Olá amigos concurseiros da área policial.
Hoje abordaremos mais um importante tema que tem relação direta com a preparação para os concursos públicos, da área policial ou não:
A GESTÃO DO RELACIONAMENTO E DO TEMPO COM SEUS AMIGOS E FAMILIARES.
Se você estuda para concursos públicos, com certeza você já teve alguma vez ou tem ainda algum tipo de dificuldade em lidar com as demandas geradas por seus amigos e familiares em geral, e aí eu incluo pais, avós, irmãos, filhos, primos, esposo, esposa, namorado e namorada.
Praticamente todas as pessoas com quem eu conversei até hoje, colegas de profissão, amigos, alunos, etc, no âmbito da discussão de temas relativos à preparação para concursos públicos, me relataram dificuldades na gestão dos relacionamentos, e como eles podem atrapalhar na rotina do estudo para o concurso público.
Eu também tive alguns problemas com relação a isso quando estudava para a prova da PF, e tive que enfrentar esta situação com relação a stakeholders. Felizmente eu já havia estudado o tema na época que trabalhava com estratégia empresarial, e foi relativamente fácil para mim adaptar a ferramenta corporativa ao mundo dos estudos para concurso público.
Falaremos um pouco sobre a questão (que pode ser chamada de um "problema", sim, por que não?), e de como transformar as relações pessoais com amigos e familiares de algo NEGATIVO para algo POSITIVO, quando isto for possível. Quanto mais você conseguir transformar relações negativas em positivas, mais sucesso terá no seu projeto de passar no concurso público.
Mas antes de mais nada, a primeira coisa que precisa ser feita é definir o conceito de STAKEHOLDER.
A palavra é meio esquisita, mas é um conceito que vem da gestão estratégica de empresas, mas que pode ser totalmente aplicado ao mundo dos concursos públicos. Vamos observar a definição da Wikipedia:
"Stakeholder (em português, parte interessada ou interveniente), é um dos termos utilizados em diversas áreas como gestão de projetos, comunicação social (Relações Públicas) administração e arquitetura de software referente às partes interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança corporativa executadas pela empresa."
Continuando:
"De maneira mais ampla, compreende todos os envolvidos em um processo, que pode ser de caráter temporário (como um projeto) ou duradouro (como o negócio de uma empresa ou a missão de uma organização)."
E tem mais ainda:
"O sucesso de qualquer empreendimento depende da participação de suas partes interessadas e por isso é necessário assegurar que suas expectativas e necessidades sejam conhecidas e consideradas pelos gestores."
"De modo geral, essas expectativas envolvem satisfação de necessidades, compensação financeira e comportamento ético. Cada interveniente ou grupo de intervenientes pode possuir um determinado tipo de interesse no processo. O envolvimento de todos os intervenientes não maximiza obrigatoriamente o processo, mas permite achar um equilíbrio de forças e minimizar riscos e impactos negativos na execução desse processo."
Bem, acho que já ficou claro aqui que todas as pessoas com as quais você se relaciona no dia-a-dia podem influir na sua vida, ou seja, gerar impacto positivo ou negativo na sua rotina de estudos e treinos, a depender de como você as envolve no seu projeto (veja, que é algo temporário) de se preparar para o concurso público.
Todas essas pessoas, sejam elas mais próximas ou mais distantes, têm alguma relação com seu projeto de vida. É claro que quanto mais próximas, maior o impacto. Mas todas elas têm relação com o seu projeto, podendo influenciar tudo o que acontece nele.
Repare que seus amigos e familiares são "partes interessadas" no seu projeto. Vamos começar falando disso. Por que essas pessoas podem estar interessadas no seu projeto, se não são elas que estão estudando e treinando todos os dias?
Bem, para começar, é bem provável que seus amigos e familiares gostem de você, e se relacionem com você, demandando tempo e atenção. É claro que você também demanda tempo e atenção deles, e normalmente essa é uma via de duas mãos.
Mas alguém que está estudando para concurso público há muito tempo, numa etapa bem avançada (o famoso "concuseiro compromissado"), ou seja, que passa o dia inteiro estudando, inclusive nos finais de semana, feriados, épocas festivas (carnaval, natal, reveillon etc), demanda menos atenção que é demandado de atenção (isto, na média, é claro, e vai depender de pessoa para pessoa).
Pois bem, seus amigos não resolveram estudar para concurso, nem seus pais, seus filhos, sua esposa/esposo. Eles continuam na vida normal que sempre tiveram -- quem resolveu mudar de vida foi você. E muitas vezes eles nem notaram, ou não tiveram total consciência do quão árdua é sua missão de estudar dezenas de horas a fio por semana, ficar trancado sozinho num quarto ou isolado numa biblioteca, treinar todos os dias, dormir limitado a "x" horas por dia, ter disciplina na alimentação, cortar gastos supérfluos etc.
Logo, eles provavelmente continuaram e continuam demandando de você a mesma quantidade de atenção do que antes de você começar a estudar. E isso inclui mensagens por aplicativos de conversa (WhatsApp, Telegram, etc), telefonemas, eventos de aniversários de família, churrascos, festas, chopps, encontros para fazer compras, viagens, ou quaisquer outras atividades de confraternização ou lazer que possam existir.
Mas se você está numa fase avançada do estudo, sabe que esse tipo de atividade social tem que ser reduzida ao mínimo -- claro que respeitando o conceito da CADEIA DE VALOR DO CONCURSEIRO, que você já viu aqui no blog (http://blogmissaofederal.blogspot.com.br/2017/03/coaching-cadeia-de-valor-do-concurseiro.html), onde você deve deixar uma parte do seu tempo diário e/ou semanal para diversão, lazer, etc.
Porém essa parcela obviamente é bem menor do que antes, não é? Não dá mais para comparecer a todos os aniversários, festas, e encontros, igual você fazia antigamente. E os STAKEHOLDERS do seu projeto de passar no concurso muitas vezes demoram muito para perceber isso, ou nem chegam a perceber nunca. Por isso o problema precisa ser endereçado. Vamos falar sobre isso mais para frente.
Mas não chegamos a definir ainda o MOTIVO pelo qual essas pessoas são interessadas no seu projeto de passar no concurso. Até agora, falamos apenas no relacionamento social/afetivo que existe entre você e seus amigos e familiares no momento presente das vidas de vocês.
Pois bem, seus amigos e familiares são sim partes ATIVAMENTE INTERESSADAS no seu projeto de estudar/passar em concurso público. Esse interesse decorre tanto de situações presentes quanto futuras.
No PRESENTE, o impacto é com relação àquela demanda de atenção que falamos mais ali para cima. Sim, os seus stakeholders sentem-se afetados no momento presente pela sua falta de tempo em se relacionar com eles. Antes, eles estavam acostumados a se relacionar com você com uma determinada frequência e por determinada duração de tempo, e agora essa frequência provavelmente diminuiu bastante, bem como a duração do tempo que vocês se relacionam. Provavelmente, se você ainda vai a festas e confraternizações, fica pouco tempo e vai embora cedo para estudar. E se você costumava ligar para um amigo ou amiga todos os dias, vai passar a falar com ela quinzenalmente, por exemplo. Seus stakeholders sentem muito o impacto da sua falta no momento presente, e muitas vezes COBRAM a sua presença de forma desmedida, o que pode acabar atrapalhando seu projeto, caso você não saiba lidar com isso adequadamente.
E no FUTURO? Bem, se você está estudando para um concurso na esfera Federal, como a PF, a PRF, ou qualquer outro, muito provavelmente você será obrigado a mudar de cidade depois que tomar posse e entrar em efetivo exercício. Alguns dos seus stakeholders possivelmente já saibam disso, e por isso pode ser que ajam, talvez inconscientemente, de forma a sabotar esse seu projeto, porque não querem que isto aconteça.
Pode parecer um pouco forte, mas é verdade, algumas pessoas podem agir de maneira a te sabotar, ainda que de forma inconsciente.
Mas quem poderia agir dessa forma? Vou enumerar alguns exemplos. Seus filhos, que não querem se mudar de uma capital para a fronteira com a Colômbia, e perder o contato com todos os amiguinhos da escola. Seu marido, que já tem um bom emprego na sua cidade (ou uma empresa de sucesso) e não quer começar tudo de novo, do zero, numa cidade nova muito longe de casa e de seus pais que já estão velhos. Seus amigos, que não querem ficar longe de você, sabendo que você só voltará à sua cidade natal talvez uma ou duas vezes por ano. Seus pais, que já estão idosos, e não querem ficar longe de você e dos seus filhos (netos deles). Podem ser vários os casos.
E muitos dos stakeholders fazem isso mesmo gostando de você, mesmo te amando, e mesmo que conscientemente apoiem seu projeto de vida. Ou pelo menos dizem que apoiam...
Sim, pode ser que você esteja com um projeto de vida que esteja em desacordo com os planos de vida dos seus stakeholders, e por isso eles remam contra a maré. Em alguns casos, fazem de tudo para sabotar seus planos, atrapalhando seus estudos, cobrando mais atenção sua com os afazeres da casa e dos filhos, etc.
Alguns agem desta forma de maneira totalmente consciente, e outros de maneira inconsciente. Penso que eles ajam desta forma por medo da mudança, ou por não estarem totalmente de acordo com seu projeto de vida.
Lembram da definição da Wikipedia lá de cima, que dizia que "(...) partes interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança corporativa executadas pela empresa."?
Apenas pegue a frase acima e substitua "práticas de governança corporativa executadas pela empresa" por "rotinas e atividades de estudo e treino executadas por você concurseiro".
Desta forma, seus stakeholders devem estar DE ACORDO com o seu projeto. Caso não estejam, podem estar agindo contra ele, de maneira consciente ou não.
Isso é algo muito difícil de descobrir e administrar, porque você não tem total certeza se as pessoas que estão ao seu lado estão realmente te apoiando ou não. Você não sabe se elas estão de acordo com seus planos presentes (estudar e treinar com afinco todos os dias, incluindo final de semana e feriados) e planos futuros (um dia se mudar para a fronteira do Brasil), ou não.
Desta forma, até aqui já deve ter ficado bem claro pra você que os stakeholders mais próximos de você se afetam tanto pelo momento presente quanto pelas situações futuras que virão. O momento presente é a situação TEMPORÁRIA que foi descrita na definição da Wikipedia, e a situação futura é a situação DURADOURA.
Uma ressalva aqui. Claro que essa "situação duradoura" pode não ser para sempre, afinal, existem concursos de remoção nas instituições públicas, de maneira que você possa vir um dia a retornar à sua cidade natal, mas isso é bem incerto e pode levar um certo tempo pra acontecer (alguns anos), de maneira que temos que considerar sua situação futura numa outra cidade (talvez no Norte do Brasil ou na fronteira) como uma situação ao menos "permanente".
Provavelmente os stakeholders percebem os momentos presentes com mais intensidade que as situações futuras, mas isso não quer dizer que você deva "esconder" informação deles, omitindo o fato de que um dia vocês todos terão que se mudar para outro lugar, ou ficar um bom tempo sem ver você (algumas pessoas preferem se mudar e ir morar sozinhas, sem a família, numa cidade longe de casa, e visitar os familiares sempre que conseguem uma folga no trabalho).
Vamos analisar agora outro ponto da definição do termo Stakeholder, em especial este trecho, que diz que "O sucesso de qualquer empreendimento depende da participação de suas partes interessadas e por isso é necessário assegurar que suas expectativas e necessidades sejam conhecidas e consideradas pelos gestores."
No caso do seu projeto de passar no concurso público, adivinhe quem é o "gestor"? Resposta: é você mesmo. Você é o "diretor da empresa da sua vida", a pessoa que vai planejar, organizar e gerir tudo o que vai acontecer daquele ponto para frente. Você vai decidir para qual concurso vai estudar, quanto tempo por dia, em quais dias, e até vai escolher uma cidade para morar no futuro.
Mais uma ressalva aqui. Sim, na PF por exemplo, existe um dia (no final do curso de formação) em que os alunos da Academia Nacional de Polícia escolhem a lotação que vão ocupar. Funciona da seguinte maneira: são somadas todas as suas notas de todas as disciplinas durante o curso de formação, e depois as notas de todos os alunos são colocadas num ranking decrescente, onde o aluno que tem a maior nota começa a cerimônia de escolha de vagas escolhendo em qual cidade vai tomar posse, dentre as opções de vagas disponíveis para cada cidade. Depois, o segundo aluno escolhe sua lotação, depois o terceiro, e assim por diante, até o último colocado no curso de formação. Sendo assim, quem está melhor classificado tem maior chance de escolher uma lotação "boa" do que quem ficou no final do ranking, pois normalmente as "melhores" cidades são as primeiras a serem escolhidas, e as "piores" cidades ficam por último. Coloquei entre aspas, porque cada pessoa tem sua própria definição do que é "melhor" ou "pior", dependendo de fatores como: onde fica sua cidade natal, se prefere cidade grande ou pequena, ou sua estratégia com relação ao próximo concurso de remoção (se prefere ficar numa cidade "boa" com pontuação baixa ou numa cidade "ruim" com pontuação alta -- isso conta para o concurso de remoção, mas não cabe explicar aqui agora). O concurso de remoção não é objeto de nossa análise aqui, mas o ponto que era necessário explicar era este da escolha das vagas. Um dia você estará diante de um microfone e terá que escolher uma cidade para morar pelo menos nos próximos 3 anos (talvez 5 ou 8, a depender da frequência com que o governo faça concursos públicos para o seu cargo). Portanto, essa decisão futura da escolha da cidade afeta tanto você quanto seus stakeholders (amigos, membros da família etc).
Continuando, o "sucesso" do seu projeto de passar num concurso vai depender fortemente "da participação das partes interessadas" (seus stakeholders) e por isso é necessário ASSEGURAR que suas EXPECTATIVAS E NECESSIDADES sejam conhecidas e consideradas"
Você precisa portanto CONVERSAR MUITO com seus stakeholers, primeiramente para explicar o tamanho do desafio ao qual você está sendo submetido (que é por opção própria), e depois para entender as expectativas e necessidades deles nessa trajetória, tanto presentes quanto futuras, e não só as futuras. E no final, tentar ao máximo alinhar o seu desafio com as necessidades e expectativas deles, solicitando apoio e ajuda.
Digo isto porque, como já dissemos, os stakeholders são afetados tanto pelo momento presente quanto pela situação futura. As necessidades e expectativas são tanto presentes quanto futuras.
Seus amigos e familiares têm necessidades que precisam ser endereçadas no momento presente, e no momento futuro também. De nada adianta resolver o problema no presente, e depois quando chegar o momento de se mudar para um lugar muito longe, arrumar um outro problema maior ainda. E isso também tem a ver com as expectativas, pois as expectativas com relação ao futuro podem influenciar as atitudes no presente.
Então, todos os tempos têm que ser considerados aqui, o presente e o futuro, de maneira a gerar um "equilíbrio de forças" para "minimizar riscos e impactos negativos", tanto no projeto presente quanto na situação duradoura do futuro.
Bem, mas todas as pessoas que você conhece são stakeholders?
Não, nem todas. Como foi dito antes, stakeholders são pessoas interessadas e afetadas pelo seu projeto, no momento presente e no momento futuro, seja você vitorioso no seu projeto, ou não.
Independentemente se você passar ou não no concurso, você terá seu presente e seu futuro afetados pelo projeto. Isto porque se você passar, provavelmente mudará de vida, se tornará um policial, terá que ter uma vida com mais cuidados, viverá numa cidade longe da sua cidade natal, etc. E se você estudar por anos a fio e acabar não passando, e desistindo do projeto, você também terá seu futuro afetado, pois terá passado anos fora do mercado de trabalho, e terá que se esforçar bastante para retornar à vida que tinha antes.
É claro que ninguém inicia um projeto já pensando no fracasso ou em desistência, mas um bom gestor sempre mapeia todas as possibilidades, por mais penoso que seja esse trabalho, do ponto de vista emocional. Você tem que ter consciência e pé no chão de que se um dia não tiver mais condições de se bancar (ou ser bancado) para permanecer estudando, o projeto pode ir por água abaixo. Existem diversas outras situações que te empurram para abandonar o estudo para o concurso, como uma boa promoção no trabalho (com respectivo aumento de carga de trabalho e responsabilidades), o nascimento de um filho, um aumento repentino de responsabilidades com relação aos pais na velhice, e várias outras coisas.
Eu vejo essa situação de desistência acontecer com muita gente, e nem sempre as situações da vida são previsíveis ou totalmente controláveis. Algumas pessoas passam por esses tipos de situações e conseguem, ainda assim, com muito custo, continuar no projeto, e passam no concurso público. Outras vão perdendo a força e desistem. Outras já desistem de cara. Qualquer um está sujeito a isso, então o ideal é se esforçar para passar no concurso o mais rápido que puder, para permanecer o mínimo de tempo possível submetido a esses tipos de riscos.
Enfim, note então que os stakeholders são pessoas próximas a você (ou algumas não tão próximas, como já dito) que são diretamente interessadas e afetadas pelo seu sucesso ou seu fracasso, e que têm necessidades atuais e expectativas futuras que também têm relação com seu sucesso ou seu fracasso.
Dito isto, e respondendo a pergunta supra, nem todas as pessoas com quem você se relaciona são stakeholders do seu projeto de passar no concurso público.
O passo agora é MAPEAR seus stakeholders, e identificar de qual TIPO eles são. O que você precisa fazer é entender quem são as pessoas interessadas e afetadas no seu projeto, e qual a relação atual e futura delas com ele, ou seja, como se relacionam com ele.
Sim, pois não necessariamente você tem apenas stakeholders problemáticos. É possível que você possua alguns stakeholders que ao invés de demandarem tempo e de atrapalharem seu projeto, que já te ajudam e te empurram para a frente. E podem existir os stakeholders neutros, que não ajudam e nem atrapalham.
Desta maneira, podemos ter três tipos de stakeholders: os que influenciam positivamente, os que influenciam negativamente, e os neutros, que não ajudam e nem atrapalham.
O seu objetivo aqui na "gestão de stakeholders" será o de maximizar o impacto positivo dos que já te ajudam, minimizar o impacto negativo dos que te atrapalham (ou transformar em impacto positivo, o que seria melhor ainda), e os que são neutros podem ser transformados em stakeholders positivos também, se for o caso.
Os stakeholders que te influenciam positivamente são aqueles que já adquiriram consciência da amplitude e da dificuldade do seu projeto de vida, já entenderam o importante papel que eles têm no seu dia-a-dia, e já alinharam com você as expectativas com relação ao futuro. Estes são os que "remam" junto com você em direção ao seu objetivo, te ajudando financeiramente, te dando apoio moral e psicológico, tomando conta de mais atividades da casa para deixar mais tempo livre para você estudar e treinar, etc. São os que te apoiam incondicionalmente, sem cobrar resultados.
Os stakeholders que te influenciam negativamente são aqueles que ainda não adquiriram consciência do tamanho do seu desafio, e por isso ainda não te apoiam (ou mesmo te atrapalham), não entenderam ainda o importante papel que eles têm nesse projeto, ou não possuem expectativas muito boas com relação ao futuro que vocês têm em comum (lembra? Novo emprego, nova cidade, novos amigos etc). Esses são os que "remam contra a maré", demandando cada vez mais tempo do seu dia nas tarefas da casa, com os filhos, cobrando de você um resultado positivo rápido nos concursos, etc.
Os stakeholders neutros podem ser de vários tipos, como os que conhecem a sua situação mas preferem "não se meter" com suas rotinas, os que sabem do problema mas não ajudam por não saberem COMO ajudar, os que são mais indiferentes a você e aos seus planos no presente e no futuro, ou aqueles que ainda estão na casta da ignorância e não sabem ou não perceberam ainda como serão afetados no futuro quando você passar no concurso, tiver uma nova profissão, e se mudar de cidade. No caso destes, seria interessante mapear aqueles que podem ser transformados em stakeholders positivos, e os que devem ser mantidos como neutros.
Portanto, para fazer a gestão dos seus stakeholders, além de entender o conceito principal de stakeholders, você também precisa identificar os principais stakeholders do seu projeto do concurso público, entender qual o tipo de influência que cada um deles tem atualmente, e como vai tratar cada um dos casos, ou seja, como vai manter os stakeholders positivos, e identificar quais são os casos problemáticos, e quais deles são remediáveis e quais não são. Os casos remediáveis devem ser remediados, por óbvio. Os casos não remediáveis, ou aqueles que "não têm jeito", devem sofrer tratamento distinto. Vamos falar de cada um deles especificamente.
Os casos considerados remediáveis são aqueles dos stakeholders negativos que você considera que podem ser revertidos depois de uma boa conversa. Talvez não seja uma conversa fácil, mas ela terá que acontecer.
Eu lembro do caso de um aluno meu que sempre me relatava que sua esposa demandava muito tempo do dia dele com o filho, para arrumar de manhã e levar o filho na escola, para dar comida de noite, para colocar para dormir, etc. Além disso ela trabalhava e ajudava financeiramente na casa, e ele (meu aluno), não trabalhava. Era uma cobrança emocional muito pesada da parte dela, e isso atrapalhava muito a disciplina dele no dia-a-dia, tanto de estudo quanto de treino.
Depois de muito conversar com ele sobre isso, no âmbito da gestão dos stakeholders, sugeri que tivesse uma conversa muito séria com a esposa dele, pois ele deveria colocá-la a par do tamanho do desafio ao qual ele estava sendo submetido, numa intensa rotina de estudos e treinamento físico, e que ela deveria, temporariamente, assumir maior parte das atividades mencionadas acima, pois isso seria um esforço necessário para o sucesso DELES nesse projeto.
Eu pedi a ele que explicasse a ela que o projeto não era DELE e sim DELES. Era um projeto FAMILIAR, que dependeria do esforço dos dois no presente para que alcançasse o sucesso no futuro, como se fosse um investimento (de tempo e dinheiro). Caso a esposa dele não compreendesse que o projeto seria de AMBOS, a situação se tornaria cada vez mais crítica, até chegar a um ponto insustentável, talvez a um colapso. A esposa do meu aluno tinha que compreender que ela estava atuando como um stakeholder importante naquele projeto (talvez o mais importante de todos), influindo o tempo inteiro nos rumos do projeto, podendo remar para frente ou para trás, e que o resultado final daquele projeto influenciaria a vida futura dela, do filho deles, da família dela, dos amigos da família, e também dos familiares. Ela precisaria compreender e tomar consciência do importante papel que deveria ter para colaborar com o sucesso da missão, no atingimento do objetivo final.
Mas para isso, é óbvio que ela deveria antes de qualquer coisa CONCORDAR com objetivo final do projeto. De nada adiantaria pedir para ela colaborar num projeto como este, se a consequência final do projeto será algo totalmente indesejável para esta pessoa (se mudar de cidade, ir para a região da fronteira, ficar longe dos pais e amigos, trocar de emprego etc). Se você pede para sua esposa ou esposo te ajudar financeiramente e nas tarefas de casa, essa pessoa só vai fazer isso se estiver totalmente de acordo não só com o momento presente, mas com o momento futuro que virá.
Para isso, no caso deste meu aluno, eles tiveram que fazer várias reflexões e planejamentos acerca da vida futura do casal e da família como um todo. Eles precisaram se imaginar na situação futura, imaginar como seria a vida numa cidade nova, como seria a educação de seu filho, como seria duro viver longe dos pais, mas também como seria bom ter o prazer, a realização pessoal e o prestígio de ser um POLICIAL FEDERAL. Pedi a ele que conversasse com a esposa mostrando o quanto aquilo era importante para ele, o quanto ele havia planejado para se tornar um PF, e como aquilo iria ser bom para a família também. Depois de debater e conhecer melhor todas as nuances da vida futura que teriam, as incertezas e o medo diminuíram, e foi mais fácil planejar e desejar este futuro, através de medidas positivas no presente. Depois destas sessões de conversa (sim, foram várias!), o relacionamento dos dois ficou melhor, pois ambos passaram a estar dentro do mesmo barco, remando na mesma direção, ambos conscientes de seus papéis presentes e futuros.
A esposa do meu aluno passou até a treinar corrida junto com ele, unindo o útil ao agradável, ou seja, gerando uma sinergia adicional entre o casal que nem existia antes. Os dois passaram a se exercitar juntos nos dias da semana à noite, e também nos finais de semana. Antes, uma atividade que era penosa para ambos passou a ser gratificante e prazerosa. Além do meu aluno poder se preparar para o TAF (Teste de Aptidão Física), ela também passou a se exercitar, coisa que nem fazia antes! Este tipo de alinhamento é fundamental.
Mas este foi um caso relativamente fácil. Existem casos bem mais complicados, que são os stakeholders não remediáveis, ou seja, aqueles casos que "não têm jeito". Se você tem algum amigo ou familiar que rema para o lado oposto, e não tem como transformar essa relação negativa em positiva, o ideal a fazer é pelo menos neutralizar seus efeitos.
Por exemplo, digamos que você tenha um grande amigo que não estuda para concurso público, e que portanto tem uma vida bem agitada socialmente, com várias festas, chopps, shows, baladas, churrascos, happy hours, noitadas, etc., e está sempre te enchendo o saco para o acompanhar neste tipo de programa. Apesar de você já ter conversado com ele e explicado seu projeto, e sua situação de vida, e que você TEMPORARIAMENTE vai estar um pouco "out" desse tipo de programa, ele continua te importunando pelo telefone ou aparecendo na sua casa para te levar para o mau caminho.
Este tipo de pessoa dificilmente se tornará alguém que vai te influenciar DE FATO positivamente para o concurso. Sim, pois apesar do seu amigo dizer, da boca pra fora, que apoia seu projeto, que espera que você passe no concurso, que você realize seu sonho, ele ao mesmo tempo não abre mão da sua companhia no happy hour da quinta-feira, na balada de sexta e no churrasco de sábado. De forma inconsciente e talvez até irracional, ele continua te procurando tempestivamente, ocupando seu tempo, tirando seu foco e demandando sua companhia e atenção. Se você já sabe que essa pessoa nunca poderá te influenciar positivamente, procure ao menos anular essa influência, isolando tal pessoa, ao menos por um tempo.
O projeto do concurso não é para sempre, é algo temporário, que um dia vai acabar. Mesmo que esta pessoa não saiba disso, VOCÊ SABE, e por isso você sabe que se essa pessoa for sua amiga de verdade, vocês voltarão a se relacionar e a sair à noite no futuro, quando você tiver colocado seu burro na sombra. Então, num caso como esse, procure se afastar dessa pessoa por um tempo.
Quando receber um convite, seja ríspido e duro. No início é difícil pra caramba, eu sei, porque eu passei por isso, mas provavelmente será questão de tempo para a pessoa entender que o amigo dele "sumiu do mapa". Depois de algum tempo tomando negativas quando te chamar para sair, essa pessoa vai perceber que a situação mudou e provavelmente não vai mais te chamar. E depois que você passar no concurso você volta a procurar seus amigos para comemorar bastante. Se ele é seu amigo, ele vai acabar compreendendo, mesmo que tardiamente. E vai ficar feliz com o seu sucesso, depois que você tomar posse como POLICIAL FEDERAL.
A mesma situação se aplica para familiares que sugam o seu tempo. Evite-os na medida do possível. Sempre que puder anular as influências negativas, anule-as. Ignore as pessoas que te atrapalham, coloque-as para escanteio, mantenha-se fora do raio de influência delas. Se for necessário, isole-se.
Eu tive um aluno que tinha um problema sério de demanda de atenção com sua mãe. Como ele gostava de estudar dentro de casa, e sua mãe era dona de casa, ela passava o dia inteiro demandando a atenção dele. Apesar de saber do desafio do concurso público, de toda a dificuldade para ser disciplinado, se concentrar nos estudos, de fazer render bem as suas horas do dia, a mãe dele acabava por solicitar ajuda em tarefas domésticas durante todo o dia, além de falar alto dentro de casa, ouvir televisão no último volume, e coisas deste tipo. No caso deste meu aluno, não teve jeito: sugeri a ele que passasse a estudar fora de casa, numa biblioteca próxima. Ele passou a acordar cedo, e permanecia durante todo o dia na biblioteca estudando, só retornando no final do dia. Seu dia tinha rendido tanto mais, que ele podia dar atenção para sua mãe à vontade, no momento de lazer e descanso. A relação entre eles permaneceu boa, e ele conseguiu o foco e atenção que eram tão necessários ao estudo.
Existem muitos casos, todos diferentes, todos específicos, mas que precisam ser analisados e cuja solução precisa ser desenhada e implementada. Você precisa pelo menos ANULAR as influências negativas, se possível transformando em influências positivas.
Bem, e os stakeholders que já ajudam bastante no seu projeto? Talvez você possa obter mais positividade ainda desta relação, ou pelo menos manter nos níveis atuais. Toda relação precisa de manutenção, portanto não se engane de que algo pode mudar de um dia para o outro. Procure administrar essas relações de positividade de maneria que sejam duradouras, enquanto seu projeto estiver em curso.
E quanto aos stakeholders neutros, que não ajudam e nem atrapalham, como já dito anteriormente, você tem que entender quais podem ser transformados em positivos, e quais devem ser mantidos como neutros.
Caso você tenha alguma dúvida ou sugestão sobre este assunto, deixe uma mensagem pra gente na parte de comentários, logo abaixo.
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segunda-feira, 30 de abril de 2018
quarta-feira, 18 de abril de 2018
COACHING - Dicas de como fazer um bom simulado - Um Guia Completo - Parte 10
Olá a todos os concurseiros da área policial.
Hoje vamos à parte 10 da nossa série de COMO FAZER SIMULADOS. Vamos abordar um assunto bastante complexo e que tem uma carga técnica bastante grande, mas que vai te ajudar a descobrir onde é que você pode melhorar, onde você tem a ganhar, onde pode deixar de perder, e como vai fazer a sua nota subir mais ainda.
Se você já leu todas as nossas nove postagens anteriores sobre simulados, e já colocou em prática todas elas, você já deve ter sentido uma grande diferença na sua pontuação líquida, tenho certeza disto.
No meu caso, quando eu comecei a estudar para concursos públicos, e comecei a tornar meus simulados cada vez mais profissionais, percebi essa melhora significativa na pontuação líquida. Quanto mais tempo eu dedicava ao simulado (fazer a prova sem pressa de acabar), quanto mais concentração, quanto mais disciplina, profissionalismo e atitude de vencedor, maior era a minha nota.
Cabe aqui uma observação adicional inicial. Se você faz ou fez cursinho presencial, já deve ter notado a quantidade de pessoas que estão frequentando aquele lugar há anos e anos a fio, sem perspectiva concreta de ser aprovado no concurso. Essas pessoas geralmente conhecem todas as pessoas no cursinho e também são conhecidas, tanto pelos alunos, quanto pelos funcionários e professores. Geralmente também são as que têm um "prazer obscuro" em dizer que sabem exatamente o que tem que ser feito para passar no concurso, tudo o que tem que ser estudado, a forma como as coisas têm que ser feitas, porém, essas pessoas estão lá no cursinho até hoje, então algo está errado. Procure não se basear na atitude que essas pessoas têm com relação ao estudo, SOBRETUDO com relação aos SIMULADOS.
Bem, essa foi a breve introdução, e agora vamos ao tema em si.
Durante esse meu período de estudo para concurso eu não estudei somente os conteúdos das matérias em si, mas também as técnicas aplicadas ao estudo: a forma de estudar, a forma de fixar as matérias, a forma de consolidar, a forma de se testar (questões, simulados), dentre outras coisas.
Algumas dessas técnicas estão relacionadas ao arcabouço de conhecimento que envolve uma PROVA ESCRITA de concurso. E o que não falta à banca CESPE é conhecimento e experiência neste assunto. Vamos ver como e porque.
Uma das coisas mais importantes que você precisa saber antes de começar a analisar sua prova de simulado é saber o que é a Teoria de Resposta ao Item (TRI), um dos conceitos utilizado pelo CESPE.
Segundo o Jornal do CESPE/UnB, ano 5, nº 18 de maio e junho de 2010:
“Conseguir uma boa nota em uma avaliação acertando as respostas por meio do conhecido “chute” ficou mais difícil a partir da implantação da Teoria de Resposta ao Item (TRI). O método consiste em um conjunto de modelos estatísticos, comumente usado em testes de múltipla escolha e que pode medir, entre outras coisas, quais questões têm mais probabilidade de ser acertadas ao acaso.”
A matéria continua:
“Parâmetros de avaliação - Existem três parâmetros que podem ser avaliados nas questões que utilizam a Teoria de Resposta ao Item:
1) Discriminação: permite avaliar se a questão consegue distinguir os alunos que sabem o conteúdo daqueles que não sabem. Neste parâmetro, um item bom é aquele que possui alta discriminação, ou seja, alta probabilidade de acerto para os estudantes que sabem o conteúdo do item e menor probabilidade para os alunos que possuem pouca habilidade.
2) Dificuldade: Posiciona o item na escala de conhecimento. De acordo com essa escala, os itens podem ser considerados difíceis, medianos ou fáceis.
3) Acerto ao acaso: Determina qual é a probabilidade de um item ser acertado por indivíduos com baixo nível de conhecimento.”
Fonte: http://www.cespe.unb.br/JornalCESPE/PDFs/018.pdf
Ou seja, já deu para notar até aqui que o CESPE testa PREVIAMENTE os tipos de questões que vai colocar nas provas, a fim de fazer uma seleção de questões com alta discriminação, conceito este que fará com que:
- Quem estudou e sabe a matéria tenha maior probabilidade de ACERTAR;
- Quem não estudou e não sabe a matéria tenha maior probabilidade de ERRAR;
Um outro ponto importante para explicarmos aqui é o tema que foi abordado na PARTE 5 da nossa série sobre simulados, que discorre sobre a característica das provas CESPE em ser do tipo “certo ou errado, sendo que uma errada anula uma certa”, o que também acaba forçando aos concurseiros a NÃO chutar, sob pena de perder pontos. Este assunto foi amplamente discorrido aqui nesta postagem: http://blogmissaofederal.blogspot.com.br/2017/01/dicas-de-como-fazer-um-bom-simulado-um.html
Então você já sabe que a prova do CESPE favorece quem estuda e sabe a matéria, desfavorece quem não estudou muito, e por cima ainda penaliza quem chuta questões.
E quando eu digo que penaliza quem chuta questões, estou me referindo tanto ao grupo de pessoas que estudou e sabe a matéria quanto o grupo que estudou pouco e sabe pouco da matéria. A penalização do chute se aplica aos dois casos.
Chutar provas CESPE do tipo “certo ou errado” é sempre um risco muito grande (e foi isso que falamos na parte 5). Além disso, é praticamente impossível (probabilidade bem próxima de ZERO) de um indivíduo passar num concurso CESPE do tipo “certo ou errado” chutando todas as questões.
É claro que chutar uma questão ou outra, tudo bem. Dependendo da quantidade de questões que você vai chutar, é claro, pode ser benéfico para você, pois pode te render uns pontos extras. Mas se essa quantidade de chutes for muito grande, você já começa a se arriscar demais, e daí passa a não valer a pena. Este é um dos assuntos que vamos abordar aqui nesta postagem.
Durante minha época de concurseiro eu estudei muito essa questão do chute. Existem diversas teorias por aí sobre esse assunto, aplicadas especificamente às provas do CESPE. Se você jogar os termos “teoria do chute prova cespe” no Google, verá a grande quantidade de postagens e vídeos que existem sobre o tema. Acho interessante e válido ler todas as teorias sobre o assunto, a fim de que você possa analisar, refletir e chegar às suas próprias conclusões. Eu fiz exatamente isso no passado, e cheguei ao MEU modelo. Você é plenamente capaz de estudar o assunto e chegar no SEU modelo ideal. Não deixe de fazer isso, mesmo que você tenha pouco tempo sobrando, pois este assunto é crucial para o seu sucesso.
Mas agora vamos ao modelo que eu construí, com base em tudo que assisti e li até hoje, e que acho que é o modelo mais equilibrado em termos de custo/benefício e que vai minimizar o risco de você chutar errado e maximizar suas chances de aumentar sua nota da prova com algum percentual de chute.
Em primeiro lugar, temos que estabelecer as seguintes premissas:
- Você não vai conseguir estudar todos os tópicos de todas as disciplinas que caem na prova;
- Você não será capaz de decorar todos os números, leis, artigos, incisos, regras que precisaria decorar para acertar todas as questões de todos os tópicos de todas as matérias;
- Sua capacidade de foco e de interpretação de enunciados de questões, por mais que seja muito alta, não o impedirá de errar questões na prova por falta de atenção ou por cair em pegadinhas;
- A principal de todas: você não é infalível.
Mas veja bem: isto tudo não impede que você almeje estudar todos os tópicos de todas as disciplinas, de decorar tudo o que precisa ser decorado e de fazer todas as questões possíveis e imaginárias sobre estes assuntos. Aliás, pelo contrário, acho que você deve almejar isto com afinco, mesmo que não atinja este objetivo. Mirar alto vai fazer você acertar alto.
Só que na hora da prova, por mais que você tenha estudado muito, decorado muito, treinado muitas questões e feito muitos simulados, você vai errar, eu tenho certeza. Além de errar, você vai ficar em dúvida, vai ficar com medo de chutar, vai pensar em deixar em branco, vai deixar de fato algumas em branco, vai chutar errado, vai passar a resposta errada no cartão-resposta, dentre outras coisas. Isso tudo é normal e vai acontecer. O que precisamos fazer daqui para frente é treinar para que isso tudo seja MINIMIZADO.
O que costumo dizer para quem estuda para concurso, sejam leitores do blog, alunos do Grupo Missão Federal, alunos de Coaching etc, é:
VOCÊ PRECISA TREINAR A SUA “MÁQUINA DE FAZER PROVAS”
Sim, porque não é necessariamente o aluno mais inteligente, nem o que sabe mais a matéria que passa num concurso público.
Quem passa no concurso é quem tira a maior pontuação líquida em relação aos seus concorrentes, dentro das vagas.
O que você precisa colocar na sua cabeça é que você tem que tirar a maior nota líquida possível.
Mas como tirar a maior líquida possível?
Para início de conversa, você precisa entender como é que é calculada a nota líquida. Sem entender qual é a equação que se calcula a nota líquida, você não terá como maximiza-la.
Você já sabe que cada questão errada anula uma certa, isso tá OK.
Então vamos à fórmula da nota líquida:
NOTA LÍQUIDA = ACERTOS - ERROS + [ ( EM BRANCO ) * 0 ]
Não sei se você notou uma coisa um pouco “estranha” na fórmula: eu adicionei uma parcela que contém a quantidade de questões em branco multiplicada por ZERO.
Todo número que é multiplicado por ZERO é igual a ZERO, ou seja, não muda nada o resultado da equação. É isso mesmo. A quantidade de questões que você deixa em branco não altera a sua nota para cima ou para baixo. Porém, cada questão deixada em branco pode ter sido um acerto que você deixou de ganhar, mas também pode ser um ponto que você deixou de perder.
O grande “pulo do gato” aqui é chamar a atenção para todas as partes da suposta equação: os ACERTOS, os ERROS e também as questões deixadas EM BRANCO, pois apesar de estarem sendo multiplicadas por ZERO, estas últimas influenciam também o resultado da sua nota, pois cada questão que você NÃO deixa em branco pode se tornar um ACERTO (e tome cuidado, pois também pode se tornar um erro).
Novamente, essa fórmula parece uma coisa meio óbvia, mas eu não sei se você já parou para pensar o seguinte, que para maximizar a sua nota líquida, você precisa (atenção para o terceiro item!):
- MAXIMIZAR a quantidade de ACERTOS;
- MINIMIZAR a quantidade de ERROS;
- MINIMIZAR a quantidade de questões que você deixou EM BRANCO que você TERIA ACERTADO se tivesse marcado no cartão-resposta;
Tudo bem, você está se perguntando: “como eu iria saber se eu acertaria aquela questão? Afinal, eu deixei em branco porque estava com dúvida, e fiquei com medo de chutar e errar”.
Sim, numa prova com 120 questões, certamente há questões que você tem “certeza” da resposta, outras que terá um pouco de dúvida, outras que terá muita dúvida, e outras em que a dúvida será tão grande, que você preferirá deixar a questão em branco do que arriscar um chute no escuro que poderá te penalizar com 1 ponto a menos.
Você está corretíssimo. É isso que você tem que fazer mesmo, e é justamente assim que você deve classificar suas questões: uma parte delas você terá CERTEZA da resposta, outras ficará com DÚVIDA, uma parte delas você terá bastante dúvida mas sentirá confiança suficiente para CHUTAR, e uma última parte deixará EM BRANCO.
Portanto, estas são portanto as 4 classificações que você deve usar nas questões:
- CERTEZA;
- DÚVIDA;
- CHUTE;
- EM BRANCO.
Em toda prova que você fizer, sejam provas de verdade ou simulados, invariavelmente haverá questões classificadas dentre esses 4 grupos.
Daí você se pergunta: “mas quantas questões eu preciso ter em cada grupo?”
O desejável, obviamente, é que você tivesse 100% das questões no CERTEZA, sobrando nenhuma com dúvida, chute, ou em branco. Mas isso é IMPOSSÍVEL.
O que você tem que buscar, nos seus estudos e treinos, é que seu conhecimento e sua memorização sejam capazes de gerar o máximo possível de questões com CERTEZA, poucas com dúvidas, e menos ainda que sejam chutadas ou que sejam deixadas em branco.
Por isso que o treinamento de simulados deve ocorrer em paralelo com o estudo, a fixação, a consolidação do conhecimento, para que você possa ir testando, afinando seu conhecimento, verificando onde precisa focar mais, e deixando sua “máquina de fazer provas” cada vez mais ajustada.
Bem, então o que eu peço é que a partir de agora, quando você for fazer um simulado, classifique as questões (OBS: no momento em que estiver FAZENDO a prova, e não na correção!) dentre esses quatro grupos: TODAS as questões da prova devem ser classificadas entre CERTEZA, DÚVIDA, CHUTE ou EM BRANCO. Todas elas!
Uma coisa que você vai se tocar muito em breve, quando começar a aplicar essa metodologia, é o seguinte: nem todas as questões que você marca como “CERTEZA” você vai acertar.
Alguns se perguntam: “ah, mas se eu marquei que eu tenho CERTEZA, como é que eu posso ter errado a questão?”
A resposta é simples: você não tem como ter realmente 100% de certeza. Não tem como garantir que você sabia mesmo 100% da matéria. Várias coisas podem ter acontecido que te impediram de garantir esta certeza. Você pode ter lido errado o enunciado, pode ter caído numa pegadinha (e esse não é mesmo o objetivo da banca? Então!!!), pode ter se confundido com algum conceito, por ter ficado distraído, etc.
A realidade é que NÃO há como garantir o acerto de todas as questões que você marca como tendo “CERTEZA”. Você vai acertar algumas delas, e errar outras. Claro que o desejável e esperado é que você acerte mais do que erre, para somar pontos líquidos positivos.
Você vai notar também que, com relação às questões que tinha DÚVIDA, também vai acertar algumas e errar outras. Certamente o percentual de acerto neste grupo será menor que o percentual de acerto do grupo “CERTEZA”.
O mesmo fenômeno acontecerá com as questões que você CHUTOU: certamente o percentual de acerto será um pouco menor do que as questões que você marcou como “DÚVIDA”, e certamente bem menor do que as questões do grupo “CERTEZA”.
Em suma, o seu percentual de acerto vai caindo de grupo para grupo. O percentual de acerto do grupo “CERTEZA” deve ser o maior de todos. O percentual de acerto do grupo “DÚVIDA” provavelmente vai ser um pouco menor, e o percentual de acerto do grupo “CHUTE” deverá ser menor ainda.
Apenas a título de exemplificação (para fins didáticos), os percentuais de acerto de um determinado aluno que já começou a estudar há alguns meses deveriam ser algo em torno de:
- CERTEZA: 80%
- DÚVIDA: 66%
- CHUTE: 55%
O que significa, no final das contas, que as questões que você tinha “certeza”, é claro que você não tinha certeza absoluta! As questões que você tinha dúvida, acabou acertando algumas e errando outras, e as questões que chutou vão ficar com percentual próximo de 50%.
E o que é importante com relação a estes percentuais? O do grupo CERTEZA tem que ficar o mais próximo possível de 100% (embora você já tenha compreendido que é impossível chegar a 100%), o do grupo CHUTE tem que ficar em torno de 50% (porém ACIMA de 50% sempre, e vamos falar sobre isso em breve), e o grupo DÚVIDA tem que ficar num percentual entre os percentuais dos grupos CHUTE a CERTEZA (mais ou menos no meio).
Agora, porque eu disse que o percentual de acerto do grupo CHUTE tem que ficar próximo de 50%, porém, ACIMA deste valor?
Porque se você chutou um grupo de questões e ficou com acerto MENOR que 50%, isso significa que você perdeu mais pontos do que acertou.
Vamos aos números: se você chutou 10 questões, tendo acertado 4 e errado 6, um percentual de acerto de 40% (veja, menor que 50%), e o que isto significa: que você ficou com 2 pontos negativos (4 - 6 = -2). De que adiantou você ter chutado essas 10 questões, se sua nota CAIU (perdeu 2 pontos).
O que eu quero dizer, portanto, é que só vale você chutar questões se a nota LÍQUIDA resultantes deste grupo de chutes seja POSITIVA, e isso acontece justamente quando seu percentual de acerto fica em mais de 50%, gerando uma pontuação líquida POSITIVA.
Tudo bem, mas como avaliar isso como um todo na sua prova?
Como eu disse, você precisa marcar, no caderno de questões, num cantinho do lado do enunciado de cada questão, alguma simbologia que identifique cada questão como sendo de cada um dos grupos: CERTEZA, DÚVIDA, CHUTE ou EM BRANCO.
Vou dizer como eu fazia na minha época. Geralmente nas minhas provas eu colocava “C” de certeza, “D” de dúvida, “K” de “kick” (“chute” em inglês) ou deixava sem marcação nenhuma, para indicar uma questão em branco (vamos falar mais sobre isso à frente).
Você tem que fazer essas marcações no momento em que estiver fazendo seu simulado, e NÃO depois (pois certamente passadas muitas horas ou dias da prova, esquecerá como é que classificou cada questão, além do fato de que o resultado de cada questão -- acerto ou erro -- influenciará a classificação que você vai dar).
Então, sempre faça essa classificação DURANTE a realização da prova (até no máximo o fim do tempo dela).
Pois bem, você fez sua prova, classificou todas as questões dentro dos 4 grupos, tudo direitinho. Agora como consolidar o resultado de tudo isso e avaliar como você se saiu?
Para isso você precisa se organizar, preferencialmente utilizando uma planilha.
Vamos dar um exemplo abaixo de uma planilha que você pode montar para fazer isto. Basicamente o que você precisa ter é uma linha da planilha para cada questão da prova, ou seja, 120 linhas.
Cada coluna conterá:
- A sua resposta (C ou E);
- O gabarito final/oficial (C ou E);
- A pontuação da questão (1, 0 ou -1)
- A classificação que você deu para a questão (C, D, K ou em branco);
O que você precisará analisar então? Você precisa somar a quantidade de questões classificadas em cada grupo. Vamos supor hipoteticamente que você tenha classificado as 120 questões da seguinte maneira:
C: 50 questões
D: 40 questões
K: 15 questões
EB: 15 questões
Agora vamos incluir a informação sobre quantas questões você acertou em cada grupo, e o percentual de acerto bruto decorrente destes acertos (vamos inventar a quantidade de questões acertadas em cada grupo):
C: 50 questões, 40 acertos (80%)
D: 40 questões, 25 acertos (62,5%)
K: 15 questões, 8 acertos (~53%)
EB: 15 questões (0%)
Numa prova como esta, você teria acertado 73 questões (40 + 25 +8) e errado 32 questões (10 + 15 +7), de maneira que sua nota líquida teria sido 41 pontos (73 - 32).
Como você faz para avaliar o resultado da sua prova? Como você sabe se fez uma prova boa ou ruim? Como você sabe se está no limite máximo superior da nota líquida que pode obter? Como sabe se teria como tirar uma nota mais alta nesta mesma prova?
No caso do exemplo acima, vejam que o percentual de acerto está em 80% no “CERTEZA”, e vai caindo para 62,5% no “DÚVIDA”, depois cai de novo para 53% no “KICK”, e 15 questões foram deixadas em branco.
Ou seja, o percentual de acerto foi caindo, sendo maior no grupo de questões que tinha certeza, e menor no grupo de questões que chutou.
Repare que neste caso o aluno obteve pontuação líquida positiva nas questões de todos os três grupos (C, D, K). As questões em branco foram deixadas em branco, ou seja, não ganhou nem perdeu nenhum ponto nestas questões.
Vamos checar se o aluno conseguiu atingir todos os objetivos para aumentar a nota líquida:
- MAXIMIZAR a quantidade de ACERTOS e MINIMIZAR a quantidade de ERROS: no que podemos analisar aqui, SIM, objetivo atingido, pois foram obtidos mais acertos do que erros, em todos os grupos, gerando uma pontuação positiva. Se este número poderia ter sido maior ainda, em um grupo ou em outro, depende do estudo adequado, da memorização, da fixação, da técnica de fazer provas, etc.
- MINIMIZAR a quantidade de questões que você deixou EM BRANCO que você TERIA ACERTADO se tivesse marcado no cartão-resposta: até aqui este ponto ainda NÃO foi analisado, pois as questões que o aluno ficou com muita dúvida deixou em branco, não marcou no cartão-resposta, então não foi possível analisar se ele teria acertado ou não estas questões.
É neste segundo ponto que entra o grande trunfo desta técnica, e dependerá de uma atividade adicional a ser feita nas questões que forem ser deixadas em branco numa prova de simulado qualquer.
Você poderá deixar questões em branco no cartão-resposta, sim. Porém, você deverá fazer um trabalho especial e adicional com elas na hora da prova. Você deverá reler estas questões até a exaustão, diversas vezes, refletindo todas as possibilidades, tentando se lembrar dos assuntos cobrados, puxando lá do fundo da memória, e vai responder, para cada uma delas, a seguinte pergunta:
“SE EU FOSSE CHUTAR ESTA QUESTÃO NO CARTÃO-RESPOSTA, QUAL SERIA A MINHA RESPOSTA?”
Daí então, ao lado do enunciado de cada questão que for deixar em branco, no caderno de questões, você deve marcar “C” ou “E”, de acordo com a resposta que teria marcado no cartão-resposta, caso fosse realmente chutar aquela questão, ao invés de deixar em branco.
No caso do nosso exemplo hipotético, foram 15 questões deixadas em branco. Logo, ao lado do enunciado de cada uma dessas 15 questões você deverá fazer todo aquele grande esforço de mentalização, de lembrança, de resgate das informações que já estudou, questão por questão, e realizar uma marcação, indicando “C” ou “E”.
Mas você NÃO vai marcar nenhuma resposta no cartão-resposta referente a estas questões, vai apenas marcar “C” ou “E” no CADERNO DE QUESTÕES, ok?
Então, naquela planilha que eu sugeri que fosse feita, para apuração das notas, com 120 linhas, você vai ter que adicionar mais um coluna contendo a seguinte informação: “EM CASO DE TER DEIXADO EM BRANCO, QUAL TERIA CHUTADO?”, em que vai preencher com “C” ou “E”.
O objetivo de inserir uma coluna com esta informação é a seguinte: você vai ter que analisar esse grupo de 15 questões que deixou em branco, comparando a informação na coluna “EM CASO DE TER DEIXADO EM BRANCO, QUAL TERIA CHUTADO” com o gabarito da questão. Daí você vai marcar +1 ponto caso tivesse acertado e -1 ponto caso tivesse errado.
Esta é uma análise de cenário, ou seja, aqui será analisado o seguinte cenário (ou situação hipotética): qual teria sido o seu resultado da prova caso você tivesse marcado essas 15 questões no cartão-resposta? Será que sua nota teria aumentado? Será que teria diminuído? Ou será que teria permanecido igual? São justamente essas perguntas que queremos responder.
Digamos que, dessas 15 questões que você deixou em branco, depois de fazer essa análise de cenário, você tivesse acertado 10 e errado 5, caso tivesse marcado no cartão-resposta. Isso significaria que você teria tirado uma nota 5 pontos acima do que tirou (10 acertos menos 5 erros = 5 pontos líquidos positivos).
Veja que essa é uma situação bem agressiva, a título de explicação apenas, pois normalmente uma questão deixada em branco é uma questão em que se tem tanta, mas tanta dúvida, que nem ao menos foi chutada (“K” de “KICK”). Você deixou em branco porque realmente não tinha ideia da resposta.
Mas então do que adianta saber se você teria acertado ou errado as questões que deixou em branco, se na hora da prova você não tinha ideia da possível resposta para elas?
Esse é um trabalho que tem que ser desenvolvido ao longo de vários simulados. Não 1 ou 2, mas sim uns 10 ou 15…
O objetivo é que, realizando a marcação ao lado do enunciado com C, D, K e no caso de deixar em branco C/E com a resposta que você teria chutado (depois de forçar, pensar e refletir bastante), e depois fazendo a contagem das questões em branco que você teria acertado, e medindo o seu novo resultado com este cenário hipotético de ter marcado 100% das questões da prova no cartão-resposta, os seguintes fenômenos vão acontecer:
- Você se forçará a ler novamente as questões da prova que deixaria em branco, tomando mais cuidado com essas questões, pois são pontos que você está “zerando” (nem ganhando, nem perdendo), mas que poderiam ser pontos líquidos positivos adicionais. Provavelmente só de começar a fazer isso na hora da prova você vai passar a deixar menos questões em branco;
- Você observará que nem todas as questões que deixou em branco eram realmente para terem sido deixadas em branco, e vai começar a entender qual tipo de questão REALMENTE era para ter sido deixada em branco (no caso, as 5 que você errou, no exemplo acima), e quais deveriam ter sido marcadas no cartão-resposta (aquelas 10 que você teria acertado);
Fazendo este procedimento sempre que fizer simulados, e de forma cíclica, não esquecendo de fazer as marcações DURANTE a prova, e depois conferindo e comparando seu resultado real versus o resultado do cenário hipotético, você vai começar a se acostumar a associar, de forma intuitiva na sua cabeça, quais questões você tem CERTEZA, quais questões você tem DÚVIDA, e quais você deve CHUTAR ou DEIXAR EM BRANCO.
Realmente o grande ganho dessa técnica reside na fronteira entre CHUTAR ou DEIXAR EM BRANCO, pois realmente não há grandes diferenças de ordem prática (ou seja, no aumento da nota líquida) entre você classificar uma questão em CERTEZA ou DÚVIDA, porque classificando num grupo ou outro, você acabou por fim marcando a resposta no cartão. Não faz diferença se classificou num grupo ou outro. Você só utiliza essa classificação para entender O QUÃO LONGE essas questões marcadas com CERTA ou DÚVIDA estão da fronteira CHUTE / EM BRANCO.
E a fronteira entre CHUTE e DEIXAR EM BRANCO é realmente a zona crítica, pois é aí que reside o grande potencial de aumento da sua nota líquida, pois um aparente pequeno ERRO na classificação em um grupo ou outro pode te levar a uma das seguintes situações indesejadas:
- ERRAR uma questão que deveria ter sido deixada em branco;
- DEIXAR DE ACERTAR uma questão que foi deixada em branco e que deveria ter sido marcada no cartão-resposta.
Veja que quando você incorre no primeiro erro, é penalizado com -1 ponto. E quando incorre no segundo erro, deixa de ganhar +1 ponto.
Pelas minhas pesquisas e pelas experiências que tive, normalmente numa prova de 120 questões CESPE do tipo C/E as pessoas deixam, na média, em torno de 10-20 questões em branco, dependendo da estratégia utilizada, da dificuldade da prova, e outros fatores, sendo que essa faixa de valores tem média 15, que foi o exemplo que eu utilizei.
Existe aí portanto um potencial de 15 pontos. São +15 pontos potenciais, que estavam em jogo, e foram deixados para escanteio.
Eu não estou dizendo que você teria que ter marcado todas essas 15 questões (ou seja, deixado ZERO questões em branco). Eu só quero que você reflita tecnicamente sobre essas 15 questões, em todos os simulados que fizer de hoje em diante, para avaliar se por acaso deixou de marcar alguma questão que você sabia a resposta, seja por se lembrar do assunto, seja por ter uma boa intuição.
Nem todas as pessoas têm uma boa intuição na hora de chutar questões, ou têm apetite de risco muito baixo, e preferem não se arriscar chutando questões onde reside muita dúvida, de maneira que preferem deixar em branco.
Eu até concordo com esse tipo de abordagem, acho correta também. Mas mesmo essas pessoas avessas ao risco devem sim testar esta técnica e fazer este tipo de análise e todo o processo cíclico de reflexão envolvido, pois pode ser que em alguns (ou muitos) casos haja questões potenciais a serem acertadas, mas que foram desperdiçadas (deixadas em branco).
Só é possível entender se sua intuição funciona mesmo se você testá-la diversas vezes ao longo dos simulados. Pode ser que você chegue à conclusão que você não é uma pessoa muito boa de chute, então neste caso é melhor deixar em branco mesmo.
Mas aí você se pergunta: “e se eu fizer esse teste, e das 15 questões que eu deixei em branco, na hora de verificar a resposta que eu teria chutado, eu verificar que eu teria errado todas elas?”
Se isso acontecer, duas possíveis conclusões podem ser tiradas: ou você realmente já está classificando suas questões no grupo “EM BRANCO” corretamente (deixando de marcar questões que tem muita dúvida, e que potencialmente podem te acarretar pontuação negativa) ou você precisa estudar mais (este último caso, se a quantidade de questões em branco forem muito grandes, acima de 20 por exemplo).
De todas maneiras, o que eu espero que você tenha compreendido até este ponto do texto é o seguinte:
1 - Você tem que classificar as questões (C, D, K ou EB) durante a execução dos seus simulados;
2 - Você precisa reler e analisar à exaustão as questões que marcou “EB” (em branco) na hora da prova, para entender se é realmente uma questão a ser deixada em branco ou uma questão a ser marcada no cartão;
3 - Na hora da correção do simulado, você tem que analisar os percentuais em cada grupo de questões (C, D, K ou EB), e esse percentual deve estar sempre decaindo (do C até o EB);
4 - Você tem que analisar e comparar os dois cenários: o cenário REAL, e o cenário HIPOTÉTICO, sendo que este último é a sua nota caso você considere a pontuação líquida (positiva ou negativa) das respostas que teria chutado (das questões que deixou em branco);
5 - Você deve repetir este ciclo por vários e vários simulados, e depois analisar todos eles em conjunto, da seguinte maneira: caso sua nota hipotética seja CONSISTENTEMENTE MENOR que a real, há um indicativo de que você está fazendo a coisa certa (ou seja, você está deixando em branco questões potencialmente danosas, que teria errado caso tivesse deixado em branco); e caso sua nota hipotética seja CONSISTENTEMENTE MAIOR que a real, pode ser que você esteja jogando fora alguns pontos adicionais;
Algumas considerações finais são necessárias sobre cada um dos 5 itens imediatamente acima.
1 - Você não precisa ficar “maluco” na hora da prova para classificar as questões: você pode ter menos cuidado na hora de classificar as questões com CERTEZA ou DÚVIDA, mas terá que ter MUITA ATENÇÃO E FOCO na hora de classificar as questões como CHUTE ou EM BRANCO (pois é nesta "fronteira" que residem os pontos potenciais a serem obtidos ou os pontos negativos a serem evitados daqui para frente);
2 - Você só vai conseguir desenvolver sua habilidade para decidir por deixar uma questão EM BRANCO ou CHUTAR, depois de bastante tempo utilizando esta técnica, ciclando este procedimento várias vezes seguidas, durante pelo menos uns 10 ou 15 simulados;
3 - O desejável é realmente que os percentuais de acerto sejam maiores no grupo CERTEZA, um pouco menores no grupo DÚVIDA, e menos um pouco no grupo CHUTE, e menos ainda no grupo EM BRANCO, sendo que nos primeiros três grupos a pontuação líquida tem que ser POSITIVA, e neste último o desejável é que seja NEGATIVA mesmo;
4 - Caso o resultado líquido do cenário hipotético seja consistentemente maior que o cenário real, você provavelmente está classificando mal as questões, deixando muitas questões EM BRANCO que poderia ter CHUTADO; caso o resultado líquido do cenário hipotético seja consistentemente menor que o cenário real, você provavelmente está deixando corretamente as questões EM BRANCO, evitando de chutá-las e mais errá-las do que acertá-las, perdendo pontos líquidos;
5 - Lembre-se que pode ser que o seu resultado varie de forma mais ou menos aleatória de um simulado para outro. Pode ser que no primeiro simulado você consiga um cenário hipotético melhor que o real, e na prova seguinte isto se inverta, e continue se invertendo de um simulado para outro. Caso isto aconteça, pode ser que exista um fator de aleatoriedade muito grande no sistema (e você terá que usar o conceito do CICLO PDCA para descobrir!), ou que você esteja realizando os simulados de forma muito distinta, ou qualquer outra coisa. Para analisar e comprar de forma CONSISTENTE um simulado com outro, é preciso que você mantenha todas as demais variáveis CONSTANTES, a fim de entender o que é que está gerando oscilações. Este tipo de análise se chama TESTE DE ESTRESSE.
Caso você tenha alguma dúvida ou sugestão sobre este assunto, deixe uma mensagem pra gente na parte de comentários, logo abaixo.
E para maior aprofundamento no tema e maiores informações sobre o COACHING MISSÃO FEDERAL (Técnicas de Estudo na Preparação para Concursos Públicos), entre em contato com os Professores (Coaches) do Grupo Missão Federal através da Fan Page no Facebook (https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/) ou através do email: coachingmissaofederal@gmail.com.
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Em caso de dúvida, entre em contato conosco previamente através do email coachingmissaofederal@gmail.com. Casos de abuso serão resolvidos na esfera jurídica aplicável, de acordo com a lei.
Hoje vamos à parte 10 da nossa série de COMO FAZER SIMULADOS. Vamos abordar um assunto bastante complexo e que tem uma carga técnica bastante grande, mas que vai te ajudar a descobrir onde é que você pode melhorar, onde você tem a ganhar, onde pode deixar de perder, e como vai fazer a sua nota subir mais ainda.
Se você já leu todas as nossas nove postagens anteriores sobre simulados, e já colocou em prática todas elas, você já deve ter sentido uma grande diferença na sua pontuação líquida, tenho certeza disto.
No meu caso, quando eu comecei a estudar para concursos públicos, e comecei a tornar meus simulados cada vez mais profissionais, percebi essa melhora significativa na pontuação líquida. Quanto mais tempo eu dedicava ao simulado (fazer a prova sem pressa de acabar), quanto mais concentração, quanto mais disciplina, profissionalismo e atitude de vencedor, maior era a minha nota.
Cabe aqui uma observação adicional inicial. Se você faz ou fez cursinho presencial, já deve ter notado a quantidade de pessoas que estão frequentando aquele lugar há anos e anos a fio, sem perspectiva concreta de ser aprovado no concurso. Essas pessoas geralmente conhecem todas as pessoas no cursinho e também são conhecidas, tanto pelos alunos, quanto pelos funcionários e professores. Geralmente também são as que têm um "prazer obscuro" em dizer que sabem exatamente o que tem que ser feito para passar no concurso, tudo o que tem que ser estudado, a forma como as coisas têm que ser feitas, porém, essas pessoas estão lá no cursinho até hoje, então algo está errado. Procure não se basear na atitude que essas pessoas têm com relação ao estudo, SOBRETUDO com relação aos SIMULADOS.
Bem, essa foi a breve introdução, e agora vamos ao tema em si.
Durante esse meu período de estudo para concurso eu não estudei somente os conteúdos das matérias em si, mas também as técnicas aplicadas ao estudo: a forma de estudar, a forma de fixar as matérias, a forma de consolidar, a forma de se testar (questões, simulados), dentre outras coisas.
Algumas dessas técnicas estão relacionadas ao arcabouço de conhecimento que envolve uma PROVA ESCRITA de concurso. E o que não falta à banca CESPE é conhecimento e experiência neste assunto. Vamos ver como e porque.
Uma das coisas mais importantes que você precisa saber antes de começar a analisar sua prova de simulado é saber o que é a Teoria de Resposta ao Item (TRI), um dos conceitos utilizado pelo CESPE.
Segundo o Jornal do CESPE/UnB, ano 5, nº 18 de maio e junho de 2010:
“Conseguir uma boa nota em uma avaliação acertando as respostas por meio do conhecido “chute” ficou mais difícil a partir da implantação da Teoria de Resposta ao Item (TRI). O método consiste em um conjunto de modelos estatísticos, comumente usado em testes de múltipla escolha e que pode medir, entre outras coisas, quais questões têm mais probabilidade de ser acertadas ao acaso.”
A matéria continua:
“Parâmetros de avaliação - Existem três parâmetros que podem ser avaliados nas questões que utilizam a Teoria de Resposta ao Item:
1) Discriminação: permite avaliar se a questão consegue distinguir os alunos que sabem o conteúdo daqueles que não sabem. Neste parâmetro, um item bom é aquele que possui alta discriminação, ou seja, alta probabilidade de acerto para os estudantes que sabem o conteúdo do item e menor probabilidade para os alunos que possuem pouca habilidade.
2) Dificuldade: Posiciona o item na escala de conhecimento. De acordo com essa escala, os itens podem ser considerados difíceis, medianos ou fáceis.
3) Acerto ao acaso: Determina qual é a probabilidade de um item ser acertado por indivíduos com baixo nível de conhecimento.”
Fonte: http://www.cespe.unb.br/JornalCESPE/PDFs/018.pdf
Ou seja, já deu para notar até aqui que o CESPE testa PREVIAMENTE os tipos de questões que vai colocar nas provas, a fim de fazer uma seleção de questões com alta discriminação, conceito este que fará com que:
- Quem estudou e sabe a matéria tenha maior probabilidade de ACERTAR;
- Quem não estudou e não sabe a matéria tenha maior probabilidade de ERRAR;
Um outro ponto importante para explicarmos aqui é o tema que foi abordado na PARTE 5 da nossa série sobre simulados, que discorre sobre a característica das provas CESPE em ser do tipo “certo ou errado, sendo que uma errada anula uma certa”, o que também acaba forçando aos concurseiros a NÃO chutar, sob pena de perder pontos. Este assunto foi amplamente discorrido aqui nesta postagem: http://blogmissaofederal.blogspot.com.br/2017/01/dicas-de-como-fazer-um-bom-simulado-um.html
Então você já sabe que a prova do CESPE favorece quem estuda e sabe a matéria, desfavorece quem não estudou muito, e por cima ainda penaliza quem chuta questões.
E quando eu digo que penaliza quem chuta questões, estou me referindo tanto ao grupo de pessoas que estudou e sabe a matéria quanto o grupo que estudou pouco e sabe pouco da matéria. A penalização do chute se aplica aos dois casos.
Chutar provas CESPE do tipo “certo ou errado” é sempre um risco muito grande (e foi isso que falamos na parte 5). Além disso, é praticamente impossível (probabilidade bem próxima de ZERO) de um indivíduo passar num concurso CESPE do tipo “certo ou errado” chutando todas as questões.
É claro que chutar uma questão ou outra, tudo bem. Dependendo da quantidade de questões que você vai chutar, é claro, pode ser benéfico para você, pois pode te render uns pontos extras. Mas se essa quantidade de chutes for muito grande, você já começa a se arriscar demais, e daí passa a não valer a pena. Este é um dos assuntos que vamos abordar aqui nesta postagem.
Durante minha época de concurseiro eu estudei muito essa questão do chute. Existem diversas teorias por aí sobre esse assunto, aplicadas especificamente às provas do CESPE. Se você jogar os termos “teoria do chute prova cespe” no Google, verá a grande quantidade de postagens e vídeos que existem sobre o tema. Acho interessante e válido ler todas as teorias sobre o assunto, a fim de que você possa analisar, refletir e chegar às suas próprias conclusões. Eu fiz exatamente isso no passado, e cheguei ao MEU modelo. Você é plenamente capaz de estudar o assunto e chegar no SEU modelo ideal. Não deixe de fazer isso, mesmo que você tenha pouco tempo sobrando, pois este assunto é crucial para o seu sucesso.
Mas agora vamos ao modelo que eu construí, com base em tudo que assisti e li até hoje, e que acho que é o modelo mais equilibrado em termos de custo/benefício e que vai minimizar o risco de você chutar errado e maximizar suas chances de aumentar sua nota da prova com algum percentual de chute.
Em primeiro lugar, temos que estabelecer as seguintes premissas:
- Você não vai conseguir estudar todos os tópicos de todas as disciplinas que caem na prova;
- Você não será capaz de decorar todos os números, leis, artigos, incisos, regras que precisaria decorar para acertar todas as questões de todos os tópicos de todas as matérias;
- Sua capacidade de foco e de interpretação de enunciados de questões, por mais que seja muito alta, não o impedirá de errar questões na prova por falta de atenção ou por cair em pegadinhas;
- A principal de todas: você não é infalível.
Mas veja bem: isto tudo não impede que você almeje estudar todos os tópicos de todas as disciplinas, de decorar tudo o que precisa ser decorado e de fazer todas as questões possíveis e imaginárias sobre estes assuntos. Aliás, pelo contrário, acho que você deve almejar isto com afinco, mesmo que não atinja este objetivo. Mirar alto vai fazer você acertar alto.
Só que na hora da prova, por mais que você tenha estudado muito, decorado muito, treinado muitas questões e feito muitos simulados, você vai errar, eu tenho certeza. Além de errar, você vai ficar em dúvida, vai ficar com medo de chutar, vai pensar em deixar em branco, vai deixar de fato algumas em branco, vai chutar errado, vai passar a resposta errada no cartão-resposta, dentre outras coisas. Isso tudo é normal e vai acontecer. O que precisamos fazer daqui para frente é treinar para que isso tudo seja MINIMIZADO.
O que costumo dizer para quem estuda para concurso, sejam leitores do blog, alunos do Grupo Missão Federal, alunos de Coaching etc, é:
VOCÊ PRECISA TREINAR A SUA “MÁQUINA DE FAZER PROVAS”
Sim, porque não é necessariamente o aluno mais inteligente, nem o que sabe mais a matéria que passa num concurso público.
Quem passa no concurso é quem tira a maior pontuação líquida em relação aos seus concorrentes, dentro das vagas.
O que você precisa colocar na sua cabeça é que você tem que tirar a maior nota líquida possível.
Mas como tirar a maior líquida possível?
Para início de conversa, você precisa entender como é que é calculada a nota líquida. Sem entender qual é a equação que se calcula a nota líquida, você não terá como maximiza-la.
Você já sabe que cada questão errada anula uma certa, isso tá OK.
Então vamos à fórmula da nota líquida:
NOTA LÍQUIDA = ACERTOS - ERROS + [ ( EM BRANCO ) * 0 ]
Não sei se você notou uma coisa um pouco “estranha” na fórmula: eu adicionei uma parcela que contém a quantidade de questões em branco multiplicada por ZERO.
Todo número que é multiplicado por ZERO é igual a ZERO, ou seja, não muda nada o resultado da equação. É isso mesmo. A quantidade de questões que você deixa em branco não altera a sua nota para cima ou para baixo. Porém, cada questão deixada em branco pode ter sido um acerto que você deixou de ganhar, mas também pode ser um ponto que você deixou de perder.
O grande “pulo do gato” aqui é chamar a atenção para todas as partes da suposta equação: os ACERTOS, os ERROS e também as questões deixadas EM BRANCO, pois apesar de estarem sendo multiplicadas por ZERO, estas últimas influenciam também o resultado da sua nota, pois cada questão que você NÃO deixa em branco pode se tornar um ACERTO (e tome cuidado, pois também pode se tornar um erro).
Novamente, essa fórmula parece uma coisa meio óbvia, mas eu não sei se você já parou para pensar o seguinte, que para maximizar a sua nota líquida, você precisa (atenção para o terceiro item!):
- MAXIMIZAR a quantidade de ACERTOS;
- MINIMIZAR a quantidade de ERROS;
- MINIMIZAR a quantidade de questões que você deixou EM BRANCO que você TERIA ACERTADO se tivesse marcado no cartão-resposta;
Tudo bem, você está se perguntando: “como eu iria saber se eu acertaria aquela questão? Afinal, eu deixei em branco porque estava com dúvida, e fiquei com medo de chutar e errar”.
Sim, numa prova com 120 questões, certamente há questões que você tem “certeza” da resposta, outras que terá um pouco de dúvida, outras que terá muita dúvida, e outras em que a dúvida será tão grande, que você preferirá deixar a questão em branco do que arriscar um chute no escuro que poderá te penalizar com 1 ponto a menos.
Você está corretíssimo. É isso que você tem que fazer mesmo, e é justamente assim que você deve classificar suas questões: uma parte delas você terá CERTEZA da resposta, outras ficará com DÚVIDA, uma parte delas você terá bastante dúvida mas sentirá confiança suficiente para CHUTAR, e uma última parte deixará EM BRANCO.
Portanto, estas são portanto as 4 classificações que você deve usar nas questões:
- CERTEZA;
- DÚVIDA;
- CHUTE;
- EM BRANCO.
Em toda prova que você fizer, sejam provas de verdade ou simulados, invariavelmente haverá questões classificadas dentre esses 4 grupos.
Daí você se pergunta: “mas quantas questões eu preciso ter em cada grupo?”
O desejável, obviamente, é que você tivesse 100% das questões no CERTEZA, sobrando nenhuma com dúvida, chute, ou em branco. Mas isso é IMPOSSÍVEL.
O que você tem que buscar, nos seus estudos e treinos, é que seu conhecimento e sua memorização sejam capazes de gerar o máximo possível de questões com CERTEZA, poucas com dúvidas, e menos ainda que sejam chutadas ou que sejam deixadas em branco.
Por isso que o treinamento de simulados deve ocorrer em paralelo com o estudo, a fixação, a consolidação do conhecimento, para que você possa ir testando, afinando seu conhecimento, verificando onde precisa focar mais, e deixando sua “máquina de fazer provas” cada vez mais ajustada.
Bem, então o que eu peço é que a partir de agora, quando você for fazer um simulado, classifique as questões (OBS: no momento em que estiver FAZENDO a prova, e não na correção!) dentre esses quatro grupos: TODAS as questões da prova devem ser classificadas entre CERTEZA, DÚVIDA, CHUTE ou EM BRANCO. Todas elas!
Uma coisa que você vai se tocar muito em breve, quando começar a aplicar essa metodologia, é o seguinte: nem todas as questões que você marca como “CERTEZA” você vai acertar.
Alguns se perguntam: “ah, mas se eu marquei que eu tenho CERTEZA, como é que eu posso ter errado a questão?”
A resposta é simples: você não tem como ter realmente 100% de certeza. Não tem como garantir que você sabia mesmo 100% da matéria. Várias coisas podem ter acontecido que te impediram de garantir esta certeza. Você pode ter lido errado o enunciado, pode ter caído numa pegadinha (e esse não é mesmo o objetivo da banca? Então!!!), pode ter se confundido com algum conceito, por ter ficado distraído, etc.
A realidade é que NÃO há como garantir o acerto de todas as questões que você marca como tendo “CERTEZA”. Você vai acertar algumas delas, e errar outras. Claro que o desejável e esperado é que você acerte mais do que erre, para somar pontos líquidos positivos.
Você vai notar também que, com relação às questões que tinha DÚVIDA, também vai acertar algumas e errar outras. Certamente o percentual de acerto neste grupo será menor que o percentual de acerto do grupo “CERTEZA”.
O mesmo fenômeno acontecerá com as questões que você CHUTOU: certamente o percentual de acerto será um pouco menor do que as questões que você marcou como “DÚVIDA”, e certamente bem menor do que as questões do grupo “CERTEZA”.
Em suma, o seu percentual de acerto vai caindo de grupo para grupo. O percentual de acerto do grupo “CERTEZA” deve ser o maior de todos. O percentual de acerto do grupo “DÚVIDA” provavelmente vai ser um pouco menor, e o percentual de acerto do grupo “CHUTE” deverá ser menor ainda.
Apenas a título de exemplificação (para fins didáticos), os percentuais de acerto de um determinado aluno que já começou a estudar há alguns meses deveriam ser algo em torno de:
- CERTEZA: 80%
- DÚVIDA: 66%
- CHUTE: 55%
O que significa, no final das contas, que as questões que você tinha “certeza”, é claro que você não tinha certeza absoluta! As questões que você tinha dúvida, acabou acertando algumas e errando outras, e as questões que chutou vão ficar com percentual próximo de 50%.
E o que é importante com relação a estes percentuais? O do grupo CERTEZA tem que ficar o mais próximo possível de 100% (embora você já tenha compreendido que é impossível chegar a 100%), o do grupo CHUTE tem que ficar em torno de 50% (porém ACIMA de 50% sempre, e vamos falar sobre isso em breve), e o grupo DÚVIDA tem que ficar num percentual entre os percentuais dos grupos CHUTE a CERTEZA (mais ou menos no meio).
Agora, porque eu disse que o percentual de acerto do grupo CHUTE tem que ficar próximo de 50%, porém, ACIMA deste valor?
Porque se você chutou um grupo de questões e ficou com acerto MENOR que 50%, isso significa que você perdeu mais pontos do que acertou.
Vamos aos números: se você chutou 10 questões, tendo acertado 4 e errado 6, um percentual de acerto de 40% (veja, menor que 50%), e o que isto significa: que você ficou com 2 pontos negativos (4 - 6 = -2). De que adiantou você ter chutado essas 10 questões, se sua nota CAIU (perdeu 2 pontos).
O que eu quero dizer, portanto, é que só vale você chutar questões se a nota LÍQUIDA resultantes deste grupo de chutes seja POSITIVA, e isso acontece justamente quando seu percentual de acerto fica em mais de 50%, gerando uma pontuação líquida POSITIVA.
Tudo bem, mas como avaliar isso como um todo na sua prova?
Como eu disse, você precisa marcar, no caderno de questões, num cantinho do lado do enunciado de cada questão, alguma simbologia que identifique cada questão como sendo de cada um dos grupos: CERTEZA, DÚVIDA, CHUTE ou EM BRANCO.
Vou dizer como eu fazia na minha época. Geralmente nas minhas provas eu colocava “C” de certeza, “D” de dúvida, “K” de “kick” (“chute” em inglês) ou deixava sem marcação nenhuma, para indicar uma questão em branco (vamos falar mais sobre isso à frente).
Você tem que fazer essas marcações no momento em que estiver fazendo seu simulado, e NÃO depois (pois certamente passadas muitas horas ou dias da prova, esquecerá como é que classificou cada questão, além do fato de que o resultado de cada questão -- acerto ou erro -- influenciará a classificação que você vai dar).
Então, sempre faça essa classificação DURANTE a realização da prova (até no máximo o fim do tempo dela).
Pois bem, você fez sua prova, classificou todas as questões dentro dos 4 grupos, tudo direitinho. Agora como consolidar o resultado de tudo isso e avaliar como você se saiu?
Para isso você precisa se organizar, preferencialmente utilizando uma planilha.
Vamos dar um exemplo abaixo de uma planilha que você pode montar para fazer isto. Basicamente o que você precisa ter é uma linha da planilha para cada questão da prova, ou seja, 120 linhas.
Cada coluna conterá:
- A sua resposta (C ou E);
- O gabarito final/oficial (C ou E);
- A pontuação da questão (1, 0 ou -1)
- A classificação que você deu para a questão (C, D, K ou em branco);
O que você precisará analisar então? Você precisa somar a quantidade de questões classificadas em cada grupo. Vamos supor hipoteticamente que você tenha classificado as 120 questões da seguinte maneira:
C: 50 questões
D: 40 questões
K: 15 questões
EB: 15 questões
Agora vamos incluir a informação sobre quantas questões você acertou em cada grupo, e o percentual de acerto bruto decorrente destes acertos (vamos inventar a quantidade de questões acertadas em cada grupo):
C: 50 questões, 40 acertos (80%)
D: 40 questões, 25 acertos (62,5%)
K: 15 questões, 8 acertos (~53%)
EB: 15 questões (0%)
Numa prova como esta, você teria acertado 73 questões (40 + 25 +8) e errado 32 questões (10 + 15 +7), de maneira que sua nota líquida teria sido 41 pontos (73 - 32).
Como você faz para avaliar o resultado da sua prova? Como você sabe se fez uma prova boa ou ruim? Como você sabe se está no limite máximo superior da nota líquida que pode obter? Como sabe se teria como tirar uma nota mais alta nesta mesma prova?
No caso do exemplo acima, vejam que o percentual de acerto está em 80% no “CERTEZA”, e vai caindo para 62,5% no “DÚVIDA”, depois cai de novo para 53% no “KICK”, e 15 questões foram deixadas em branco.
Ou seja, o percentual de acerto foi caindo, sendo maior no grupo de questões que tinha certeza, e menor no grupo de questões que chutou.
Repare que neste caso o aluno obteve pontuação líquida positiva nas questões de todos os três grupos (C, D, K). As questões em branco foram deixadas em branco, ou seja, não ganhou nem perdeu nenhum ponto nestas questões.
Vamos checar se o aluno conseguiu atingir todos os objetivos para aumentar a nota líquida:
- MAXIMIZAR a quantidade de ACERTOS e MINIMIZAR a quantidade de ERROS: no que podemos analisar aqui, SIM, objetivo atingido, pois foram obtidos mais acertos do que erros, em todos os grupos, gerando uma pontuação positiva. Se este número poderia ter sido maior ainda, em um grupo ou em outro, depende do estudo adequado, da memorização, da fixação, da técnica de fazer provas, etc.
- MINIMIZAR a quantidade de questões que você deixou EM BRANCO que você TERIA ACERTADO se tivesse marcado no cartão-resposta: até aqui este ponto ainda NÃO foi analisado, pois as questões que o aluno ficou com muita dúvida deixou em branco, não marcou no cartão-resposta, então não foi possível analisar se ele teria acertado ou não estas questões.
É neste segundo ponto que entra o grande trunfo desta técnica, e dependerá de uma atividade adicional a ser feita nas questões que forem ser deixadas em branco numa prova de simulado qualquer.
Você poderá deixar questões em branco no cartão-resposta, sim. Porém, você deverá fazer um trabalho especial e adicional com elas na hora da prova. Você deverá reler estas questões até a exaustão, diversas vezes, refletindo todas as possibilidades, tentando se lembrar dos assuntos cobrados, puxando lá do fundo da memória, e vai responder, para cada uma delas, a seguinte pergunta:
“SE EU FOSSE CHUTAR ESTA QUESTÃO NO CARTÃO-RESPOSTA, QUAL SERIA A MINHA RESPOSTA?”
Daí então, ao lado do enunciado de cada questão que for deixar em branco, no caderno de questões, você deve marcar “C” ou “E”, de acordo com a resposta que teria marcado no cartão-resposta, caso fosse realmente chutar aquela questão, ao invés de deixar em branco.
No caso do nosso exemplo hipotético, foram 15 questões deixadas em branco. Logo, ao lado do enunciado de cada uma dessas 15 questões você deverá fazer todo aquele grande esforço de mentalização, de lembrança, de resgate das informações que já estudou, questão por questão, e realizar uma marcação, indicando “C” ou “E”.
Mas você NÃO vai marcar nenhuma resposta no cartão-resposta referente a estas questões, vai apenas marcar “C” ou “E” no CADERNO DE QUESTÕES, ok?
Então, naquela planilha que eu sugeri que fosse feita, para apuração das notas, com 120 linhas, você vai ter que adicionar mais um coluna contendo a seguinte informação: “EM CASO DE TER DEIXADO EM BRANCO, QUAL TERIA CHUTADO?”, em que vai preencher com “C” ou “E”.
O objetivo de inserir uma coluna com esta informação é a seguinte: você vai ter que analisar esse grupo de 15 questões que deixou em branco, comparando a informação na coluna “EM CASO DE TER DEIXADO EM BRANCO, QUAL TERIA CHUTADO” com o gabarito da questão. Daí você vai marcar +1 ponto caso tivesse acertado e -1 ponto caso tivesse errado.
Esta é uma análise de cenário, ou seja, aqui será analisado o seguinte cenário (ou situação hipotética): qual teria sido o seu resultado da prova caso você tivesse marcado essas 15 questões no cartão-resposta? Será que sua nota teria aumentado? Será que teria diminuído? Ou será que teria permanecido igual? São justamente essas perguntas que queremos responder.
Digamos que, dessas 15 questões que você deixou em branco, depois de fazer essa análise de cenário, você tivesse acertado 10 e errado 5, caso tivesse marcado no cartão-resposta. Isso significaria que você teria tirado uma nota 5 pontos acima do que tirou (10 acertos menos 5 erros = 5 pontos líquidos positivos).
Veja que essa é uma situação bem agressiva, a título de explicação apenas, pois normalmente uma questão deixada em branco é uma questão em que se tem tanta, mas tanta dúvida, que nem ao menos foi chutada (“K” de “KICK”). Você deixou em branco porque realmente não tinha ideia da resposta.
Mas então do que adianta saber se você teria acertado ou errado as questões que deixou em branco, se na hora da prova você não tinha ideia da possível resposta para elas?
Esse é um trabalho que tem que ser desenvolvido ao longo de vários simulados. Não 1 ou 2, mas sim uns 10 ou 15…
O objetivo é que, realizando a marcação ao lado do enunciado com C, D, K e no caso de deixar em branco C/E com a resposta que você teria chutado (depois de forçar, pensar e refletir bastante), e depois fazendo a contagem das questões em branco que você teria acertado, e medindo o seu novo resultado com este cenário hipotético de ter marcado 100% das questões da prova no cartão-resposta, os seguintes fenômenos vão acontecer:
- Você se forçará a ler novamente as questões da prova que deixaria em branco, tomando mais cuidado com essas questões, pois são pontos que você está “zerando” (nem ganhando, nem perdendo), mas que poderiam ser pontos líquidos positivos adicionais. Provavelmente só de começar a fazer isso na hora da prova você vai passar a deixar menos questões em branco;
- Você observará que nem todas as questões que deixou em branco eram realmente para terem sido deixadas em branco, e vai começar a entender qual tipo de questão REALMENTE era para ter sido deixada em branco (no caso, as 5 que você errou, no exemplo acima), e quais deveriam ter sido marcadas no cartão-resposta (aquelas 10 que você teria acertado);
Fazendo este procedimento sempre que fizer simulados, e de forma cíclica, não esquecendo de fazer as marcações DURANTE a prova, e depois conferindo e comparando seu resultado real versus o resultado do cenário hipotético, você vai começar a se acostumar a associar, de forma intuitiva na sua cabeça, quais questões você tem CERTEZA, quais questões você tem DÚVIDA, e quais você deve CHUTAR ou DEIXAR EM BRANCO.
Realmente o grande ganho dessa técnica reside na fronteira entre CHUTAR ou DEIXAR EM BRANCO, pois realmente não há grandes diferenças de ordem prática (ou seja, no aumento da nota líquida) entre você classificar uma questão em CERTEZA ou DÚVIDA, porque classificando num grupo ou outro, você acabou por fim marcando a resposta no cartão. Não faz diferença se classificou num grupo ou outro. Você só utiliza essa classificação para entender O QUÃO LONGE essas questões marcadas com CERTA ou DÚVIDA estão da fronteira CHUTE / EM BRANCO.
E a fronteira entre CHUTE e DEIXAR EM BRANCO é realmente a zona crítica, pois é aí que reside o grande potencial de aumento da sua nota líquida, pois um aparente pequeno ERRO na classificação em um grupo ou outro pode te levar a uma das seguintes situações indesejadas:
- ERRAR uma questão que deveria ter sido deixada em branco;
- DEIXAR DE ACERTAR uma questão que foi deixada em branco e que deveria ter sido marcada no cartão-resposta.
Veja que quando você incorre no primeiro erro, é penalizado com -1 ponto. E quando incorre no segundo erro, deixa de ganhar +1 ponto.
Pelas minhas pesquisas e pelas experiências que tive, normalmente numa prova de 120 questões CESPE do tipo C/E as pessoas deixam, na média, em torno de 10-20 questões em branco, dependendo da estratégia utilizada, da dificuldade da prova, e outros fatores, sendo que essa faixa de valores tem média 15, que foi o exemplo que eu utilizei.
Existe aí portanto um potencial de 15 pontos. São +15 pontos potenciais, que estavam em jogo, e foram deixados para escanteio.
Eu não estou dizendo que você teria que ter marcado todas essas 15 questões (ou seja, deixado ZERO questões em branco). Eu só quero que você reflita tecnicamente sobre essas 15 questões, em todos os simulados que fizer de hoje em diante, para avaliar se por acaso deixou de marcar alguma questão que você sabia a resposta, seja por se lembrar do assunto, seja por ter uma boa intuição.
Nem todas as pessoas têm uma boa intuição na hora de chutar questões, ou têm apetite de risco muito baixo, e preferem não se arriscar chutando questões onde reside muita dúvida, de maneira que preferem deixar em branco.
Eu até concordo com esse tipo de abordagem, acho correta também. Mas mesmo essas pessoas avessas ao risco devem sim testar esta técnica e fazer este tipo de análise e todo o processo cíclico de reflexão envolvido, pois pode ser que em alguns (ou muitos) casos haja questões potenciais a serem acertadas, mas que foram desperdiçadas (deixadas em branco).
Só é possível entender se sua intuição funciona mesmo se você testá-la diversas vezes ao longo dos simulados. Pode ser que você chegue à conclusão que você não é uma pessoa muito boa de chute, então neste caso é melhor deixar em branco mesmo.
Mas aí você se pergunta: “e se eu fizer esse teste, e das 15 questões que eu deixei em branco, na hora de verificar a resposta que eu teria chutado, eu verificar que eu teria errado todas elas?”
Se isso acontecer, duas possíveis conclusões podem ser tiradas: ou você realmente já está classificando suas questões no grupo “EM BRANCO” corretamente (deixando de marcar questões que tem muita dúvida, e que potencialmente podem te acarretar pontuação negativa) ou você precisa estudar mais (este último caso, se a quantidade de questões em branco forem muito grandes, acima de 20 por exemplo).
De todas maneiras, o que eu espero que você tenha compreendido até este ponto do texto é o seguinte:
1 - Você tem que classificar as questões (C, D, K ou EB) durante a execução dos seus simulados;
2 - Você precisa reler e analisar à exaustão as questões que marcou “EB” (em branco) na hora da prova, para entender se é realmente uma questão a ser deixada em branco ou uma questão a ser marcada no cartão;
3 - Na hora da correção do simulado, você tem que analisar os percentuais em cada grupo de questões (C, D, K ou EB), e esse percentual deve estar sempre decaindo (do C até o EB);
4 - Você tem que analisar e comparar os dois cenários: o cenário REAL, e o cenário HIPOTÉTICO, sendo que este último é a sua nota caso você considere a pontuação líquida (positiva ou negativa) das respostas que teria chutado (das questões que deixou em branco);
5 - Você deve repetir este ciclo por vários e vários simulados, e depois analisar todos eles em conjunto, da seguinte maneira: caso sua nota hipotética seja CONSISTENTEMENTE MENOR que a real, há um indicativo de que você está fazendo a coisa certa (ou seja, você está deixando em branco questões potencialmente danosas, que teria errado caso tivesse deixado em branco); e caso sua nota hipotética seja CONSISTENTEMENTE MAIOR que a real, pode ser que você esteja jogando fora alguns pontos adicionais;
Algumas considerações finais são necessárias sobre cada um dos 5 itens imediatamente acima.
1 - Você não precisa ficar “maluco” na hora da prova para classificar as questões: você pode ter menos cuidado na hora de classificar as questões com CERTEZA ou DÚVIDA, mas terá que ter MUITA ATENÇÃO E FOCO na hora de classificar as questões como CHUTE ou EM BRANCO (pois é nesta "fronteira" que residem os pontos potenciais a serem obtidos ou os pontos negativos a serem evitados daqui para frente);
2 - Você só vai conseguir desenvolver sua habilidade para decidir por deixar uma questão EM BRANCO ou CHUTAR, depois de bastante tempo utilizando esta técnica, ciclando este procedimento várias vezes seguidas, durante pelo menos uns 10 ou 15 simulados;
3 - O desejável é realmente que os percentuais de acerto sejam maiores no grupo CERTEZA, um pouco menores no grupo DÚVIDA, e menos um pouco no grupo CHUTE, e menos ainda no grupo EM BRANCO, sendo que nos primeiros três grupos a pontuação líquida tem que ser POSITIVA, e neste último o desejável é que seja NEGATIVA mesmo;
4 - Caso o resultado líquido do cenário hipotético seja consistentemente maior que o cenário real, você provavelmente está classificando mal as questões, deixando muitas questões EM BRANCO que poderia ter CHUTADO; caso o resultado líquido do cenário hipotético seja consistentemente menor que o cenário real, você provavelmente está deixando corretamente as questões EM BRANCO, evitando de chutá-las e mais errá-las do que acertá-las, perdendo pontos líquidos;
5 - Lembre-se que pode ser que o seu resultado varie de forma mais ou menos aleatória de um simulado para outro. Pode ser que no primeiro simulado você consiga um cenário hipotético melhor que o real, e na prova seguinte isto se inverta, e continue se invertendo de um simulado para outro. Caso isto aconteça, pode ser que exista um fator de aleatoriedade muito grande no sistema (e você terá que usar o conceito do CICLO PDCA para descobrir!), ou que você esteja realizando os simulados de forma muito distinta, ou qualquer outra coisa. Para analisar e comprar de forma CONSISTENTE um simulado com outro, é preciso que você mantenha todas as demais variáveis CONSTANTES, a fim de entender o que é que está gerando oscilações. Este tipo de análise se chama TESTE DE ESTRESSE.
Caso você tenha alguma dúvida ou sugestão sobre este assunto, deixe uma mensagem pra gente na parte de comentários, logo abaixo.
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segunda-feira, 2 de abril de 2018
COACHING - Dicas de como fazer um bom simulado - Um Guia Completo - Parte 9
Olá meus amigos que estudam para concursos da Área Policial, e outras também.
Hoje voltaremos a falar sobre a realização de simulados da prova escrita. Já estamos na 9ª parte desta grande série que trata diversos aspectos da simulação de provas, para que sua preparação possa ser a mais otimizada possível.
O assunto de hoje será: como fazer a correção do seu simulado.
O tema de hoje é bem complexo, e por isso vai depender de muita atenção e análise crítica da sua parte para o seu entendimento. Isto porque a correção do simulado é tão importante quanto fazer o simulado em si.
Como tudo na vida, e na preparação para um concurso público não é diferente, as coisas são cíclicas. E se são cíclicas, significa que elas se repetem. E se repetem, isto significa que podemos melhorar um pouquinho mais a cada vez que executamos a tarefa. Isto significa que podemos aplicar conceitos de melhoria contínua, como o próprio CICLO PDCA, do qual já falamos tantas vezes aqui neste blog.
Então, o primeiro conceito que você precisa ter em mente no momento em que for corrigir um simulado é o da melhoria contínua.
Este conceito de melhoria contínua é bem amplo, então, devemos pensar: O QUE deve ser melhorado e COMO ser melhorado?
Antes de responder esta pergunta, vamos estabelecer uma premissa aqui: apesar de ser algo bem mais complexo que isto, um simulado também não deixa de ser um apanhado de questões de todas as disciplinas.
Se o simulado é um apanhado (grupo) de questões, e se você faz questões regularmente, sobretudo utilizando o CICLO PDCA, você sabe muito bem que não se deve fazer questões "somente por fazer", e sim lendo cada questão com muito cuidado (e várias vezes), prestando atenção nos temas, fazendo um grande esforço para se lembrar da matéria, pensando, raciocinando, analisando a possibilidade de pegadinhas, etc. Tudo isso com o objetivo de: gastar tempo suficiente na questão para que você obtenha a maior taxa possível de acerto dentro do tempo disponível.
Pois bem, todo esse cuidado no momento de FAZER questões deve ser também aplicado no momento de CORRIGIR as questões.
Sim, o momento de correção é também um momento de estudo. É uma das fases do CICLO PDCA, qual seja, o correspondente à letra "C", que significa CHECAR.
O momento de checar não é simplesmente o ato de verificar se acertou ou não a questão, de marcar 1 ponto a mais ou 1 ponto a menos... é muito mais do que isso.
O momento de checar é aquele em que você vai verificar porque acertou aquela questão ou porque errou.
Se você acertou: foi um acaso, uma coincidência, um chute bem dado? Ou você estava consciente da resposta, tinha um alto grau de certeza da resposta que estava marcando?
E se você errou: qual foi o motivo deste erro? Foi falta de atenção a algum detalhe do texto do enunciado? Foi uma pegadinha em que você acabou caindo? Errou alguma conta/cálculo? Errou porque não sabia a matéria (nunca estudou)? Errou porque esqueceu a matéria que já havia estudado no passado? Errou porque faltou decorar alguma data, algum número, alguma tabela, algum mnemônico, alguma lei, algum detalhe que ficou faltando?
Repare que o momento da correção é o momento de analisar detalhadamente, questão por questão, não só se acertou ou errou, e sim PORQUE acertou ou porque errou.
Se você acertou porque sabia 100% da matéria que estava sendo cobrada, e tinha um alto grau de certeza sobre a resposta dada, e se não houve nem um pouquinho de sorte ou acaso, este é o melhor caso, é o melhor dos mundos. Neste caso, você apenas estará corroborando que seu estudo está adequado e atualizado, que você entendeu a matéria a contento, que vem lembrando tudo o que foi aprendido, que decorou tudo o que precisava ser decorado, e que só precisa manter essa chama acesa daqui para frente, ou seja, que você pode se sentir feliz e ir em frente para corrigir a próxima questão.
Se você acertou "sem querer", ou se errou a questão, é aqui que começa a letra "A" do CICLO PDCA, que significa AGIR. Você precisará agir sobre a causa do problema, ou seja, além de entender o que deu errado, você precisa CORRIGIR alguma coisa no seu estudo, ou na sua revisão, para que aquele problema não volte a ocorrer.
Vamos analisar cada uma das possibilidades, para que você possa entender mais detalhadamente o que fazer em cada caso.
1) Se você acertou por acaso: não é o momento de contar vitória, pois se foi um acaso, também poderia ter sido um acaso negativo (um chute errado, ou seja, um erro). Se você chutou e acertou, não considero que seja um grande mérito (existem exceções, vamos ver isso futuramente numa outra postagem). Teria sido muito mais digno de comemoração um acerto consciente, de uma matéria que você assistiu aulas, estudou, resumiu o conteúdo, utilizou ferramentas de memorização, e fez dezenas ou centenas de exercícios daquele único assunto.
Então, se você acertou chutando, para fins de controle do seu estudo para o concurso público, é como se você tivesse errado a questão.
Sim, você tem que ser conservador (cuidadoso) o suficiente a ponto de nunca antever vitórias e sim antever problemas e derrotas. Sempre conte para menos, e nunca para mais.
O que você precisa fazer aqui neste caso, é entender o que é que ficou faltando para que você tivesse acertado a questão de forma consciente, ou seja, sabendo responder com alto grau de certeza aquela questão, sabendo o conteúdo da disciplina e se lembrando razoavelmente de todos os detalhes necessários para acertar a questão. Daí então você precisa ler os próximos itens, para saber o que fazer me cada caso, dependendo de onde seu caso se encaixar.
2) Se você errou por falta de atenção ou porque caiu numa pegadinha: este é o tipo de erro que normalmente causa mais frustração em quem presta um concurso público, pois normalmente o concurseiro sabia qual era a resposta correta, pois havia estudado a contento, havia memorizado o que era necessário, e sabia qual era a resposta certa, e se tivesse lido a questão corretamente, sem erros de leitura ou sem ter caído em pegadinhas da banca, teria acertado.
Quando você se deparar com este tipo de causa, o que você precisa fazer é refletir sobre o ocorrido e se conscientizar de que precisa passar a fazer as questões (no simulado) com mais atenção, com mais serenidade, com mais calma, e com mais foco.
Você precisa ler a questão várias vezes, ir sublinhando os pontos importantes, e ir circulando as palavras-chave e os pontos-chave.
Ou seja, não é um problema que vem de falta de estudo, ou de um estudo feito de maneira incorreta, ou por ter deixado de decorar alguma coisa que era pra ter decorado, mas simplesmente falta da atitude correta no momento de fazer a prova.
O que precisa ser mudada é a forma como você encara o desafio da prova (simulado), do tempo que gasta em cada questão, do seu nível de atenção e concentração na leitura das questões e interpretação do que está sendo pedido pela banca em cada uma das questões, uma a uma. Você precisa ter essa postura técnica e profissional na próxima vez que for fazer um simulado.
3) Se você errou por erro de conta/cálculo: este é um problema derivado da falta de atenção, só que não é a atenção ao português e sim à matemática. No caso do concurso da Polícia Federal, a principal matéria que pode envolver cálculo é Raciocínio Lógico e Matemático (RLM), mas eventualmente pode ter alguma coisa de cálculo em Economia e Contabilidade (matérias até então existentes para o cargo de Agente de Polícia Federal apenas). Na prova da PRF também existem disciplinas com cálculo, como Matemática e Física, só para pontuar aqui.
Este também é um tipo de erro que causa grande frustração para o concurseiro, pois errar cálculo de uma questão que você sabia fazer, que chegaria na resposta final, é algo de muito decepcionante.
O que você pode fazer para evitar? Eu recomendo que se você encontrar esse tipo de erro com muita frequência nos seus estudos ou simulados, você deve treinar mais esse tipo de disciplina que envolve cálculo (fazer mais questões), e sobretudo na hora da prova, no momento de fazer tais questões, não ficar afoito para marcar logo a resposta, e verificar suas contas mais de uma vez, re-fazendo a questão inteira, ou realizando algum tipo de prova-real.
As questões da banca CESPE para o concurso da PF costumam ser do tipo "certo ou errado", logo, um erro de cálculo fatalmente vai levar você a encontrar uma resposta diferente da que a banca apresenta como resposta, o que fará você marcar a questão como ERRADA. Então, se você fez as contas e o número que você encontrou é DIFERENTE da resposta da banca, desconfie se você não errou conta.
Por outro lado, tenha em mente também que se você encontrar exatamente a resposta da banca, pode ser que tenha caído numa pegadinha. Os cálculos podem estar corretos, porém o examinador colocou alguma "casca de banana" no enunciado que o induziu ao erro na hora de definir as premissas da questão. Se você utilizou alguma premissa errada, e fez os cálculos todos corretamente, você vai acabar chegando exatamente na resposta da banca, porém é a resposta errada, e ao conferir o resultado na hora da prova, talvez você, por estar afoito em acertar, já saia marcando CERTO na prova, apesar de estar errando a questão.
Outra grande dificuldade nas questões que envolvem cálculo mas são do tipo "certo ou errado" é que nem sempre a banca pergunta se o número é EXATAMENTE aquele, por exemplo: "o número total de combinações é 30", mas sim utiliza a forma "o número total de combinações é maior que 20". Com a banca fazendo desta forma, diferentemente de uma prova de múltipla escolha clássica, você não tem como conferir se seu número bate exatamente com o número do enunciado da questão, e fica bem difícil acertar. Mas faz parte do jogo.
4) Se você errou porque não sabia a matéria (não lembra direito ou nunca estudou): se você começou a estudar há pouco tempo, este pode ser um problema recorrente na hora de fazer simulados, afinal, você ainda não estudou aqueles tópicos que caíram na prova. Mas aí não é culpa sua, já que sua programação de estudos ainda não passou por aquele determinado tópico daquela matéria -- embora um dia passará. Fique tranquilo se isso acontecer por esta razão. Não há nada específico a ser feito neste caso, mas apenas continuar seu estudo normalmente, pois isso vai deixar de acontecer ao longo do tempo.
Errar uma questão por não saber a matéria pode ser ruim no caso de você já ter ciclado a matéria totalmente (pelo menos uma vez), ou uma matéria que você já estuda há bastante tempo (mais de um ano, de forma intensa). Isso pode demonstrar que você falhou no momento de estudar (pulou algum tópico, ou seu material estava incompleto, ou algo do tipo).
Para solucionar este problema, procure identificar, no momento em que ele ocorrer, se foi apenas um tópico que deixou de ser estudado, ou se foi uma parte grande da matéria. Se você nunca estudou aquele tópico e ele caiu numa prova de simulado (estando corretamente dentro da ementa), é sinal de que você precisa voltar naquele tópico/conteúdo e estudá-lo novamente, incluí-lo nos seus resumos daquela matéria, e colocá-lo em pauta em suas revisões regulares.
Se você errou uma questão por não se lembrar direito daquele assunto, ou seja, você sabe e tem plena consciência de que já estudou aquele assunto num passado recente, mas ficou em dúvida se a resposta é uma coisa ou outra, se o tema está muito nebuloso na sua cabeça, isso é sinal de que ou você não estuda/revisa aquele assunto há muito tempo, ou quando estudou não se preocupou em fixar direito o assunto na cabeça, mas o primeiro é o mais provável.
Quando isso acontecer, obviamente você deve pegar esse assunto específico e revisá-lo, para que esteja fresco em sua cabeça de novo. Mas também deve revisitar seu modelo de estudo e revisão, de maneira a checar se não há outros tópicos desta matéria ou de outras que possam acabar passando pelo mesmo tipo de situação.
5) Se você errou porque esqueceu a matéria que já havia estudado no passado, ou porque faltou decorar alguma data, algum número, alguma tabela, algum mnemônico, alguma lei, algum detalhe que ficou faltando: este caso é uma derivação do caso anterior, em que você não se lembra direito de alguma matéria que estudou, no entanto este aqui é um pouquinho mais específico.
Neste caso aqui, você até lembra mais claramente da matéria, só que para responder corretamente a questão da prova você precisaria ter decorado um determinado trecho da lei, ou uma tabela, ou uma data qualquer, ou um número, uma cifra, uma sequência de palavras, ou qualquer coisa do tipo.
Quando eu digo "precisaria ter decorado" é ter decorado MESMO, ou seja, ter utilizado alguma ferramenta de memorização técnica para lembrar aquele ponto específico de forma técnica, e não de forma intuitiva.
A diferença da memória intuitiva da memória técnica é a seguinte: na primeira, você realizou a leitura do assunto e seu cérebro vai se lembrar daquilo devido à capacidade de memorização natural que seu corpo possui; na segunda, você não conta com a sorte proveniente da sua memória afetiva com aquele assunto, e sim recorre a técnicas de memorização externas, que vão garantir que você vai saber aquele assunto.
A memorização técnica dá muito mais trabalho para construir, mas é muito mais eficaz no momento de ser utilizada numa prova.
Quando você precisa decorar alguma coisa de forma técnica, você geralmente vai construir alguma associação no seu cérebro, de forma que uma coisa leve à outra. Normalmente você constrói um mnemônico, uma "musiquinha", ou um esquema/desenho/fluxograma, alguma coisa que seja sequencialmente lógico (ordem alfabética ou numérica) para você, ou algo que o valha.
Se você conseguir identificar questões na prova que você deixou de acertar pura e simplesmente por não ter criado alguma ferramenta de memorização técnica específica para aquele tópico, é o momento de fazer isso, logo após a prova, ou na próxima vez que for estudar aquele assunto. Fazendo isto, você nunca mais deixará de acertar aquela questão daquele determinado tópico daquela determinada matéria.
Bem, esta foi a postagem sobre como corrigir seu simulado da prova escrita de forma técnica, consciente, com foco numa ferramenta de melhoria contínua, que vai fazer com que você analise questão por questão, entenda porque errou, crie alguma solução para resolver o problema ocorrido (seja re-estudar uma matéria, criar um mnemônico, mudar a forma como você revisa questões, etc), e depois verifique, no próximo simulado, se a solução que você desenhou e implementou funcionou.
Caso não funcione, pode ser que alguma coisa tenha saído errado, ou na análise da fonte do problema (você pode ter identificado o problema errado), ou no desenho da solução (você identificou o problema certo, mas desenhou uma solução falha, insuficiente, ou errada, que não ataca o problema), ou na implementação da solução (o problema foi corretamente identificado, o desenho da solução está correto, porém na hora de colocar em prática, alguma coisa falhou: ou você fez menos do que era para ter feito, ou fez da forma errada).
No final das contas, o que você precisa ter sempre em mente é aplicar esses ciclos de melhoria contínua, focando sempre na qualidade: entender o problema, corrigir o problema. Você só consegue fazer isso se analisar QUESTÃO POR QUESTÃO do simulado, sempre fazendo essa análise crítica nos mínimos detalhes. Isso dá um trabalho do caramba, mas vale a pena. É a forma mais eficaz de estudar, afinal, fazer simulados também é uma forma de estudar, mas somente se você utiliza este tempo para melhorar a si mesmo.
Caso você tenha alguma dúvida ou sugestão sobre este assunto, deixe uma mensagem pra gente na parte de comentários, logo abaixo.
E para maior aprofundamento no tema e maiores informações sobre o COACHING MISSÃO FEDERAL (Técnicas de Estudo na Preparação para Concursos Públicos), entre em contato com os Professores (Coaches) do Grupo Missão Federal através da Fan Page no Facebook (https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/) ou através do email: coachingmissaofederal@gmail.com.
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Este texto foi redigido pelos COACHES do Grupo de Estudos MISSÃO FEDERAL. TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS (C).
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Hoje voltaremos a falar sobre a realização de simulados da prova escrita. Já estamos na 9ª parte desta grande série que trata diversos aspectos da simulação de provas, para que sua preparação possa ser a mais otimizada possível.
O assunto de hoje será: como fazer a correção do seu simulado.
O tema de hoje é bem complexo, e por isso vai depender de muita atenção e análise crítica da sua parte para o seu entendimento. Isto porque a correção do simulado é tão importante quanto fazer o simulado em si.
Como tudo na vida, e na preparação para um concurso público não é diferente, as coisas são cíclicas. E se são cíclicas, significa que elas se repetem. E se repetem, isto significa que podemos melhorar um pouquinho mais a cada vez que executamos a tarefa. Isto significa que podemos aplicar conceitos de melhoria contínua, como o próprio CICLO PDCA, do qual já falamos tantas vezes aqui neste blog.
Então, o primeiro conceito que você precisa ter em mente no momento em que for corrigir um simulado é o da melhoria contínua.
Este conceito de melhoria contínua é bem amplo, então, devemos pensar: O QUE deve ser melhorado e COMO ser melhorado?
Antes de responder esta pergunta, vamos estabelecer uma premissa aqui: apesar de ser algo bem mais complexo que isto, um simulado também não deixa de ser um apanhado de questões de todas as disciplinas.
Se o simulado é um apanhado (grupo) de questões, e se você faz questões regularmente, sobretudo utilizando o CICLO PDCA, você sabe muito bem que não se deve fazer questões "somente por fazer", e sim lendo cada questão com muito cuidado (e várias vezes), prestando atenção nos temas, fazendo um grande esforço para se lembrar da matéria, pensando, raciocinando, analisando a possibilidade de pegadinhas, etc. Tudo isso com o objetivo de: gastar tempo suficiente na questão para que você obtenha a maior taxa possível de acerto dentro do tempo disponível.
Pois bem, todo esse cuidado no momento de FAZER questões deve ser também aplicado no momento de CORRIGIR as questões.
Sim, o momento de correção é também um momento de estudo. É uma das fases do CICLO PDCA, qual seja, o correspondente à letra "C", que significa CHECAR.
O momento de checar não é simplesmente o ato de verificar se acertou ou não a questão, de marcar 1 ponto a mais ou 1 ponto a menos... é muito mais do que isso.
O momento de checar é aquele em que você vai verificar porque acertou aquela questão ou porque errou.
Se você acertou: foi um acaso, uma coincidência, um chute bem dado? Ou você estava consciente da resposta, tinha um alto grau de certeza da resposta que estava marcando?
E se você errou: qual foi o motivo deste erro? Foi falta de atenção a algum detalhe do texto do enunciado? Foi uma pegadinha em que você acabou caindo? Errou alguma conta/cálculo? Errou porque não sabia a matéria (nunca estudou)? Errou porque esqueceu a matéria que já havia estudado no passado? Errou porque faltou decorar alguma data, algum número, alguma tabela, algum mnemônico, alguma lei, algum detalhe que ficou faltando?
Repare que o momento da correção é o momento de analisar detalhadamente, questão por questão, não só se acertou ou errou, e sim PORQUE acertou ou porque errou.
Se você acertou porque sabia 100% da matéria que estava sendo cobrada, e tinha um alto grau de certeza sobre a resposta dada, e se não houve nem um pouquinho de sorte ou acaso, este é o melhor caso, é o melhor dos mundos. Neste caso, você apenas estará corroborando que seu estudo está adequado e atualizado, que você entendeu a matéria a contento, que vem lembrando tudo o que foi aprendido, que decorou tudo o que precisava ser decorado, e que só precisa manter essa chama acesa daqui para frente, ou seja, que você pode se sentir feliz e ir em frente para corrigir a próxima questão.
Se você acertou "sem querer", ou se errou a questão, é aqui que começa a letra "A" do CICLO PDCA, que significa AGIR. Você precisará agir sobre a causa do problema, ou seja, além de entender o que deu errado, você precisa CORRIGIR alguma coisa no seu estudo, ou na sua revisão, para que aquele problema não volte a ocorrer.
Vamos analisar cada uma das possibilidades, para que você possa entender mais detalhadamente o que fazer em cada caso.
1) Se você acertou por acaso: não é o momento de contar vitória, pois se foi um acaso, também poderia ter sido um acaso negativo (um chute errado, ou seja, um erro). Se você chutou e acertou, não considero que seja um grande mérito (existem exceções, vamos ver isso futuramente numa outra postagem). Teria sido muito mais digno de comemoração um acerto consciente, de uma matéria que você assistiu aulas, estudou, resumiu o conteúdo, utilizou ferramentas de memorização, e fez dezenas ou centenas de exercícios daquele único assunto.
Então, se você acertou chutando, para fins de controle do seu estudo para o concurso público, é como se você tivesse errado a questão.
Sim, você tem que ser conservador (cuidadoso) o suficiente a ponto de nunca antever vitórias e sim antever problemas e derrotas. Sempre conte para menos, e nunca para mais.
O que você precisa fazer aqui neste caso, é entender o que é que ficou faltando para que você tivesse acertado a questão de forma consciente, ou seja, sabendo responder com alto grau de certeza aquela questão, sabendo o conteúdo da disciplina e se lembrando razoavelmente de todos os detalhes necessários para acertar a questão. Daí então você precisa ler os próximos itens, para saber o que fazer me cada caso, dependendo de onde seu caso se encaixar.
2) Se você errou por falta de atenção ou porque caiu numa pegadinha: este é o tipo de erro que normalmente causa mais frustração em quem presta um concurso público, pois normalmente o concurseiro sabia qual era a resposta correta, pois havia estudado a contento, havia memorizado o que era necessário, e sabia qual era a resposta certa, e se tivesse lido a questão corretamente, sem erros de leitura ou sem ter caído em pegadinhas da banca, teria acertado.
Quando você se deparar com este tipo de causa, o que você precisa fazer é refletir sobre o ocorrido e se conscientizar de que precisa passar a fazer as questões (no simulado) com mais atenção, com mais serenidade, com mais calma, e com mais foco.
Você precisa ler a questão várias vezes, ir sublinhando os pontos importantes, e ir circulando as palavras-chave e os pontos-chave.
Ou seja, não é um problema que vem de falta de estudo, ou de um estudo feito de maneira incorreta, ou por ter deixado de decorar alguma coisa que era pra ter decorado, mas simplesmente falta da atitude correta no momento de fazer a prova.
O que precisa ser mudada é a forma como você encara o desafio da prova (simulado), do tempo que gasta em cada questão, do seu nível de atenção e concentração na leitura das questões e interpretação do que está sendo pedido pela banca em cada uma das questões, uma a uma. Você precisa ter essa postura técnica e profissional na próxima vez que for fazer um simulado.
3) Se você errou por erro de conta/cálculo: este é um problema derivado da falta de atenção, só que não é a atenção ao português e sim à matemática. No caso do concurso da Polícia Federal, a principal matéria que pode envolver cálculo é Raciocínio Lógico e Matemático (RLM), mas eventualmente pode ter alguma coisa de cálculo em Economia e Contabilidade (matérias até então existentes para o cargo de Agente de Polícia Federal apenas). Na prova da PRF também existem disciplinas com cálculo, como Matemática e Física, só para pontuar aqui.
Este também é um tipo de erro que causa grande frustração para o concurseiro, pois errar cálculo de uma questão que você sabia fazer, que chegaria na resposta final, é algo de muito decepcionante.
O que você pode fazer para evitar? Eu recomendo que se você encontrar esse tipo de erro com muita frequência nos seus estudos ou simulados, você deve treinar mais esse tipo de disciplina que envolve cálculo (fazer mais questões), e sobretudo na hora da prova, no momento de fazer tais questões, não ficar afoito para marcar logo a resposta, e verificar suas contas mais de uma vez, re-fazendo a questão inteira, ou realizando algum tipo de prova-real.
As questões da banca CESPE para o concurso da PF costumam ser do tipo "certo ou errado", logo, um erro de cálculo fatalmente vai levar você a encontrar uma resposta diferente da que a banca apresenta como resposta, o que fará você marcar a questão como ERRADA. Então, se você fez as contas e o número que você encontrou é DIFERENTE da resposta da banca, desconfie se você não errou conta.
Por outro lado, tenha em mente também que se você encontrar exatamente a resposta da banca, pode ser que tenha caído numa pegadinha. Os cálculos podem estar corretos, porém o examinador colocou alguma "casca de banana" no enunciado que o induziu ao erro na hora de definir as premissas da questão. Se você utilizou alguma premissa errada, e fez os cálculos todos corretamente, você vai acabar chegando exatamente na resposta da banca, porém é a resposta errada, e ao conferir o resultado na hora da prova, talvez você, por estar afoito em acertar, já saia marcando CERTO na prova, apesar de estar errando a questão.
Outra grande dificuldade nas questões que envolvem cálculo mas são do tipo "certo ou errado" é que nem sempre a banca pergunta se o número é EXATAMENTE aquele, por exemplo: "o número total de combinações é 30", mas sim utiliza a forma "o número total de combinações é maior que 20". Com a banca fazendo desta forma, diferentemente de uma prova de múltipla escolha clássica, você não tem como conferir se seu número bate exatamente com o número do enunciado da questão, e fica bem difícil acertar. Mas faz parte do jogo.
4) Se você errou porque não sabia a matéria (não lembra direito ou nunca estudou): se você começou a estudar há pouco tempo, este pode ser um problema recorrente na hora de fazer simulados, afinal, você ainda não estudou aqueles tópicos que caíram na prova. Mas aí não é culpa sua, já que sua programação de estudos ainda não passou por aquele determinado tópico daquela matéria -- embora um dia passará. Fique tranquilo se isso acontecer por esta razão. Não há nada específico a ser feito neste caso, mas apenas continuar seu estudo normalmente, pois isso vai deixar de acontecer ao longo do tempo.
Errar uma questão por não saber a matéria pode ser ruim no caso de você já ter ciclado a matéria totalmente (pelo menos uma vez), ou uma matéria que você já estuda há bastante tempo (mais de um ano, de forma intensa). Isso pode demonstrar que você falhou no momento de estudar (pulou algum tópico, ou seu material estava incompleto, ou algo do tipo).
Para solucionar este problema, procure identificar, no momento em que ele ocorrer, se foi apenas um tópico que deixou de ser estudado, ou se foi uma parte grande da matéria. Se você nunca estudou aquele tópico e ele caiu numa prova de simulado (estando corretamente dentro da ementa), é sinal de que você precisa voltar naquele tópico/conteúdo e estudá-lo novamente, incluí-lo nos seus resumos daquela matéria, e colocá-lo em pauta em suas revisões regulares.
Se você errou uma questão por não se lembrar direito daquele assunto, ou seja, você sabe e tem plena consciência de que já estudou aquele assunto num passado recente, mas ficou em dúvida se a resposta é uma coisa ou outra, se o tema está muito nebuloso na sua cabeça, isso é sinal de que ou você não estuda/revisa aquele assunto há muito tempo, ou quando estudou não se preocupou em fixar direito o assunto na cabeça, mas o primeiro é o mais provável.
Quando isso acontecer, obviamente você deve pegar esse assunto específico e revisá-lo, para que esteja fresco em sua cabeça de novo. Mas também deve revisitar seu modelo de estudo e revisão, de maneira a checar se não há outros tópicos desta matéria ou de outras que possam acabar passando pelo mesmo tipo de situação.
5) Se você errou porque esqueceu a matéria que já havia estudado no passado, ou porque faltou decorar alguma data, algum número, alguma tabela, algum mnemônico, alguma lei, algum detalhe que ficou faltando: este caso é uma derivação do caso anterior, em que você não se lembra direito de alguma matéria que estudou, no entanto este aqui é um pouquinho mais específico.
Neste caso aqui, você até lembra mais claramente da matéria, só que para responder corretamente a questão da prova você precisaria ter decorado um determinado trecho da lei, ou uma tabela, ou uma data qualquer, ou um número, uma cifra, uma sequência de palavras, ou qualquer coisa do tipo.
Quando eu digo "precisaria ter decorado" é ter decorado MESMO, ou seja, ter utilizado alguma ferramenta de memorização técnica para lembrar aquele ponto específico de forma técnica, e não de forma intuitiva.
A diferença da memória intuitiva da memória técnica é a seguinte: na primeira, você realizou a leitura do assunto e seu cérebro vai se lembrar daquilo devido à capacidade de memorização natural que seu corpo possui; na segunda, você não conta com a sorte proveniente da sua memória afetiva com aquele assunto, e sim recorre a técnicas de memorização externas, que vão garantir que você vai saber aquele assunto.
A memorização técnica dá muito mais trabalho para construir, mas é muito mais eficaz no momento de ser utilizada numa prova.
Quando você precisa decorar alguma coisa de forma técnica, você geralmente vai construir alguma associação no seu cérebro, de forma que uma coisa leve à outra. Normalmente você constrói um mnemônico, uma "musiquinha", ou um esquema/desenho/fluxograma, alguma coisa que seja sequencialmente lógico (ordem alfabética ou numérica) para você, ou algo que o valha.
Se você conseguir identificar questões na prova que você deixou de acertar pura e simplesmente por não ter criado alguma ferramenta de memorização técnica específica para aquele tópico, é o momento de fazer isso, logo após a prova, ou na próxima vez que for estudar aquele assunto. Fazendo isto, você nunca mais deixará de acertar aquela questão daquele determinado tópico daquela determinada matéria.
Bem, esta foi a postagem sobre como corrigir seu simulado da prova escrita de forma técnica, consciente, com foco numa ferramenta de melhoria contínua, que vai fazer com que você analise questão por questão, entenda porque errou, crie alguma solução para resolver o problema ocorrido (seja re-estudar uma matéria, criar um mnemônico, mudar a forma como você revisa questões, etc), e depois verifique, no próximo simulado, se a solução que você desenhou e implementou funcionou.
Caso não funcione, pode ser que alguma coisa tenha saído errado, ou na análise da fonte do problema (você pode ter identificado o problema errado), ou no desenho da solução (você identificou o problema certo, mas desenhou uma solução falha, insuficiente, ou errada, que não ataca o problema), ou na implementação da solução (o problema foi corretamente identificado, o desenho da solução está correto, porém na hora de colocar em prática, alguma coisa falhou: ou você fez menos do que era para ter feito, ou fez da forma errada).
No final das contas, o que você precisa ter sempre em mente é aplicar esses ciclos de melhoria contínua, focando sempre na qualidade: entender o problema, corrigir o problema. Você só consegue fazer isso se analisar QUESTÃO POR QUESTÃO do simulado, sempre fazendo essa análise crítica nos mínimos detalhes. Isso dá um trabalho do caramba, mas vale a pena. É a forma mais eficaz de estudar, afinal, fazer simulados também é uma forma de estudar, mas somente se você utiliza este tempo para melhorar a si mesmo.
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E para maior aprofundamento no tema e maiores informações sobre o COACHING MISSÃO FEDERAL (Técnicas de Estudo na Preparação para Concursos Públicos), entre em contato com os Professores (Coaches) do Grupo Missão Federal através da Fan Page no Facebook (https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/) ou através do email: coachingmissaofederal@gmail.com.
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Este texto foi redigido pelos COACHES do Grupo de Estudos MISSÃO FEDERAL. TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS (C).
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