segunda-feira, 2 de abril de 2018

COACHING - Dicas de como fazer um bom simulado - Um Guia Completo - Parte 9

Olá meus amigos que estudam para concursos da Área Policial, e outras também.

Hoje voltaremos a falar sobre a realização de simulados da prova escrita. Já estamos na 9ª parte desta grande série que trata diversos aspectos da simulação de provas, para que sua preparação possa ser a mais otimizada possível.

O assunto de hoje será: como fazer a correção do seu simulado.

O tema de hoje é bem complexo, e por isso vai depender de muita atenção e análise crítica da sua parte para o seu entendimento. Isto porque a correção do simulado é tão importante quanto fazer o simulado em si.

Como tudo na vida, e na preparação para um concurso público não é diferente, as coisas são cíclicas. E se são cíclicas, significa que elas se repetem. E se repetem, isto significa que podemos melhorar um pouquinho mais a cada vez que executamos a tarefa. Isto significa que podemos aplicar conceitos de melhoria contínua, como o próprio CICLO PDCA, do qual já falamos tantas vezes aqui neste blog.

Então, o primeiro conceito que você  precisa ter em mente no momento em que for corrigir um simulado é o da melhoria contínua

Este conceito de melhoria contínua é bem amplo, então, devemos pensar: O QUE deve ser melhorado e COMO ser melhorado?

Antes de responder esta pergunta, vamos estabelecer uma premissa aqui: apesar de ser algo bem mais complexo que isto, um simulado também não deixa de ser um apanhado de questões de todas as disciplinas.

Se o simulado é um apanhado (grupo) de questões, e se você faz questões regularmente, sobretudo utilizando o CICLO PDCA, você sabe muito bem que não se deve fazer questões "somente por fazer", e sim lendo cada questão com muito cuidado (e várias vezes), prestando atenção nos temas, fazendo um grande esforço para se lembrar da matéria, pensando, raciocinando, analisando a possibilidade de pegadinhas, etc. Tudo isso com o objetivo de: gastar tempo suficiente na questão para que você obtenha a maior taxa possível de acerto dentro do tempo disponível.

Pois bem, todo esse cuidado no momento de FAZER questões deve ser também aplicado no momento de CORRIGIR as questões.

Sim, o momento de correção é também um momento de estudo. É uma das fases do CICLO PDCA, qual seja, o correspondente à letra "C", que significa CHECAR.

O momento de checar não é simplesmente o ato de verificar se acertou ou não a questão, de marcar 1 ponto a mais ou 1 ponto a menos... é muito mais do que isso. 

O momento de checar é aquele em que você vai verificar porque acertou aquela questão ou porque errou.

Se você acertou: foi um acaso, uma coincidência, um chute bem dado? Ou você estava consciente da resposta, tinha um alto grau de certeza da resposta que estava marcando?

E se você errou: qual foi o motivo deste erro? Foi falta de atenção a algum detalhe do texto do enunciado? Foi uma pegadinha em que você acabou caindo? Errou alguma conta/cálculo? Errou porque não sabia a matéria (nunca estudou)? Errou porque esqueceu a matéria que já havia estudado no passado? Errou porque faltou decorar alguma data, algum número, alguma tabela, algum mnemônico, alguma lei, algum detalhe que ficou faltando?

Repare que o momento da correção é o momento de analisar detalhadamente, questão por questão, não só se acertou ou errou, e sim PORQUE acertou ou porque errou.

Se você acertou porque sabia 100% da matéria que estava sendo cobrada, e tinha um alto grau de certeza sobre a resposta dada, e se não houve nem um pouquinho de sorte ou acaso, este é o melhor caso, é o melhor dos mundos. Neste caso, você apenas estará corroborando que seu estudo está adequado e atualizado, que você entendeu a matéria a contento, que vem lembrando tudo o que foi aprendido, que decorou tudo o que precisava ser decorado, e que só precisa manter essa chama acesa daqui para frente, ou seja, que você pode se sentir feliz e ir em frente para corrigir a próxima questão.

Se você acertou "sem querer", ou se errou a questão, é aqui que começa a letra "A" do CICLO PDCA, que significa AGIR. Você precisará agir sobre a causa do problema, ou seja, além de entender o que deu errado, você precisa CORRIGIR alguma coisa no seu estudo, ou na sua revisão, para que aquele problema não volte a ocorrer. 

Vamos analisar cada uma das possibilidades, para que você possa entender mais detalhadamente o que fazer em cada caso.

1) Se você acertou por acaso: não é o momento de contar vitória, pois se foi um acaso, também poderia ter sido um acaso negativo (um chute errado, ou seja, um erro). Se você chutou e acertou, não considero que seja um grande mérito (existem exceções, vamos ver isso futuramente numa outra postagem). Teria sido muito mais digno de comemoração um acerto consciente, de uma matéria que você assistiu aulas, estudou, resumiu o conteúdo, utilizou ferramentas de memorização, e fez dezenas ou centenas de exercícios daquele único assunto. 

Então, se você acertou chutando, para fins de controle do seu estudo para o concurso público, é como se você tivesse errado a questão

Sim, você tem que ser conservador (cuidadoso) o suficiente a ponto de nunca antever vitórias e sim antever problemas e derrotas. Sempre conte para menos, e nunca para mais. 

O que você precisa fazer aqui neste caso, é entender o que é que ficou faltando para que você tivesse acertado a questão de forma consciente, ou seja, sabendo responder com alto grau de certeza aquela questão, sabendo o conteúdo da disciplina e se lembrando razoavelmente de todos os detalhes necessários para acertar a questão. Daí então você precisa ler os próximos itens, para saber o que fazer me cada caso, dependendo de onde seu caso se encaixar.

2) Se você errou por falta de atenção ou porque caiu numa pegadinha: este é o tipo de erro que normalmente causa mais frustração em quem presta um concurso público, pois normalmente o concurseiro sabia qual era a resposta correta, pois havia estudado a contento, havia memorizado o que era necessário, e sabia qual era a resposta certa, e se tivesse lido a questão corretamente, sem erros de leitura ou sem ter caído em pegadinhas da banca, teria acertado.

Quando você se deparar com este tipo de causa, o que você precisa fazer é refletir sobre o ocorrido e se conscientizar de que precisa passar a fazer as questões (no simulado) com mais atenção, com mais serenidade, com mais calma, e com mais foco

Você precisa ler a questão várias vezes, ir sublinhando os pontos importantes, e ir circulando as palavras-chave e os pontos-chave

Ou seja, não é um problema que vem de falta de estudo, ou de um estudo feito de maneira incorreta, ou por ter deixado de decorar alguma coisa que era pra ter decorado, mas simplesmente falta da atitude correta no momento de fazer a prova. 

O que precisa ser mudada é a forma como você encara o desafio da prova (simulado), do tempo que gasta em cada questão, do seu nível de atenção e concentração na leitura das questões e interpretação do que está sendo pedido pela banca em cada uma das questões, uma a uma. Você precisa ter essa postura técnica e profissional na próxima vez que for fazer um simulado.

3) Se você errou por erro de conta/cálculo: este é um problema derivado da falta de atenção, só que não é a atenção ao português e sim à matemática. No caso do concurso da Polícia Federal, a principal matéria que pode envolver cálculo é Raciocínio Lógico e Matemático (RLM), mas eventualmente pode ter alguma coisa de cálculo em Economia e Contabilidade (matérias até então existentes para o cargo de Agente de Polícia Federal apenas). Na prova da PRF também existem disciplinas com cálculo, como Matemática e Física, só para pontuar aqui.

Este também é um tipo de erro que causa grande frustração para o concurseiro, pois errar cálculo de uma questão que você sabia fazer, que chegaria na resposta final, é algo de muito decepcionante. 

O que você pode fazer para evitar? Eu recomendo que se você encontrar esse tipo de erro com muita frequência nos seus estudos ou simulados, você deve treinar mais esse tipo de disciplina que envolve cálculo (fazer mais questões), e sobretudo na hora da prova, no momento de fazer tais questões, não ficar afoito para marcar logo a resposta, e verificar suas contas mais de uma vez, re-fazendo a questão inteira, ou realizando algum tipo de prova-real. 

As questões da banca CESPE para o concurso da PF costumam ser do tipo "certo ou errado", logo, um erro de cálculo fatalmente vai levar você a encontrar uma resposta diferente da que a banca apresenta como resposta, o que fará você marcar a questão como ERRADA. Então, se você fez as contas e o número que você encontrou é DIFERENTE da resposta da banca, desconfie se você não errou conta.

Por outro lado, tenha em mente também que se você encontrar exatamente a resposta da banca, pode ser que tenha caído numa pegadinha. Os cálculos podem estar corretos, porém o examinador colocou alguma "casca de banana" no enunciado que o induziu ao erro na hora de definir as premissas da questão. Se você utilizou alguma premissa errada, e fez os cálculos todos corretamente, você vai acabar chegando exatamente na resposta da banca, porém é a resposta errada, e ao conferir o resultado na hora da prova, talvez você, por estar afoito em acertar, já saia marcando CERTO na prova, apesar de estar errando a questão.

Outra grande dificuldade nas questões que envolvem cálculo mas são do tipo "certo ou errado" é que nem sempre a banca pergunta se o número é EXATAMENTE aquele, por exemplo: "o número total de combinações é 30", mas sim utiliza a forma "o número total de combinações é maior que 20". Com a banca fazendo desta forma, diferentemente de uma prova de múltipla escolha clássica, você não tem como conferir se seu número bate exatamente com o número do enunciado da questão, e fica bem difícil acertar. Mas faz parte do jogo.

4) Se você errou porque não sabia a matéria (não lembra direito ou nunca estudou): se você começou a estudar há pouco tempo, este pode ser um problema recorrente na hora de fazer simulados, afinal, você ainda não estudou aqueles tópicos que caíram na prova. Mas aí não é culpa sua, já que sua programação de estudos ainda não passou por aquele determinado tópico daquela matéria -- embora um dia passará. Fique tranquilo se isso acontecer por esta razão. Não há nada específico a ser feito neste caso, mas apenas continuar seu estudo normalmente, pois isso vai deixar de acontecer ao longo do tempo.


Errar uma questão por não saber a matéria pode ser ruim no caso de você já ter ciclado a matéria totalmente (pelo menos uma vez), ou uma matéria que você já estuda há bastante tempo (mais de um ano, de forma intensa). Isso pode demonstrar que você falhou no momento de estudar (pulou algum tópico, ou seu material estava incompleto, ou algo do tipo). 

Para solucionar este problema, procure identificar, no momento em que ele ocorrer, se foi apenas um tópico que deixou de ser estudado, ou se foi uma parte grande da matéria. Se você nunca estudou aquele tópico e ele caiu numa prova de simulado (estando corretamente dentro da ementa), é sinal de que você precisa voltar naquele tópico/conteúdo e estudá-lo novamente, incluí-lo nos seus resumos daquela matéria, e colocá-lo em pauta em suas revisões regulares.

Se você errou uma questão por não se lembrar direito daquele assunto, ou seja, você sabe e tem plena consciência de que já estudou aquele assunto num passado recente, mas ficou em dúvida se a resposta é uma coisa ou outra, se o tema está muito nebuloso na sua cabeça, isso é sinal de que ou você não estuda/revisa aquele assunto há muito tempo, ou quando estudou não se preocupou em fixar direito o assunto na cabeça, mas o primeiro é o mais provável. 

Quando isso acontecer, obviamente você deve pegar esse assunto específico e revisá-lo, para que esteja fresco em sua cabeça de novo. Mas também deve revisitar seu modelo de estudo e revisão, de maneira a checar se não há outros tópicos desta matéria ou de outras que possam acabar passando pelo mesmo tipo de situação.

5) Se você errou porque esqueceu a matéria que já havia estudado no passado, ou porque faltou decorar alguma data, algum número, alguma tabela, algum mnemônico, alguma lei, algum detalhe que ficou faltando: este caso é uma derivação do caso anterior, em que você não se lembra direito de alguma matéria que estudou, no entanto este aqui é um pouquinho mais específico. 

Neste caso aqui, você até lembra mais claramente da matéria, só que para responder corretamente a questão da prova você precisaria ter decorado um determinado trecho da lei, ou uma tabela, ou uma data qualquer, ou um número, uma cifra, uma sequência de palavras, ou qualquer coisa do tipo. 

Quando eu digo "precisaria ter decorado" é ter decorado MESMO, ou seja, ter utilizado alguma ferramenta de memorização técnica para lembrar aquele ponto específico de forma técnica, e não de forma intuitiva.

A diferença da memória intuitiva da memória técnica é a seguinte: na primeira, você realizou a leitura do assunto e seu cérebro vai se lembrar daquilo devido à capacidade de memorização natural que seu corpo possui; na segunda, você não conta com a sorte proveniente da sua memória afetiva com aquele assunto, e sim recorre a técnicas de memorização externas, que vão garantir que você vai saber aquele assunto.

A memorização técnica dá muito mais trabalho para construir, mas é muito mais eficaz no momento de ser utilizada numa prova. 

Quando você precisa decorar alguma coisa de forma técnica, você geralmente vai construir alguma associação no seu cérebro, de forma que uma coisa leve à outra. Normalmente você constrói um mnemônico, uma "musiquinha", ou um esquema/desenho/fluxograma, alguma coisa que seja sequencialmente lógico (ordem alfabética ou numérica) para você, ou algo que o valha. 

Se você conseguir identificar questões na prova que você deixou de acertar pura e simplesmente por não ter criado alguma ferramenta de memorização técnica específica para aquele tópico, é o momento de fazer isso, logo após a prova, ou na próxima vez que for estudar aquele assunto. Fazendo isto, você nunca mais deixará de acertar aquela questão daquele determinado tópico daquela determinada matéria.

Bem, esta foi a postagem sobre como corrigir seu simulado da prova escrita de forma técnica, consciente, com foco numa ferramenta de melhoria contínua, que vai fazer com que você analise questão por questão, entenda porque errou, crie alguma solução para resolver o problema ocorrido (seja re-estudar uma matéria, criar um mnemônico, mudar a forma como você revisa questões, etc), e depois verifique, no próximo simulado, se a solução que você desenhou e implementou funcionou.

Caso não funcione, pode ser que alguma coisa tenha saído errado, ou na análise da fonte do problema (você pode ter identificado o problema errado), ou no desenho da solução (você identificou o problema certo, mas desenhou uma solução falha, insuficiente, ou errada, que não ataca o problema), ou na implementação da solução (o problema foi corretamente identificado, o desenho da solução está correto, porém na hora de colocar em prática, alguma coisa falhou: ou você fez menos do que era para ter feito, ou fez da forma errada).

No final das contas, o que você precisa ter sempre em mente é aplicar esses ciclos de melhoria contínua, focando sempre na qualidade: entender o problema, corrigir o problema. Você só consegue fazer isso se analisar QUESTÃO POR QUESTÃO do simulado, sempre fazendo essa análise crítica nos mínimos detalhes. Isso dá um trabalho do caramba, mas vale a pena. É a forma mais eficaz de estudar, afinal, fazer simulados também é uma forma de estudar, mas somente se você utiliza este tempo para melhorar a si mesmo.

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