIMINAR... que maravilha! Eu havia descido para 54 pontos. Senti-me FORA do concurso da PF, seria a minha terceira reprovação. Mas, tudo bem. Ainda havia a prova da PRF para eu tentar. Parei de treinar a parte física (sim, antes da prova eu já treinava para o TAF) e me foquei na PRF. Fiz uma excelente prova no concurso da PRF e creio que fiquei entre os 200 primeiros (eram 1.000 vagas).


Na época que foi sair o gabarito definitivo da PF, lembro que este ia sair no outro dia pela manhã e, à noite, o grupo do MF no Whatsapp estava bombando, com toda a rapaziada ansiosa. Menos eu. Para mim, o concurso PF 2013 já havia se encerrado, pois eu não acreditava que alguém com 54 pontos poderia chegar a ir para as demais fases. No outro dia pela manhã, acordei meio tarde e peguei o celular para dar uma olhada nas mensagens do grupo Missão Federal do Whatsapp, para parabenizar quem havia sido aprovado. Dentre os diálogos, vi o seguinte:


- "E o FULANO?" (se referindo a mim)
- "O nome dele é FULANO DE TAL? Se for, ele passou."


Eu não acreditei que eu tivesse conseguido passar! Abri o site do CESPE e confirmei o que parecia impossível: eu estava na segunda fase de um concurso da Polícia Federal! Fiquei aguardando a galera do Correio Web montar o ranking extraoficial e, quando este saiu, a euforia rapidamente passou: eu estava classificado em 800 e tanto lugar, para um concurso de 350 vagas (dentre as quais havia ainda as vagas para os PNEs). Ainda assim fiquei feliz, porque pelo menos eu ia fazer as outras fases, o que me iria ajudar nas demais etapas da PRF, onde eu estava aprovado dentro das vagas.


Na verdade, a nota de corte foi 71 pontos e eu havia ficado com 72 no definitivo. Isso mesmo. De 54 pontos no preliminar, eu passei para 72 pontos ou 71 no definitivo, não lembro ao certo. Sei que ganhei pontos em quase todas as anulações. Na redação, eu entrei com recurso para tentar melhorar minha nota. Havia ficado com uma nota relativamente baixa. Fiz um recurso sozinho, na minha casa, faltando menos de 30 minutos para encerrar o prazo de recurso da redação. Com esse recurso, consegui ganhar mais alguns pontos, o que me fez subir mais de 200 posições.


Agora eu estava me sentindo mais ou menos "na briga" porque, embora continuasse fora das vagas, eu passei a ter chances, pois ainda faltava TAF, psicotécnico, exame médico, investigação social e ainda os desistentes que iriam optar pela PRF e outros concursos daquele ano. Quando terminaram as fases, eu havia ficado umas 15 colocações fora das vagas. Iria ter que aguardar uma eventual "segunda chamada" para a Academia Nacional de Polícia. E foi o que aconteceu em 31 de janeiro de 2014, quando recebi a famosa ligação da ANP, quando eles perguntaram se eu tinha "interesse" em me matricular no Curso de Formação. Podem acreditar, eu tinha muito interesse!! 


Poderia ainda ter ido para Florianópolis/SC, para me tornar Policial Rodoviário Federal, pois passei em todas as fases e fui convocado para a ANPRF. Mas, como disse antes, por motivos pessoais, acabei optando pela carreira Policial Federal. Na ANP consegui ir bem nas provas, estudei bastante lá, me concentrei nos estudos e terminei o concurso aproximadamente entre os 80 primeiros,  o que me fez ir para uma lotação que considero boa, relativamente próximo de casa.


Em síntese, o que gostaria de dizer para você, que leu esse texto até agora, que eu sou hoje Policial Federal, fui Agente Penitenciário Federal e fui, também, Agente de Polícia Civil. Essa são as minhas principais aprovações. Mas, antes disso, fui reprovado duas vezes na Polícia Federal, reprovado duas vezes na Polícia Rodoviária Federal e mais duas vezes reprovados no CFO. Somando-se todos os concursos da PF e PRF que fiz, foram 6. Fui reprovado o dobro das vezes que fui aprovado


Espero ter ajudado um pouco a ansiedade de todos, contando um pouco da minha história de vida. Já havia lido antes a história de várias pessoas que passaram em concursos. Essa foi a minha. Se você mantiver o foco, a disciplina, a persistência e tiver fé, com toda certeza um dia a sua aprovação na PF ou PRF (ou no concurso que você almeja) também chegará.


Desejo, sinceramente, boa sorte a todos!


Forte abraço!

AUTOR: BRAVO SIX (MISSÃO FEDERAL)