Olá amigos concurseiros da área policial.
Vamos tratar aqui da terceira parte de uma série de postagens que vai explicar como você deve se preparar para estudar cada do seu concurso para a PF (que também se aplica um pouco para a PRF, pois existem várias matérias parecidas). Vamos falar de cada disciplina do concurso, para que você saiba como otimizar seu estudo para encarar este difícil desafio.
Já que falamos sobre Direito Penal na parte 2 (última postagem), vamos aproveitar o gancho para abordar Direito Processual Penal no dia de hoje.
No Direito Processual Penal, basicamente você só tem que estudar uma única lei, o Código de Processo Penal (CPP), disponível no site do planalto, no endereço http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm
Os tópicos de Direito Processual Penal do último edital do concurso de Agente de Polícia Federal de 2014 incluem basicamente o conhecimento sobre: inquérito policial, prova e restrição de liberdade. Tudo isso está no código de processo penal.
Eu organizaria os tópicos da seguinte maneira:
Inquérito Policial
Este tópico tem um total de 20 artigos do CPP, sendo os itens do edital: “Inquérito policial: histórico; natureza; conceito; finalidade; características; fundamento; titularidade; grau de cognição; valor probatório; formas de instauração;notitia criminis; delatio criminis; procedimentos investigativos; indiciamento; garantias do investigado;conclusão; prazos”, e este referem-se aos art. 4 a 23 do CPP.
Prova
Esta parte está dividida da seguinte maneira, já com os artigos do CPP identificados ao lado de cada tópico:
2 Prova. (Disposicoes gerais - art. 155 a 157) (3 artigos)
2.1 Exame do corpo de delito e perícias em geral. (art 158 a 184) (27 artigos)
2.2 Interrogatório do acusado. (art 185 a 196) (12 artigos)
2.3 Confissão. (art. 197 a 200) (4 artigos)
2.4 Qualificação e oitiva do ofendido. (art. 201)
2.5 Testemunhas. (art. 202 a 225) (24 artigos)
2.6 Reconhecimento de pessoas e coisas. (art. 226 a 228) (3 artigos)
2.7 Acareação. (art. 229 a 230) (2 artigos)
2.8 Documentos de prova. (art. 231 a 238) (8 artigos)
2.9 Indícios. (art. 239)
2.10 Busca e apreensão. (art. 240 a 250) (11 artigos)
E por último, mas não menos importante, temos a parte da restrição de liberdade, com 21 artigos do CPP, sendo:
3 Restrição de liberdade.
3.1 Prisão em flagrante. (art. 301 a 310) (10 artigos)
3.2 Prisão preventiva. (art. 311 a 316) (6 artigos)
3.3 Prisão temporária (Lei nº 7.960/1989). (5 artigos)
Inclusive eu recomendo estudar também estes tópicos, que são afetos ao assunto:
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA (arts. 282 a 300)
Liberdade Provisória com ou sem fiança (arts. 321 a 350)
Habeas Corpus (arts. 647 a 667)
Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais (9.099/95)
E além de tudo isso, se você já tiver estudado todo o conteúdo básico acima mais de 100 vezes (força de expressão aqui) e estiver entediado, e quiser se aprofundar, por algum motivo, pode estudar estes temas extras (probabilidade baixa que caiam na prova, mas conhecimento nunca é demais):
Prisão domiciliar (arts. 317 e 318)
Outras medidas cautelares (arts. 319 a 320) --> olhar com cuidado
Nulidades (arts. 563 a 573)
Mas como começar a estudar tudo isso, do zero?
Diferentemente do Direito Penal, que tem uma parte geral (art. 1 a 120 do CP) e uma parte especial (art. 121 em diante), o Direito Processual Penal é uma coisa só, além do fato de a lei-seca ser muito mais direta e de fácil compreensão.
Sendo assim, no caso de processo penal você pode sim começar seu estudo diretamente pela leitura da lei seca, pois provavelmente não terá grandes dificuldades em entender o que está escrito.
Utilize uma das metodologias de mapeamento da lei seca que explicamos na parte 1 desta série de postagens, quais sejam: 1) leitura diretamente pelo site do planalto; 2) copiar/colar o texto da lei para um arquivo word e ir editando/marcando o que for importante; 3) imprimir diretamente do site do planalto e ir fazendo as marcações no papel.
Vá fazendo exercícios/questões ao longo do tempo para ver se está mesmo compreendendo o que está no texto da lei. Faça uma quantidade bem razoável de questões para ter certeza que compreendeu o assunto está acertando as questões CESPE do tipo C/E.
Se você fez isso, e não teve dificuldades, pode ser que você não precise mais do que um livro de processo penal extra para tirar eventuais dúvidas que surgirem.
Aliás, eu sempre recomendo um livro para consulta, mesmo que você nunca precise dele, pois é bom saber que ele está ali para o caso de alguma necessidade. Você não precisa comprar nenhum livro caro, nem grande. No meu caso, eu utilizava um livro de bolso de processo penal do professor Fernando Capez.
Mas se você sentiu dificuldade num grau um pouco mais elevado, o livro pode ser importante para esclarecer os pontos doutrinários e jurisprudenciais (apesar de que para Processo Penal, isso não é muito relevante para a prova da PF, então eu coloco como OPCIONAL essa parte de doutrina e jurisprudência). Então, depois de ler a lei seca, leia também o livro e vá marcando os pontos importantes.
Se você fez isso e mesmo assim continua com dúvidas muito contundentes, pode ser necessário adquirir uma vídeo-aula sobre estes tópicos e assistí-las.
Eu coloquei aqui 3 graus diferentes, sendo 1) ler apenas a lei-seca; 2) ler a lei-seca e depois ler um livro para complementar; 3) além de ler a lei-seca e o livro, assistir a uma boa vídeo-aula sobre o assunto; pois os alunos concurseiros são diferentes uns dos outros. Alguns têm menos dificuldade, outros têm mais dificuldade. Isso não importa, pois já vi alunos com muita dificuldade no início passarem para concursos difíceis como da PF e da PRF.
Não tente minimizar suas fraquezas, ou seja, se você leu a lei seca, resolveu um monte de questões, e ainda assim continua com dúvidas, não fique com elas, e compre um livro de apoio. Se o livro não está sendo suficiente para entender o assunto e acertar um percentual maior de questões, passe a assistir vídeo-aulas.
Processo Penal não é uma disciplina que tenha muitas coisas para serem decoradas. Existem algumas, mas são pontuais. Nada que um mnemônico não resolva (para ajudar a lembrar), e que um flash card também não ajude (a testar, para ver se o conhecimento foi fixado). Você pode aplicar essas técnicas bem pontualmente, na parte de prazos do inquérito, por exemplo, ou os períodos máximos das prisões cautelares.
Processo Penal é uma matéria relativamente curta e pouco complexa. Você provavelmente entenderá tudo sem muitas dificuldades. Por isso, não estenderemos muito aqui a postagem.
Tudo o que foi dito acima é suficiente para que você possa absorver o conteúdo logo da primeira vez, e possa ciclar várias vezes depois para fixar e consolidar o que aprendeu.
OSS
E caso você tenha alguma dúvida ou sugestão sobre este assunto, deixe uma mensagem pra gente na parte de comentários, logo abaixo.
E para maior aprofundamento no tema e maiores informações sobre o COACHING MISSÃO FEDERAL (Técnicas de Estudo na Preparação para Concursos Públicos), entre em contato com os Professores (Coaches) do Grupo Missão Federal através da Fan Page no Facebook (https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/) ou através do email: coachingmissaofederal@gmail.com.
ATENÇÃO - TERMOS E CONDIÇÕES ("DISCLAIMER")
Este texto foi redigido pelos COACHES do Grupo de Estudos MISSÃO FEDERAL. TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS (C). A divulgação do conteúdo aqui apresentado tem pré-autorização dos autores para compartilhamento ou divulgação em outros meios desde que seja feito em sua integralidade e sem supressões, adaptações ou alterações, desde que citado o AUTOR (“GRUPO DE ESTUDOS MISSÃO FEDERAL”), bem como citada a FONTE (com menção expressa do link da Fan Page no Facebook - "https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/" - e do link permanente para acesso ao conteúdo original aqui neste blog) e repetido/citado este AVISO (que torna-se parte integrante do texto). Em caso de dúvida, entre em contato conosco previamente através do email coachingmissaofederal@gmail.com. Casos de abuso serão resolvidos na esfera jurídica aplicável, de acordo com a lei.
quinta-feira, 22 de março de 2018
segunda-feira, 19 de março de 2018
COACHING - COMO ESTUDAR CADA DISCIPLINA - PARTE 2 - DIREITO PENAL
Olá concurseiros da área policial.
Em nossa postagem anterior, abordamos a primeira parte da postagem sobre "como estudar cada disciplina". Aquela primeira parte é genérica, e se aplica a qualquer concurso da área policial, incluindo PF e PRF. Aliás, se aplica praticamente a qualquer concurso, também fora da área policial.
Mas no caso desta segunda parte, esta aplica-se especificamente ao concurso da PF (cargos de Agente e Escrivão), pois abordaremos todas as disciplinas deste concurso. Você pode fazer suas próprias analogias para adaptar as dicas que daremos aqui ao concurso da PRF, por exemplo.
Mas vamos ao que interessa: aqui, daremos dicas específicas para cada disciplina. Você compreenderá que cada disciplina tem suas características, suas nuances, e deve ser estudada de uma forma diferente. Ainda que muitos dos conceitos sejam genéricos e possam ser igualmente aplicados em todas as disciplinas, uma parte deles é específico.
Outra coisa importante para você é o seguinte: adapte essas dicas e conselhos à sua realidade. Toda pessoa tem suas próprias características, seus próprios problemas e dificuldades, bem como suas próprias virtudes e fortalezas. Identifique e filtre os pontos que se aplicam a você, e desenhe a solução que melhor se encaixa a você.
Vamos começar?
DIREITO PENAL
Esta é uma matéria bem extensa, que contém como fontes de informação: a lei seca (site do planalto), as doutrinas (autores, livros) e as jurisprudências (decisões de tribunais superiores). Todas essas informações serão úteis a você, e você terá que saber o momento certo de consultar cada uma delas.
Se você não é formado em direito, terá grande dificuldade de aprender uma disciplina como esta diretamente pela lei seca, pois o texto seco da lei contém poucas informações, e por vezes é confuso, e carece de uma interpretação adicional, que é dada nas vídeo-aulas e livros. Logo, não recomendo que você comece seu estudo de direito penal pela leitura da lei seca.
A melhor forma de começar o estudo do direito penal é através de uma boa vídeo-aula, de preferência uma que esteja bem atualizada. Se você tem um curso com mais de 2 ou 3 anos de idade, o ideal seria atualizar com um curso novo, pois alguma coisa pode ter mudado na lei, e isso pode te atrapalhar na hora da prova.
Vá assistindo as vídeo-aulas e montando seu caderno com o resumo das aulas. Após cada aula, faça exercícios para fixação do conteúdo, e para ver como é que sua banca (CESPE) cobra aquela matéria na prova.
A vídeo-aula é uma boa fonte de informação porque é mais dinâmica que a leitura de um livro, por exemplo. Quanto mais audio-visual e interativo for o método de estudo, melhor. Logo, uma vídeo-aula geralmente é um modal mais recomendado que um livro, sobretudo se você não é formado em direito. O professor, no vídeo, dá vários exemplos práticos da aplicação daquele conteúdo, o que não é sempre visto de forma tão abundante nos livros.
Geralmente as pessoas gostam de assistir aula de direito penal, porque os professores dão exemplos práticos de coisas que acontecem na vida, que assistimos no jornal à noite, ainda mais para quem quer ser policial, geralmente essa é uma experiência interessante, e que desperta a curiosidade do aluno, e isso faz com que o conteúdo seja melhor explorado, aprendido mais rápido, e mais fixado na memória.
Bem, certamente o professor de direito penal vai citar, nas vídeo-aulas, também as doutrinas e jurisprudências principais aplicadas àquele tópico. Mesmo que o professor seja um jurista famoso, com vários livros no mercado, é bem provável que ele cite vários outros autores (seus colegas de trabalho! hehehe), e também as jurisprudências. Desta forma, se o seu professor for um cara bom, ele vai te dar uma visão bem ampla da disciplina, deixando você bem preparado para fazer a prova de Agente ou Escrivão da PF.
Para complementar a vídeo-aula, eu recomendo que você tenha pelo menos 1 livro de direito penal, do professor que gostar mais, ou daquele professor mais recomendado para a sua banca (CESPE).
Eu, na verdade, nunca me liguei muito nesse detalhe. Durante a minha preparação para o concurso da PF, utilizei um livro de bolso do professor Fernando Capez, um livro bem resumido, que tinha o nível de detalhe suficiente para o que eu viria a precisar para a prova de Escrivão da PF.
Para mim, este livro foi mais do que suficiente, apesar de que quando eu ia às aulas presenciais no cursinho que eu frequentava, os outros alunos concurseiros, sobretudo aqueles formados em direito, gostavam de ostentar vários livros de direito penal debaixo do braço, de vários autores diferentes, com suas diferentes doutrinas, visões, etc... Eu acho que isso é uma grande besteira, porque o concurso de APF ou EPF não exige atualmente um nível de conhecimento em direito penal tão aprofundado assim.
Não sou formado em direito, e por isso procurei aprender a disciplina inicialmente de forma não muito profunda, e por isso escolhi iniciar meu aprendizado através das vídeo-aulas (na época assisti as aulas do procurador Marcelo André de Azevedo, que inclusive eram bem didáticas e engraçadas, mas não sei se ele ainda leciona para concurso público), complementando meu aprendizado e tirando as dúvidas através do livro de bolso do Fernando Capez.
Vejam que este arcabouço inicial foi mais do que suficiente para que eu aprendesse a disciplina e conseguisse fazer todas as questões objetivas da prova, bem como a questão discursiva (redação), que no meu ano de concurso foi uma questão bem jurídica, sobre o crime de contrabando e descaminho. Mesmo não sendo formado em direito, e tendo aprendido a disciplina com as vídeo-aulas e somente com a complementação do livro, aprendi tudo o que precisava a contento.
Depois de assistir as vídeo-aulas e utilizar o livro de bolso como fonte de consulta eventual, passei a ler a lei seca, ou seja, o código penal, que encontra-se disponível no site do planalto. Utilizei a metodologia de copiar e colar o texto num arquivo WORD e fui editando e marcando os pontos importantes e acrescentando comentários, links, etc ao longo do tempo, construindo então uma terceira fonte de consulta.
Até este momento eu tinha as vídeo-aulas, o livro (também todo marcado com marca-texto, anotações etc) e também a lei seca.
As vídeo-aulas, eu recomendo fortemente que você só assista uma única vez. Tem gente que é ansioso demais e não consegue resistir quando um professor lança um novo curso de direito penal, e acaba comprando o curso e assistindo TUDO de novo.
Esses cursos são muito extensos, porque a disciplina é muito extensa, então muitas vezes a pessoa leva 6 meses, ou 9 meses para assistir todas as aulas de novo.
Portanto eu NÃO recomendo que você fique assistindo de novo as aulas que já assistiu, mesmo que seja de um outro professor ou de um conteúdo 1 ano mais atualizado (o que é pouco para um horizonte de concurso, ou seja, o material não chega a ficar desatualizado por causa de 1 ano somente).
Se você já assistiu todas aquelas quarenta e poucas aulas do curso de direito penal e fez direitinho o seu resumo, seja no caderno, no computador, não assista novamente essas aulas tudo de novo!!!
Claro que existem exceções, e devem ser tratadas como tais. Se você assistiu todas as vídeo-aulas há 4 ou 5 anos atrás, parou de estudar por 1 ou 2 anos, e não lembra de NADA, é claro que você precisa retomar as aulas do zero, para poder se lembrar de tudo, e até para se atualizar melhor (assistir um curso mais novo).
Ou então se você tem MUITA dificuldade em determinado assunto (eu por exemplo não conseguia entender direito a parte de ERRO DE TIPO), tudo bem assistir de novo, mais uma ou duas vezes aquela aula específica, para ajudar a entender melhor ou a fixar.
Mas definitivamente evite ter que assistir uma mesma vídeo-aula (ou pior ainda: todas elas) mais de uma vez, pois assistir uma vídeo-aula faz você gastar muito tempo do seu dia. Para que isso não seja necessário, assista as aulas prestando muita atenção e fazendo seu resumo da melhor forma possível.
Se não entender algum assunto, volte um pouco o vídeo e escute o professor falar de novo. Isso é melhor do que passar batido, e depois ter dificuldade na hora de fazer questões, simulados etc.
Bem, então até aqui temos as vídeo-aulas assistidas, os resumos desenhados, os livros à disposição para consulta eventual, e também a lei-seca toda mapeada com todos os detalhes e anotações que você precisa ter.
Neste ponto, você já tem um entendimento bem completo da disciplina. Não esqueça de fazer muitas questões, independente da fase que você esteja (aprendendo, fixando, consolidando ou já simulando).
Outra ferramenta muito importante no aprendizado e na fixação do conteúdo de direito penal é o mapa mental. Lembram do exemplo de erro de tipo que citei logo acima? Eu só consegui aprender essa porcaria depois de fazer uns fluxogramas bem ilustrativos. Foi a forma que eu encontrei de separar o conhecimento nas suas devidas caixinhas, e visualizar a coisa como um todo, e entender cada parte deste todo.
O mapa mental pode ser útil quando você precisar transformar o conteúdo "sem vida" que existe na forma de uma lei-seca, por exemplo, numa coisa mais gráfica, mais ilustrativa, que vai facilitar muito mais o seu entendimento, bem como a fixação e a consolidação. Utilize com parcimônia, nos pontos da disciplina que você tiver mais dificuldades.
Considero que a utilização de flash cards também é importante no direito penal, nos pontos da disciplina em que você tem dificuldade para decorar.
Uma outra coisa bacana de ser explicada é a seguinte: o direito penal se divide em duas partes, sendo a parte geral e a parte especial.
A PARTE GERAL realmente não tem condições de entender só lendo o texto da lei-seca do código penal. Para esta parte você tem que assistir uma aula boa, ou ler um bom livro. Não tem jeito.
Já a PARTE ESPECIAL, até dá pra entender e aprender pela lei seca, porque são quase que apenas as definições dos crimes existentes, mas você tem que complementar com um livro as doutrinas e jurisprudências, entender os exemplos, etc.
Como dica geral que eu costumo dar para todas as disciplinas de direito, aprenda o conteúdo novo através das vídeo-aulas (escrevendo um bom resumo, no caderno ou no computador), utilize os livros pontualmente como fonte de consulta extra ou tira-dúvidas (e daí você pode aproveitar para entender quais as doutrinas existentes, caso não tenham sido faladas pelo seu professor durante as vídeo-aulas), depois foque na leitura e mapeamento dos pontos da lei-seca, e só depois quando estiver mais avançado, avance para as jurisprudências. Complemente SEMPRE o seu estudo e suas revisões (de 24h, 7 dias e 1 mês) com muitas questões CESPE. Marque as questões mais "manjadas" para re-fazer depois.
Agora vou falar um pouco mais sobre algo que ocorreu comigo no concurso de EPF 2012, especificamente em direito penal.
Teve uma época em que eu estava um pouco preocupado com a dificuldade que estava tendo nesta disciplina. Dificuldade em decorar as milhares de formas, espécies, sub-espécies, tipos, enfim, todo o emaranhado técnico inter-relacionado que compõe o crime.
Isso aconteceu porque quando eu comecei a estudar Direito Penal de verdade, pra prova de Agente da PF, em torno de Março de 2012, comecei lendo o texto da lei-seca do código penal, do artigo 1 ao 120, por indicação de um amigo meu (a chamada parte Geral).
Deste início, não entendi NADA, tanto porque o texto da lei é muito simplificado, sem exemplos, às vezes até com erros, etc, quanto porque ali não está contida a interpretação, a doutrina, a jurisprudência, etc. Tanto que alguns artigos eu simplesmente nem entendi o que o legislador queria dizer.
Eu tinha começado da maneira errada, mas como eu não era experiente no assunto, não conseguia entender o que é que eu estava fazendo de errado.
O passo seguinte foi comprar um curso online de Direito Penal, através de vídeo-aulas. Apesar da estrutura geral do curso ter sido uma porcaria, esse curso de Direito Penal foi excelente. O Professor Marcelo André (http://www.youtube.com/watch?v=howluqdLIw4) é muito bom, e realmente eu entendi os assuntos com muito mais clareza. Digamos que nesta época eu tenha atingido uns 40% do total de clareza em relação à matéria, e que antes, este patamar estivesse em torno de 5%. Já foi uma boa melhora.
Mas ainda assim, sem fazer resumos, esquemas, mapas mentais, fica bem difícil entender "o todo". Até porque eu compreendo, hoje em dia, que a parte Geral do CP é um entendimento "básico" pra poder fazer as análises dos crimes, entender quando tem tentativa, quando não tem, quando é culposo, quando é doloso, quando o crime é qualificado, quando é privilegiado, quando tem concurso de pessoas, quando tem causa de excludente de ilicitude/culpabilidade, etc, etc, etc...
Eu diria que é IMPOSSÍVEL seguir adiante no estudo do Direito Penal (a parte Especial, dos crimes), sem entender muito bem essa parte inicial.
Esse foi um dos problemas: eu comecei a estudar as duas coisas ao mesmo tempo, e sem um bom embasamento da parte geral, ficou bem difícil de entender e assimilar as situações penais definidas do artigo 121 em diante (parte especial).
Além disso, eu tenho um raciocínio absolutamente analítico, totalmente contrário à forma pragmática de pensar. Isso significa que muitas vezes eu preciso entender a fundo um determinado tema pra em seguida sair fazendo exercícios e acertá-los.
Isso me deixa meio frustrado, pois às vezes eu vejo alguns alunos em sala de aula que têm uma mente completamente diferente que a minha, são totalmente pragmáticos, então meio que "decoram" um monte de definições "soltas", mas que na hora de resolver uma questão, recorrem a este banco de dados e acabam acertando, mesmo sem saber direito o porque, nem como.
Eu já tentei, mas não consigo ter essa visão extremamente pragmática, porque minha memória é muito ruim. Se eu tentar decorar alguma coisa, daqui a 2 dias já esqueci, e se o raciocínio não estiver estruturado e montado na minha cabeça, eu não consigo re-acessar a informação.
Isso significa que para que eu conseguisse aprender Direito Penal, eu tive que aprender primeiro, muito bem, a parte Geral, entender cada artigo, cada situação, aprender de fato a analisar um crime, e aí sim pude passar para a parte Especial.
E pra fazer isso não adianta só ler os artigos do CP, nem assistir às aulas, porque pra mim é necessário fazer uma relação entre as duas coisas. Descobri que pode ser uma boa forma de complementar esse entendimento (os 60% que faltam) lendo um livro, marcando os pontos importantes, fazendo resumos/esquemas/mapas, e por último testando o aprendizado e fixando a matéria através de questões.
Foi o que eu fiz no meu concurso. E ainda por cima fiz uma classificação do edital inteiro da PF, uma reordenação dos tópicos descritos no edital, pois eles são meio que "jogados" ali, de forma não estruturada.
Não tinha percebido isso até começar a entender cada um dos temas. Vi que tem coisa que meio que se repete, tem assuntos que são do mesmo "grupo" que estão em pontos diferentes do edital, e isso confunde pra caramba o candidato, sobretudo aquele que não é formado em Direito, que é o meu caso.
Pra conseguir "dominar" o edital, entender o que é cada assunto, onde ele se encontra dentro do todo, e assim facilitar a fixação, tive que fazer essa realocação das linhas que descrevem o conteúdo, além de associar a cada uma delas o artigo correspondente do CP e também o capítulo/parte do livro que é minha referência.
Assim, por exemplo, o tema "1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade." está procedido da informação "(art 1 a 2) (Livro Capez Cap. 4)", assim eu consigo saber se eu já li o artigo, se já li o livro, se já fiz o resumo/mapa/esquema, e sei onde encontrar, facilmente, a fonte daquela informação.
Outra coisa que fiz foi agrupar os temas que estavam soltos ou separados no edital. Por exemplo, na parte de ERRO, existe erro de tipo e erro de proibição. Ambos caem na prova, mas estão em partes distintas do CP, uma parte nos artigos 20 e 21, e outra nos artigos 73 e 74. O que eu fiz, após perceber isso, foi agrupá-los, e passei a estudá-los todos juntos. Isso ajuda o entendimento, porque um tema está relacionado com o outro (tanto que no livro do Capez eles estão inclusive no mesmo capítulo), e por isso devem ser estudados juntos.
O edital não fala isso. O Código Penal não fala isso. O curso online não fala isso. Já o livro ajuda a "agregar" esse conhecimento de uma forma estruturada, e só depois de lê-lo que cheguei a essa conclusão. Isso me ajudou muito porque conectou um monte de coisa que estava desconectada, e me ajudou a montar os dados dentro das caixinhas que existem dentro da minha cabeça.
Fiz isso pra TODOS os temas do edital, tudo o que cai na prova foi agrupado, estruturado e organizado. Assim, os passos seguintes foram estudar cada um desses grupos em conjunto, basicamente lendo o livro que é minha referência (o do Capez), consultando o texto da lei quando necessário, e a partir dessas duas informações, fazer os resumos/esquemas/mapas, e fixar cada assunto com exercícios.
Quando consegui terminar de fazer isso pra todos os temas da parte Geral, me senti pronto então pra estudar com mais propriedade a parte Especial.
Acho que essa é a melhor forma de estudar Direito Penal pra concursos, sobretudo pra quem não é formado em Direito, como eu.
Espero ter ajudado a você no aprendizado, na fixação e na consolidação desta importante disciplina, que vai te acompanhar para o resto da sua vida na profissão de Policial Federal. OSS!
E caso você tenha alguma dúvida ou sugestão sobre este assunto, deixe uma mensagem pra gente na parte de comentários, logo abaixo.
E para maior aprofundamento no tema e maiores informações sobre o COACHING MISSÃO FEDERAL (Técnicas de Estudo na Preparação para Concursos Públicos), entre em contato com os Professores (Coaches) do Grupo Missão Federal através da Fan Page no Facebook (https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/) ou através do email: coachingmissaofederal@gmail.com.
ATENÇÃO - TERMOS E CONDIÇÕES ("DISCLAIMER")
Este texto foi redigido pelos COACHES do Grupo de Estudos MISSÃO FEDERAL. TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS (C). A divulgação do conteúdo aqui apresentado tem pré-autorização dos autores para compartilhamento ou divulgação em outros meios desde que seja feito em sua integralidade e sem supressões, adaptações ou alterações, desde que citado o AUTOR (“GRUPO DE ESTUDOS MISSÃO FEDERAL”), bem como citada a FONTE (com menção expressa do link da Fan Page no Facebook - "https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/" - e do link permanente para acesso ao conteúdo original aqui neste blog) e repetido/citado este AVISO (que torna-se parte integrante do texto). Em caso de dúvida, entre em contato conosco previamente através do email coachingmissaofederal@gmail.com. Casos de abuso serão resolvidos na esfera jurídica aplicável, de acordo com a lei.
domingo, 18 de março de 2018
COACHING - COMO ESTUDAR CADA DISCIPLINA - PARTE 1
Olá amigos concurseiros da área policial. Hoje falaremos um pouco sobre as nuances existentes na forma de estudar cada disciplina, com base nos últimos concursos públicos para a Polícia Federal. Abordaremos as disciplinas existentes nos concursos para os cargos de Agente de Polícia Federal (APF) e de Escrivão de Polícia Federal (EPF).
Para você que não entende muito bem ainda deste assunto, a gente esclarece: as disciplinas são praticamente as mesmas para os dois cargos, com a diferença de que a prova para o cargo de Escrivão de Polícia Federal tem Arquivologia como disciplina exclusiva, e a prova para o cargo de Agente de Polícia Federal tem Economia e Contabilidade como disciplinas exclusivas. Todas as outras disciplinas são praticamente iguais, apesar de haver algumas nuances com relação aos tópicos dentro da disciplina de Informática. E o concurso para Escrivão de Polícia Federal também tem uma ETAPA a mais no concurso: prova eliminatória de digitação.
Mas é sempre bom você ler com atenção o edital, quando este for divulgado, para verificar se realmente a banca não fez nenhuma alteração (significativa ou não) com relação ao que você vinha estudando até então com base no último edital, e não ser pego de surpresa na hora da prova.
Esta re-checagem do conteúdo do edital é importante porque existe uma tendência forte dentro da Polícia Federal, como já foi amplamente divulgado pela própria PF e na imprensa em geral, de uma possível unificação dos cargos de Agente e Escrivão num cargo novo, possivelmente denominado Oficial de Polícia Federal (OPF), e ninguém sabe ainda como será a prova escrita para provimento deste eventual novo cargo. Pode ser que sejam cobradas matérias mescladas dos dois cargos anteriores, ou que a ementa seja totalmente reformulada. Portanto, por ora, recomendamos que continuem estudando de acordo com a ementa dos últimos editais de Agente e Escrivão.
O objetivo desta postagem é mostrar que cada disciplina tem uma característica peculiar, e isso faz com que a forma de ser estudada seja ligeiramente diferente para cada uma delas.
Vamos falar sobre elas daqui a pouco, apenas lembrando antes que o MÉTODO de estudo ideal é utilizando-se o CICLO, como falamos uma vez nesta postagem aqui (não deixe de ler): http://blogmissaofederal.blogspot.com.br/2017/02/coaching-estudo-pelo-ciclo.html
Mas... Antes de começar a falar especificamente sobre cada disciplina, vamos entender aqui nesta PARTE 01 quais são os tipos de conteúdo (ou “modais”) que podem existir, para só depois fazermos o cruzamento de cada disciplina com os possíveis conteúdos (ou modais) existentes.
Lei seca
Este tipo de modal ocorre principalmente nas disciplinas da área jurídica (ex: direito penal, direito constitucional, direito administrativo, etc), apesar de que pode ocorrer em outras disciplinas em que há algum tipo de legislação relacionada (ex: contabilidade, arquivologia, informática etc).
O termo pode soar bem óbvio pra quem já estuda pra concurso público, mas “Lei seca” não é aquela operação baseada na lei que proíbe as pessoas de dirigirem sob o efeito de álcool, e sim o “texto puro da lei”, ou seja, o texto da lei exatamente como ele é.
Não sei se você já sabe, mas todas as leis federais constam num repositório único, que você utilizará muito daqui pra frente, que é o site do Planalto (http://www4.planalto.gov.br/legislacao). Lá você poderá baixar ou copiar/colar as leis de que necessita do texto seco (ou da chamada “lei seca”, como se costuma dizer).
Mas por que é importante ler a lei seca ao estudar determinada disciplina (repare que eu não disse ANTES DE estudar, eu disse AO estudar)?
Algumas bancas cobram o conhecimento da lei seca, ou seja, um lance meio DECOREBA mesmo. Isto não costuma ser o caso do CESPE (banca que geralmente faz os concursos para a PF), mas de qualquer forma eu considero importante ter algum contato com a lei seca, ainda que seja mínimo (mesmo para provas da banca CESPE).
Não é porque a banca geralmente não cobra o texto seco da lei que não é útil ou importante conhecê-lo. Mas neste caso, você não precisará decorar a literalidade da lei, palavra por palavra, mas terá que saber minimamente os números/anos das leis, e onde cada coisa se encontra dentro do texto daquela lei (saber onde estão as partes básicas, os crimes definidos naquela lei – se for o caso – etc).
E existem diversas formas de se tomar esse contato com o texto da lei. Vamos falar de cada uma delas.
A primeira forma: há quem prefira ler o texto online diretamente do site do Planalto, utilizando seu navegador de internet preferido – a vantagem é que o texto estará sempre atualizado, no entanto não será possível fazer nenhuma marcação no texto, nem inserir nenhum comentário.
Como segunda opção: algumas pessoas preferem acessar o site daquela lei específica, daí copiar o texto e colar num arquivo de um editor de textos local, como o MS Word – a desvantagem é que se o texto da lei for modificado (por alguma outra lei) você não terá a atualização de forma automática, no entanto poderá marcar o texto com cores diferentes, fazer comentários, inserir hiperlinks, etc.
E por último, há aquelas pessoas que preferem imprimir o texto diretamente do site, e depois fazer todas as anotações e comentários diretamente no papel, com lápis, caneta e marca-texto – eu também não gosto muito dessa opção, porque quando a lei é alterada (e isso pode acontecer no meio do caminho do estudo para aquela matéria) você tem que imprimir tudo de novo e recomeçar todas as anotações e marcações que fez, do zero; dá bastante trabalho.
Eu prefiro fazer de acordo com a segunda opção, ou seja, a de copiar e colar o texto num editor de textos local, e depois ir fazendo todas as marcações e comentários no arquivo eletrônico -- esta é a forma mais dinâmica de se trabalhar, sobretudo para quem não tem dificuldades de fazer sua leitura e seu estudo diretamente na tela do computador ou do tablet.
A única ressalva que faço para este tipo de utilização “offline” é a de de ficar sempre de olho nas últimas alterações daquela lei (no site do planalto), a fim de verificar se seu texto foi modificado.
Não sei se você sabe, mas as alterações em uma determinada lei são sempre feitas por promulgação de uma outra lei. Então, quando eu estudava, e quando isso acontecia, eu simplesmente verificava, diretamente na (outra) lei que realizou as alterações daquela lei (objeto do estudo) quais foram os pontos do texto modificados e quais foram as alterações feitas, e daí copiava somente esta parte específica que foi alterada para o meu arquivo word local (gravado no meu computador).
Uma outra coisa que eu também fazia logo ao criar o arquivo de texto local era anotar logo no cabeçalho daquela lei qual foi a data em que eu extraí seu texto do site, e passava a anotar sempre qual a data em que fiz a última verificação no site do planalto, a fim de detectar qualquer mudança de conteúdo e controlar essas alterações, para que nada seja perdido.
Então, definimos três formas diferentes de se extrair a lei seca e como armazenar isso num local “estudável”. Mas como estudar a lei seca em si? Depende de um monte de coisa.
Em primeiro lugar, depende do tamanho da lei.
Se a lei for muito grande, é importante verificar se vale a pena ler tudo, ou só algumas partes.
Como saber isso? Depende de como está definido no edital do concurso.
Para muitas leis, vêm escrito no edital observações do tipo “apenas aspectos penais e processuais penais”, ou seja, a banca só vai cobrar assuntos relacionados aos CRIMES daquela lei.
A banca às vezes delimita desta maneira o assunto que será cobrado porque há leis muito grandes que contém definições gerais, procedimentos administrativos, ritos processuais, e no final também os crimes, que é o que interessa, na maioria dos casos.
Um exemplo é a lei do estatuto do desarmamento (lei 10.826/2003), que contém um monte de coisa deste tipo, mas no edital a banca está interessada em cobrar apenas aspectos penais e processuais penais e não as definições e ritos administrativos, por exemplo.
Em ALGUNS CASOS eu recomendo que você leia também alguma coisa da parte inicial de definições, porque pode ser que, mesmo que esta esteja separada da parte penal e processual penal da lei, essa informação seja relevante.
Quer ver um exemplo? Na lei 8.069/1990 (estatuto da criança e do adolescente), logo no Art. 2 o legislador resolveu definir o que é considerado CRIANÇA e o que é considerado ADOLESCENTE. Se você pulasse essa parte inicial e fosse direto para os crimes, ficaria com essa informação “faltando” no seu conhecimento, e isso poderia prejudicá-lo em algum momento futuro.
Então agora você deve estar se perguntando: como eu vou saber se devo ler TUDO ou só uma parte? Um amigo concurseiro mais experiente pode te orientar, ou mesmo um professor do cursinho, ou quem sabe até sua própria experiência em estudar aquela matéria.
Então, voltando ao que eu estava falando sobre o tamanho do texto da lei: nas leis muito pequenas, eu costumava ler TUDO, porque a diferença entre ler e não ler era pequena. Nas leis de tamanho médio, dependia da importância daquela matéria com relação ao todo.
E nas leis gigantes, eu evitava ao máximo ler coisas à toa (apenas por preciosismo ou para “pecar pelo excesso”).
Leve isso em consideração e tenha bom senso ao estudar.
Bom, mas como estudar a lei seca em si?
A primeira coisa mais óbvia, já que agora você sabe que tem que verificar o que é importante e o que não é importante, é começar a ler o texto da lei.
Novamente aqui cabe uma ressalva, porque a forma como você vai ler depende do tamanho do conteúdo e de sua importância com relação ao todo. Quanto menor e mais importante a lei, maior cuidado você deve ter na leitura e nas anotações que fizer. Quanto maior e menos importante a lei, menos tempo você deve gastar na leitura, e menos relevantes serão os comentários, anotações e marcações que fizer.
Então, leia o texto da lei. Em alguns casos, você vai ficar meio perdido e sem entender nada do que está escrito ali. Vou dar um exemplo: quando eu comecei a estudar Direito Penal, um amigo meu que é formado em direito me recomendou começar assim: pegue o texto da lei seca e vá lendo do art. 1 até o art. 120, que é a “parte geral”, e depois que você terminar, comece a ler sobre os crimes propriamente ditos, da “parte especial”, ou seja, do art. 121 em diante, até o final -- mas lembrando de olhar no edital quais são os tipos de crimes cobrados pela banca examinadora, da parte especial, para não estudar coisas à toa.
Mas quando eu fiz isso, seguindo a “dica furada” dele, eu não entendi absolutamente NADA da parte geral, porque os artigos não são tão bem escritos a ponto de serem fáceis de interpretar. O texto da lei não é escrito didaticamente. Para quem estuda direito penal pela primeira vez é impossível entender o conteúdo da parte geral lendo diretamente do texto seco da lei.
Na época eu demorei pra caramba pra compreender isso, e achava que eu fosse burro demais pra entender direito penal. Não era nada disso, era apenas a forma errada de estudar aquela disciplina. Então por isso que eu digo que o primeiro passo é ler o texto seco da lei, mas o momento ideal de fazer isso vai depender de qual lei você está estudando.
Umas leis são mais diretas e simples, outras são tão mais rebuscadas e complexas, que seu entendimento e sua interpretação não acontecerão através de sua leitura diretamente – será necessário ler um livro específico sobre o assunto ou assistir uma boa video-aula (ou aula presencial) com um professor mesmo, fazendo uma aula expositiva.
Para estes casos, feito isto primeiro, aí sim valerá a pena ler o texto seco da lei, para fazer a associação entre o que o professor explicou (ou o que foi lido do livro) e onde está cada assunto no texto puro da lei.
Se você já estuda há algum tempo vai concordar plenamente comigo neste ponto, e isto gerará uma compreensão imediata do que eu estou expondo aqui.
Se você ainda está iniciando nessa área de concurso público, ainda terá que adquirir um pouco mais de experiência a fim de captar por completo esta nuance.
Mas em resumo, o que quis dizer aqui é que o texto seco da lei precisa ser explorado pelo aluno concurseiro, nos mais diversos aspectos, e o que deve ser levado em consideração é a extensão/relevância do tema, bem como o momento certo de fazer a leitura.
E no momento de fazer a leitura propriamente dita, como é que as marcações e anotações devem ser feitas?
Isso vai depender da forma que você escolheu para baixar o texto (lembra das três formas? Usar diretamente do site, baixar para um arquivo word editável ou imprimir).
Como eu prefiro a segunda opção, na época que eu estudava eu ia separando os artigos com linhas horizontais entre elas, para começar. Também gostava de usar cores diferentes de marcação para cada palavra. O vermelho, por exemplo, eu gostava de usar quando tinha alguma NEGAÇÃO, ou alguma EXCEÇÃO. Amarelo era a marcação mais tradicional, de forma que o roxo e o verde eram usados para casos mais importantes. Os comentários que eu mesmo inseria sobre cada assunto, eu sempre colocava na cor VERMELHA, e também com NEGRITO.
Eu também não economizava nos hyperlinks, sobretudo aqueles para as questões mais exemplificativas daquele determinado assunto que estava sendo abordado, ou do site QCONCURSOS ou do site TECCONCURSOS. Algumas vezes era necessário inserir alguma figura, algum fluxograma, esquema, tabela, ou qualquer coisa que facilitasse o entendimento daquele assunto, ou que fosse ajudar na hora de revisar, ou de memorizar/fixar.
Vou colocar abaixo um exemplo do texto da CF 88 que eu marquei pontos importantes, bem como inseri todo o tipo de anotações que acabei de citar, incluindo MNEMÔNICOS, que por vezes me levavam a alterar o layout em que o texto estava disposto na lei original -- ou seja, mudar ordem de incisos e alíneas às vezes me ajudava a colocar o conteúdo numa sequência mais fácil de compreender ou decorar.
O lado bom de usar o método do arquivo word gravado localmente no próprio computador é que era possível fazer essas anotações e marcações livremente – não sendo possível fazer isso com nenhum dos dois outros métodos.
Portanto, estudar a lei seca se resume a: baixar o texto seco da lei, ler o texto seco da lei, e marcar os pontos importantes, fazendo anotações de todos os tipos.
Ah! E mais uma coisa que acabei de lembrar (na realidade mais uma vantagem): estudar usando qualquer um dos dois métodos digitais também ajuda bastante na hora de procurar um tema específico, pois é possível utilizar ferramenta de pesquisa (“find”) para encontrar uma palavra ou um trecho do texto.
E por fim, procure também ser organizado com as leis, salvando cada uma num arquivo diferente, e se possível separando cada uma numa pasta no seu computador, que seja fácil de achar.
As leis mais utilizadas, como a CF 88, o código penal e o código de processo penal, eu já deixava o link para o arquivo salvo no desktop do meu computador, sendo mais fácil e rápido de abrir o arquivo.
Dito tudo isso, é hora de você ver os exemplos que separei abaixo, para entender a forma como eu fazia minhas anotações. Meu método não é necessariamente o melhor, nem o que vai funcionar melhor para você. Minha ideia aqui foi mostrar a você um leque de opções, e agora eu o encorajo a experimentar cada uma delas, para encontrar o que melhor funciona para você.
Exemplo:
Mais um exemplo:
Livro/Apostila
Este é um outro modal para absorver conteúdo, relevante a quase todas (senão todas) as disciplinas. Não deve ser obrigatório, mas é importante, e você logo verá como e porque.
Os livros são ótimas fontes de estudo e sobretudo de pesquisa/consulta em caso de dúvida. Eu nem sempre utilizava livros como fonte apenas de estudo, mas muitas vezes como fonte de pesquisa também, ou como fonte de conhecimento auxiliar.
Na maioria dos casos eu comecei estudando disciplinas totalmente novas (para mim) da seguinte forma: assistindo video-aulas ou aulas presenciais, e só utilizava os livros como complementação à aula do professor, modal este utilizado pontualmente e sob demanda específica.
Há quem prefira estudar pela primeira vez diretamente através de livros, por diversas razões que sejam.
Eu tinha um aluno de Coaching há alguns meses atrás que estudava muito por livros porque o pai dele estava internado num hospital, e ele passava três vezes por semana lá, sendo cada vez 5 ou 6 horas seguidas, e não havia internet disponível para utilizar (para assistir as aulas video-aulas online). No caso dele, não era por opção própria, mas ele acabava por estudar (absorver conteúdo novo) através de livros.
Quando eu menciono livro, em 99% dos casos são livros impressos, mas nada impede também que sejam e-books. Da mesma forma, as apostilas podem ser arquivos PDF lidas diretamente da tela do computador ou impressas. Cada aluno vai encontrar a forma que melhor funciona para si. Eu sempre preferi ler o máximo de coisas na tela do computador, mas no caso dos livros, não tinha muito jeito, tinha que ser leitura do papel mesmo.
Então o momento de ler o livro ou ler uma apostila vai depender da sua proficiência naquela disciplina, já que não recomendo muito absorver conhecimento totalmente novo utilizando esse tipo de modal, já que as video-aulas ou as aulas presenciais expositivas NORMALMENTE ensejam um melhor entendimento, devido à didática e às metodologias e dinâmicas específicas utilizadas pelos professores.
No meu caso eu preferia usar o livro como fonte alternativa, em caso de consultas específicas sobre determinado assunto, como já mencionei.
Já as apostilas em PDF, a depender da complexidade do assunto, eram utilizadas como fonte de revisão ou mesmo como leitura inicial daquela disciplina (sim, para absorver conteúdo totalmente novo).
Se você não tiver muita dificuldade com aquele assunto, o PDF pode ser uma opção válida. Se você tiver muita dificuldade com aquela disciplina, o PDF pode ser uma fonte ruim de informação nova, porque algumas vezes está com o assunto muito resumido (mais que um livro, e BEM mais que uma vídeo-aula).
Video-Aula
Não há muito mistério em como aproveitar bem as vídeo-aulas. A grande vantagem delas é poder assistir no conforto de casa, no celular, ou onde bem entender.
Se for aula AO VIVO, você ficará um pouco mais restrito quanto ao horário, porque terá que assistir no mesmo momento em que ela ocorrer.
Se for aula pré-gravada, melhor ainda, porque poderá assistir no melhor horário possível para você, quando bem entender.
Alguns cursinhos restringem a quantidade de vezes que você pode assistir cada aula, e outros não -- é importante verificar isso no momento de contratar um cursinho, para que você possa explorar ao máximo as características do seu produto no momento de estudar.
Outra vantagem oferecida por alguns cursinhos nas aulas gravadas é poder assistí-las com velocidade um pouco mais acelerada, com objetivo de absorver mais conteúdo numa mesma base de tempo. A ressalva que faço quanto a isso é sobre a proficiência que você já tem com aquela disciplina. Se for uma matéria totalmente nova para você, talvez tenha dificuldades em proceder desta forma. Se for uma disciplina que já esteja “dominada”, ou pelo menos que você tenha muita facilidade para absorver conteúdo novo, não terá problemas em assistir as aulas em velocidade acelerada.
Normalmente as vídeo-aulas já vêm acompanhadas de um arquivo PDF, que poderá ser utilizado para acompanhar em tempo real o que o professor está falando na tela. Se for este o caso, você pode ir marcando no texto os pontos importantes da fala do professor e incluindo seus comentários escritos.
Se o PDF, no caso, for mais um COMPLEMENTO (extra) do que foi falado em aula, não necessariamente na mesma ordem do que foi abordado no vídeo, você poderá utilizar como fonte de consulta alternativa, em caso de dúvida, no momento de uma revisão, ou algo do tipo. Se for este o caso, você poderá fazer seu próprio caderno-resumo, ou seja, ir montando um resumo com o extrato do que o professor falou no vídeo, os pontos-chave, os pontos mais importantes da disciplina, que você utilizará no momento de estudar, de revisar, de pesquisar alguma dúvida que tenha.
Há pessoas que preferem focar 100% da atenção no conteúdo da aula, sem anotar nada em caderno algum.
Outras preferem ir assistindo à aula e anotando os pontos importantes (e algumas vezes parando o vídeo de tempos em tempos para realizar suas anotações).
Já vi até gente que prefere assistir a aula inteira (normalmente dura meia hora), e ao final dela, anotar tudo que lembrou.
Eu acho que este último jeito é mais arriscado, pois dificilmente o aluno se lembrará de todos os detalhes importantes que o professor falou depois de passada meia hora que começou a assistir o vídeo.
Eu costumava ir assistindo a aula e ao mesmo tempo ir marcando os pontos importantes, ou seja, eu ia criando meu caderno-resumo. Mas como eu fazia isso? No computador, ou no papel? Novamente, depende, isso varia de pessoa pra pessoa.
Como eu já disse mais acima, eu sempre prefiro fazer as coisas de forma eletrônica. Eu acho mais fácil para editar, mais fácil para atualizar, mais fácil para encontrar as coisas depois (quando estiver re-lendo, estudando, revisando). Mas cada um faz do jeito que achar melhor.
O lado ruim de ir montando o caderno no próprio computador em que está assistindo a video-aula é que você precisa fazer caber tudo na tela: o vídeo, o texto que está editando, etc. Mas se não tiver dificuldades para fazer isso desta forma, é a que eu mais recomendo, pelas vantagens que citei.
Mas procure encontrar o jeito que funciona melhor com você. Se você tiver condições financeiras suficientes, pode também se dar ao luxo de utilizar dois monitores de vídeo no mesmo computador, um para assistir à vídeo-aula e outro para fazer as anotações.
Quase todo investimento (R$) é válido no momento de estudar pra concurso. Pense que um monitor de vídeo extra para ficar com duas telas no seu computador pode até custar algumas centenas de reais, mas o retorno que você terá com esse investimento será muito alto, pois seu estudo renderá muito mais. E esta despesa será ínfima, se pensar nos salários que receberá até o final da sua vida.
Aula Presencial
Ao longo do meu estudo para o concurso da PF/PRF, eu assisti muitas aulas presenciais também (além das video-aulas, assistidas através do computador).
Existem pelo menos dois tipos de aula presencial, que pude identificar: aula expositiva e aula de exercícios.
Claro que se aquela disciplina é totalmente nova para você, o ideal é começar assistindo as aulas expositivas. As aulas expositivas são as aulas clássicas em que o professor ensina um conteúdo novo para a turma, explicando os conceitos, as teorias, utilizando a melhor didática possível para encaixar as ideias umas nas outras, dando exemplos, tirando as dúvidas, etc.
Existem também aulas de exercícios, em que o professor seleciona uma bateria de questões daquela determinada matéria (normalmente são questões retiradas de provas de concursos anteriores, bem similares ao que você vai prestar) e vai resolvendo as questões, uma a uma, usualmente dando uma “mini-aula” para explicar o tema abordado em cada questão.
Os dois tipos de aula são bem interessantes, mas como disse, acho que é melhor iniciar os estudos pela aula expositiva, para só depois partir para aulas de exercícios.
Em algumas matérias, excepcionalmente, você já pode partir diretamente para a resolução de questões, como ATUALIDADES por exemplo. Outras, não.
A grande desvantagem da aula presencial é o tempo que você vai perder se deslocando da sua casa até o local do cursinho. Se o seu cursinho fica perto do seu trabalho, por exemplo, esse pode ser um fator positivo, porque você já está próximo ao local das aulas todos os dias.
Se você tem dedicação exclusiva ao estudo (não trabalha), o deslocamento pode ser uma desvantagem para você, a não ser que você prefira estudar na biblioteca ou nas cabines do próprio cursinho. Pois se você estuda sempre em casa, faz menos sentido sair de casa só para assistir aula. Você precisa ponderar todos os fatores, colocar tudo na balança e decidir.
Fazer resumo
Fazer resumos é uma das principais atividades do concurseiro. É a chave para o sucesso para passar em qualquer concurso.
Isso tem um motivo, meio óbvio até: os concursos públicos hoje em dia cobram cada vez um conteúdo mais e mais extenso, sendo praticamente impossível decorar todo o conteúdo de uma forma não-técnica.
Sendo assim, o resumo é uma técnica para fazer “caber mais conteúdo em menos lugar”. Mas não é só para economizar espaço no papel ou economizar espaço no HD do seu computador. Resumir conteúdo é importante para que você possa percorrer aquele terminado conteúdo num espaço de tempo menor.
Imagine que você tem um livro de 100 páginas que conta uma certa história com todos os detalhes possíveis. Imagine agora que alguém leu esse livro, e foi anotando os pontos mais importantes daquela história, deixando de anotar os detalhes dispensáveis, chegando ao final a um resumo de apenas 8 páginas. Se você pegar esses dois materiais escritos, um sendo o original de 100 páginas e outro resumido de 8 páginas, e entregar para duas pessoas lerem, o que vai acontecer?
Provavelmente a pessoa que pegar o texto resumido em 8 páginas vai acabar de ler mais de 10x mais rápido que a pessoa que pegou o texto não resumido, o de 100 páginas.
E se você for fazer perguntas iguais para estas duas pessoas, logo após terem lido os dois materiais, qual delas você acha que vai acertar mais respostas? Em primeiro lugar, a pessoa que leu o resumo vai ter terminado a tarefa de leitura muito mais rápido que a outra, podendo até mesmo se dar ao luxo de ler o mesmo texto várias vezes, fixando a informação cada vez mais na mente a cada leitura realizada - enquanto a outra pessoa vai ter tempo de ler uma vez só. Segundo, porque o texto resumido contém apenas as informações realmente relevantes sobre aquela história - ao passo que o texto integral vai conter um monte informação adicional que é apenas a “moldura do quadro”, e não o conteúdo do quadro em si.
Isso significa que quem leu o texto resumido focou apenas no que era extremamente relevante naquela história, enquanto quem leu o texto integral ocupou seu “HD CEREBRAL” com um monte de baboseiras inúteis.
Ao responder as perguntas sobre aquela história, a pessoa que leu o texto resumido provavelmente acertará mais respostas do que a pessoa que leu o texto completo.
Isto dependerá também, por óbvio, da qualidade do resumo que foi feito. De nada adianta também, para fins de responder perguntas sobre a história em tela, tentar resumir um texto de 100 páginas em apenas 1 página, que seria um resumo muito extremo, onde detalhes importantes provavelmente serão perdidos.
Também não há tanto ganho assim em resumir as 100 páginas em 80 páginas, por exemplo. O resumo final tem que ser um meio termo entre estes dois extremos, que consiga exprimir o conteúdo completo, com foco no que é realmente importante, com as “arestas aparadas”, sem devaneios, sem rodeios, sem as partes inúteis.
Geralmente um texto original de 100 páginas, em razão da necessidade de ser didático, da necessidade de explicar um assunto totalmente novo para uma pessoa leiga que nunca teve contato com aquele assunto, naturalmente possui uma riqueza maior de detalhes, e por isso é mais extenso. Conforme a pessoa vai tomando contato com aquele assunto, não há mais necessidade desta didática toda, e assim o texto pode ser bem menor, bem mais enxuto, bem mais resumido.
Uma outra coisa importante que eu sempre falo para meus alunos é que eles têm que fazer seus próprios resumos, ao invés de pegar resumos já prontos em sites da internet, ou trocar resumos com amigos concurseiros.
O ato de ler um texto de 100 páginas e forçar o uso da sua própria mente para estruturar e organizar a informação, de forma que ela possa ser comprimida num texto de apenas 8 páginas é o que também faz com que a informação já seja fixada na sua cabeça.
Isto quer dizer que o próprio ato de resumir/comprimir um texto a uma taxa de 10:1 (cada 10 páginas originais geram 1 página de resumo) também é uma forma de estudar.
Isto acontece porque você precisa entender o que está escrito a cada 10 páginas e realizar uma tradução interna, dentro da sua mente, em apenas 1 página.
Eu já vi várias vezes as pessoas resumindo textos com a mente desligada, sem prestar atenção no que está fazendo, o que é uma enorme perda de tempo.
Aliás, é uma dupla perda de tempo, porque o que a pessoa está fazendo é na realidade uma transcrição, e não um resumo, e também porque na hora que a pessoa precisar usar o resumo, ele não vai trazer os benefícios necessários que o resumo traz, que é o de fazer uma leitura mais curta (com menor gasto de tempo).
Fazer resumo dá trabalho, e na verdade dá muito trabalho, sobretudo se for bem feito. Cansa a mente mesmo. Mas é um investimento necessário, pois como falei, além de já estar estudando de fato naquele ato (resumir = estudar), vai economizar bastante tempo no futuro quando precisar revisar aquele conteúdo.
E aí a gente encontra uma das grandes razões do ato de resumir: ler cada vez mais rápido. Se você leva 9 meses para ler o conteúdo original, se aproveitar o momento dessa leitura para fazer um resumo bem feito, vai precisar de um tempo consideravelmente menor na hora de reler o que for necessário - talvez uns 3 ou 4 meses, dependendo do nível de detalhe do conteúdo.
E na segunda vez que for ler o resumo, provavelmente vai gastar um tempo menor ainda, porque já vai conhecer melhor o texto, sabendo onde está cada coisa, onde estão os pontos mais obscuros, onde estão os pontos mais fáceis.
O objetivo de CICLAR cada vez mais rápido o conteúdo da disciplina é estar preparado para quando a banca do concurso lançar o edital. Normalmente o edital é lançado cerca de 1-2 meses antes da prova. Se você acha que alguém consegue ler todo o conteúdo que cai numa prova de alto nível, como a da Polícia Federal ou da Polícia Rodoviária Federal neste curto espaço de tempo, está completamente enganado.
É impossível estudar TUDO o que cai nessas provas sem ter conhecimento prévio do conteúdo ou sem utilizar ferramentas de resumo. Por isso, meu amigo, assista suas aulas, leia seus livros ou seus PDFs, mas não deixe de fazer seus resumos, pois eles serão extremamente necessários no momento em que o edital sair, em que você precisará passar por todos os tópicos de todas as disciplinas em apenas 1 ou 2 meses.
E para fechar este tópico sobre resumos, ainda digo mais: marcar os pontos importantes do texto NO PRÓPRIO TEXTO (do livro ou da apostila PDF impressa), utilizando uma caneta marca-texto ou uma caneta comum para sublinhar, também é uma forma de fazer resumo.
Muitos alunos me perguntam isso, e por esta razão estou fazendo este comentário. Nem todo mundo gosta de resumir transcrevendo para outro local o conteúdo que está lendo. Muitos preferem fazer diferente: ir marcando os pontos importantes do texto, como falei acima, diretamente no texto, com caneta marca-texto ou sublinhando as palavras-chave que vão te fazer fixar melhor, lembrar melhor, e na hora de ler, ir direto aos pontos-chave do texto. Esta também é uma forma válida de fazer resumos, pois o que você está fazendo é aplicando uma espécie de “filtro” ao texto original, deixando destacado apenas o que é importante e o que precisa de fato ser lembrado.
No momento que você for ler o texto pela segunda vez, ou nas demais vezes, você precisa treinar seu cérebro e seus olhos a focarem e absorverem primariamente o conteúdo que estiver marcado no texto original, ignorando todo o resto. De uma certa forma, será como se você estivesse lendo apenas as palavras marcadas, ou seja, lendo apenas o resumo do texto, o que fará com que você foque no que é importante e consiga passar pelo conteúdo de forma muito mais rápida.
Em suma, seja de uma forma ou de outra, transcrevendo/resumindo o texto com suas próprias palavras ou marcando apenas as palavras importantes, FAÇA RESUMOS.
Doutrina e Jurisprudência
Este é um modal que é específico de algumas disciplinas de Direito. Para não perdermos tempo aqui explicando pra você o que significam estas duas palavras, deixamos um link para você consultar, caso seja necessário: http://direitosbrasil.com/o-que-sao-jurisprudencia-e-doutrina/, que contém vários detalhes.
Mas de forma bem superficial (resumida, digamos assim?), podemos dizer que Doutrinas são as teses que os professores/juristas criam, e Jurisprudências são as decisões que os juízes/tribunais tomam.
O direito também é composto por estas duas fontes, e que podem ser cobradas em provas algumas vezes, tanto em questões objetivas quanto em questões discursivas.
Quando você for estudar algum tema de Direito, pode ser que o professor da vídeo-aula que você esteja assistindo ou o autor do livro/PDF que você esteja lendo faça menção à doutrina daquele assunto ou da jurisprudência atual dos tribunais superiores (STF, STJ etc).
Isto acontece porque o direito não é uma ciência exata, então pode ser que haja divergências entre doutrinas e também entre as jurisprudências, e na hora da prova o conhecimento destas diferentes visões pode ser cobrado/explorado pela banca, sobretudo em provas discursivas.
Recentemente as provas de Agente e Escrivão da Polícia Federal recentemente não têm vindo com uma carga muito pesada de Direito Penal por exemplo, e mesmo a redação também descambou para temas mais genéricos, não sendo tão necessário assim conhecer a fundo a doutrina e a jurisprudência (esta, mais ainda) como no passado.
Se você estiver iniciando nos estudos para Agente e Escrivão, não se preocupe em se aprofundar muito na doutrina e na jurisprudência. Se for um aluno avançado, pode ser que seja interessante para você extrapolar um pouco e ir além.
Mapa mental
Este tipo de ferramenta também é muito difundida no mundo dos concursos públicos. Mas muita gente a utiliza de forma errada.
A maioria das pessoas pensa que o mapa mental é uma ferramenta de memorização, e a utiliza desta forma. Eu discordo totalmente disso. Para mim, o mapa mental é uma ferramenta feita para facilitar o entendimento de conceitos que são muito complexos em sua forma original, e precisam ser destrinchados sob a forma de um mapa, que facilita a compreensão.
Os mapas mentais não são novidade na bagagem de conhecimento humano de uma forma geral - já são utilizados há muito tempo na área privada, para organizar ideias.
Quando eu trabalhava na área de consultoria, a gente usava muito uma ferramenta deste tipo para modelar/desenhar sistemas de gestão e suporte ao negócio das empresas.
Ou seja, é uma forma de organizar ideias, estruturar, encaixar coisas, objetos, conceitos.
Às vezes, a depender do tamanho do conteúdo que se deseja mapear, o mapa mental, quando feito, se torna tão grande que é impossível utilizá-lo como ferramenta de memorização. Ele se torna um emaranhado tão grande, tão cheio de ramificações, palavras, ideias, que não se torna algo fácil de ser memorizado, ainda que tenha cores diferentes e figuras ilustrativas para ajudar nesta parte da memorização, ainda assim continua sendo uma ferramenta feita para o ENTENDIMENTO de ideias.
Se você quiser usar o mapa mental para memorizar alguma coisa, e isso funciona para você, ótimo. Isso significa que talvez você tenha uma excelente memória fotográfica.
Mas para a maioria das pessoas o mapa mental não vai funcionar desta maneira, servindo apenas para o propósito de estruturar/encaixar ideias.
Existem milhares de exemplos de mapas mentais na internet, que você poderá facilmente encontrar numa simples consulta ao Google. No caso do mapa mental, não há necessidade de você criar os seus próprios - você pode buscar mapas mentais prontos na internet ou compartilhar com seus amigos.
Isso acontece porque, diferentemente dos RESUMOS, em que é melhor que você faça seu próprio resumo, o mapa mental, por não ser uma ferramenta de memorização, e sim de ENTENDIMENTO, não se submete a este tipo de problema.
A não ser que você esteja buscando um mapa mental para memorização, ai sim eu recomendo que você produza seu próprio mapa mental, porque sempre que você produz alguma coisa você mesmo, você vai acabar se lembrando melhor dela.
No caso do mapa mental, é a mesma coisa. É claro que se você mesmo criar o seu mapa, você vai se lembrar mais do conteúdo dele, e isso ajudará na hora da prova. Mas como o mapa mental é para ENTENDIMENTO, não há tanto benefício com relação à parte de memorização.
Então, pense, o custo/benefício deve ser analisado no momento em que você estiver ponderando entre criar seu próprio mapa ou utilizar um mapa já pronto.
No primeiro caso, você gastará muito mais tempo, mas terá um mapa personalizado, e pode ser que consiga memorizar mais as suas partes e detalhes, mas lembre-se que este não é o propósito da ferramenta.
No segundo caso, vai gastar algum tempo procurando o mapa mental que você precisa (na internet, ou com amigos), mas certamente será um tempo menor do que o tempo que gastará criando um mapa mental do zero, e o quanto ao lance da memorização, não perderá muita coisa, pois como já disse umas 10 vezes acima, não é essa a ideia.
Flash Cards
Eu aprendi sobre os flash cards lendo o livro do mestre/guru Alexandre Meirelles. No livro dele, ele ensina como fazer os flash cards, que na realidade é apenas um nome bonito para aquela famosa atividade de “tomar a matéria”, que provavelmente sua mãe ou seu pai, ou seu amigo ou seu irmão mais velho faziam com você na sua época de colégio.
É simplesmente alguém fazer para você perguntas-chave sobre aquela disciplina, para testar se você aprendeu/decorou o conteúdo ou não.
O flash card é exatamente isso, só que em vez de ter alguém fazendo as perguntas para você, é você mesmo que vai as perguntas para si.
Há diferentes formas de isso ser feito. Uma delas é utilizando uma ficha de papel, escrevendo de um lado da ficha a pergunta-chave que você quer que seja respondida, e do outro lado da ficha a resposta para a pergunta, incluindo, quando for o caso, um pequeno resumo da matéria abordada, com os principais itens, sob a forma de algum esquema, mnemônico, bizu, fluxograma, quadro, ou mapa mental.
Você deve fazer quantas fichas forem necessárias para cobrir aquela matéria que você tem dificuldade, e que portanto precisa tomar a matéria de si frequentemente, para verificar se entendeu tudo direito, se decorou o que precisava ser decorado.
Mas a ficha deve ser feita para todos os tópicos de todas as disciplinas do edital? Eu considero que NÃO.
O flash card é uma ferramenta que, como muitas outras, toma bastante tempo para ser montada, porque você precisa escolher bem as perguntas que devem ser feitas, e também elaborar as respostas com excelência, para que na hora que for consultar o gabarito, faça a leitura da mesma e por consequência esteja fazendo uma breve revisão daquele conteúdo.
Você deve escolher só os pontos da matéria que tem mais dificuldade para decorar ou entender, e que precise ter contato frequente, para não cair no esquecimento.
Quando eu estudei para os concursos da PF e da PRF, eu procurei fazer meus flash cards de forma eletrônica, ao invés de usar fichas. Mas isso era uma preferência minha. Você deve analisar a forma que melhor funciona com você.
Para tal, eu costumava fazer os flash cards no EXCEL, de forma a programar todas as perguntas e todas as respostas, e depois no momento de revisar aquela matéria, o próprio programa selecionava as perguntas mais importantes, mais relevantes, ou as menos acertadas historicamente, e conforme eu ia respondendo, as respostas iam aparecendo, para que eu pudesse conferir.
Independentemente da FORMA como você vai executar este processo, o importante é isso: ler a pergunta, mentalizar/pensar na resposta (tem que ser bem completa, e tem que pensar em tudo o que você quer responder naquela pergunta ANTES de virar a ficha com a resposta do outro lado), e depois virar a ficha para conferir o “gabarito”.
Se você perceber que acertou 100%, ótimo, apenas termine de ler/revisar o que está escrito na resposta, e bola pra frente.
Se você deixou de pensar/mencionar alguma coisa importante daquela resposta, ou seja, que sua resposta ficou incompleta, é um sinal de que você precisa revisar um pouco aquele conteúdo. Essa revisão deve ser feita neste momento mesmo, após terminar de responder todas as fichas.
Se sua resposta não teve NADA a ver com o gabarito, é o momento não de revisar, mas de RE-ESTUDAR aquele conteúdo, pois algo saiu muito errado no seu processo de estudo, e você precisa começar do zero com aquele determinado assunto.
Exercícios
Qual o melhor momento para fazer exercícios/questões? SEMPRE.
Essa talvez seja a parte/ferramenta mais importante de todo o estudo. É o início, o meio, o fim… é a melhor maneira de estudar, fixar, revisar, testar, aplicar seus conhecimentos, descobrir coisas novas, entender melhor como sua mente funciona.
Se você já leu alguma vez nossa postagem sobre o CICLO PDCA (aqui mesmo no blog, segue o link: http://blogmissaofederal.blogspot.com.br/2017/04/como-melhorar-seu-estudo-para-concurso.html), você sabe o tamanho da importância da parte de exercícios/questões, pois dentre outras coisas, é o momento de verificar se tudo o que você fez deu certo.
Fazer questões se aplica a todas as disciplinas. A única que tem diferença é redação, que ao invés de fazer exercícios, você vai fazer redações mesmo. Mas para todas as disciplinas é importante fazer muitas questões. Ah, mas qual é o momento certo de fazer questões? SEMPRE.
Mesmo que você esteja começando a estudar aquela disciplina agora, mesmo que esteja super avançado, é sempre bom e importante fazer questões. Por óbvio, é muito mais importante fazer questões nas fases mais avançadas do estudo, mas fazer questões é sempre muito importante de qualquer jeito.
Eu recomendo para meus alunos que façam questões antes e depois de cada vez que estuda uma disciplina.
Antes, para já aquecer o cérebro antes de começar a absorver conteúdo (ler livro/pdf, assistir aula etc). É importante fazer uma bateria de questões, ainda que pequena, para entender como aquele assunto é cobrado, e também para preparar o cérebro para as atividades que vêm a seguir. É bom fazer desta forma também (fazer questões antes de começar a estudar) porque é o momento que seu cérebro ainda não está 100% sintonizado com aquela disciplina, e nem você acabou de ler aquel assunto, de maneira que o resultado de acerto que você tiver vai ser muito mais parecido com o que provavelmente você vai ter no dia da sua prova.
De forma contrária, quando você faz questões LOGO DEPOIS de estudar, você acaba aumentando sua nota, porque você está com os assuntos frescos na cabeça, e isso influencia o resultado (para cima).
A última coisa que você quer é ter seus resultados influenciados para cima. Todo concurseiro deve treinar nas piores condições possíveis, sempre sendo pessimista, porque “treino difícil, combate fácil”.
Se você fizer questões com a mente fria, estará fazendo um treino difícil. Se fizer questões com o cérebro aquecido (logo após estudar a disciplina) estará fazendo um treino fácil.
E, pense: na hora da sua prova de verdade você vai ter acabado de estudar TODAS as disciplina 1 hora antes? NÃO! Você vai ter estudado cada disciplina pela última vez há um bom tempo atrás… Então é a mesma coisa para quando for estudar uma disciplina: comece fazendo questões, pois além de aquecer seu cérebro, você estará “testando” sua memória na pior condição possível, e isso te trará para uma realidade muito mais próxima da realidade do dia da prova, fazendo com que você anteveja possíveis problemas de disciplinas mal estudadas ou de assuntos mal memorizados.
Mas então eu devo fazer exercícios apenas no início do meu momento de estudo daquela determinada disciplina e não depois? Negativo. Você deve fazer questões também logo depois de ter acabado de estudar, pois é uma forma de fixar o que você acabou de ler e também de testar o que acabou de aprender -- não muito no sentido de memorização, pois é bem possível que estará com a memória muito boa com relação ao assunto recém-estudado, mas no sentido do entendimento, ou seja, para saber se entendeu direito o que foi ensinado ou não.
Para preparar sua bateria de estudos, há diferentes coisas que você pode fazer. Tem aluno que compra livro com “1.000 questões resolvidas” da banca para a qual está estudando. Tem outros que usam apenas a bateria de questões que vem depois de cada capítulo do livro ou do PDF. E tem os que vão mais além, e assinam aqueles sites de questões de concurso (tem vários no mercado, então basta procurar no google).
Destes sites, cada um tem uma característica, uma funcionalidade, que pode ou não se aplicar ao seu caso. Uns possuem questões resolvidas por professores contratados pelo site, outros têm mais comentários de alunos.
É bacana também aproveitar as estatísticas de notas que estes sites provêem, para saber se você está acertando mais ou acertando menos. Você também pode filtrar por questões consideradas mais “difíceis” (menos acertadas pelos alunos que assinam o site), ou refazer apenas as questões que errou pela última vez.
Há muitas formas de selecionar as questões, de filtrar as questões que deseja encontrar para depois resolver. Uma coisa que também é muito interessante é a possibilidade de agrupar as questões em “cadernos” ou de fazer mini-simulados sobre determinado assunto com questões escolhidas pelo próprio site.
Em suma, há muitas formas de fazer a seleção dos conteúdos e de fazer o acompanhamento das notas obtidas, e isso tudo é essencial para que você direcione o seu estudo e seu treinamento e vá monitorando os resultados obtidos, tudo isso sempre com base na teoria do CICLO PDCA, que é um ciclo de melhoria contínua.
Simulados
Fazer simulados também é uma forma de estudar, a depender da forma como você encara esses desafios, a frequência com que você faz simulados, a sua atitude e profissionalismo com relação aos simulados, e muitas outras coisas, como a forma como você corrige as questões e revisa e re-estuda os temas que errou mais. Tudo isso sempre com base no famoso “CICLO PDCA”, que já comentamos várias vezes nesta postagem.
Aqui mesmo no blog fizemos uma série de umas dez ou doze postagens especificas sobre simulados, com todo o tipo de detalhe que você precisa saber antes de cair dentro das provas. Dê uma olhada nas postagens mais antigas, que você vai encontrar um monte de informação importantíssima para aproveitar ao máximo esta importante modalidade.
Pelo fato de termos feito uma análise técnica tão detalhada e específica sobre os simulados, não vamos entrar nos detalhes aqui nesta postagem. Procure no histórico do blog a sequência de postagens sobre simulados, começando pela postagem 01, e indo até o final da sequência.
Bem, encerramos aqui a PARTE 01 da série sobre "como estudar cada disciplina", primeiramente mostrando quais os modais que você pode utilizar para absorver conteúdo, revisar, fixar, etc.
Nas próximas postagens falaremos especificamente sobre cada uma das disciplinas do concurso de Agente e Escrivão da PF, dando dicas de como estudar essas disciplinas da firma mais eficiente (economizando seu tempo) e eficaz (objetivando o aprendizado impecável) possível.
E caso você tenha alguma dúvida ou sugestão sobre este assunto, deixe uma mensagem pra gente na parte de comentários, logo abaixo.
E para maior aprofundamento no tema e maiores informações sobre o COACHING MISSÃO FEDERAL (Técnicas de Estudo na Preparação para Concursos Públicos), entre em contato com os Professores (Coaches) do Grupo Missão Federal através da Fan Page no Facebook (https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/) ou através do email: coachingmissaofederal@gmail.com.
ATENÇÃO - TERMOS E CONDIÇÕES ("DISCLAIMER")
Este texto foi redigido pelos COACHES do Grupo de Estudos MISSÃO FEDERAL. TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS (C). A divulgação do conteúdo aqui apresentado tem pré-autorização dos autores para compartilhamento ou divulgação em outros meios desde que seja feito em sua integralidade e sem supressões, adaptações ou alterações, desde que citado o AUTOR (“GRUPO DE ESTUDOS MISSÃO FEDERAL”), bem como citada a FONTE (com menção expressa do link da Fan Page no Facebook - "https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/" - e do link permanente para acesso ao conteúdo original aqui neste blog) e repetido/citado este AVISO (que torna-se parte integrante do texto). Em caso de dúvida, entre em contato conosco previamente através do email coachingmissaofederal@gmail.com. Casos de abuso serão resolvidos na esfera jurídica aplicável, de acordo com a lei.
Para você que não entende muito bem ainda deste assunto, a gente esclarece: as disciplinas são praticamente as mesmas para os dois cargos, com a diferença de que a prova para o cargo de Escrivão de Polícia Federal tem Arquivologia como disciplina exclusiva, e a prova para o cargo de Agente de Polícia Federal tem Economia e Contabilidade como disciplinas exclusivas. Todas as outras disciplinas são praticamente iguais, apesar de haver algumas nuances com relação aos tópicos dentro da disciplina de Informática. E o concurso para Escrivão de Polícia Federal também tem uma ETAPA a mais no concurso: prova eliminatória de digitação.
Mas é sempre bom você ler com atenção o edital, quando este for divulgado, para verificar se realmente a banca não fez nenhuma alteração (significativa ou não) com relação ao que você vinha estudando até então com base no último edital, e não ser pego de surpresa na hora da prova.
Esta re-checagem do conteúdo do edital é importante porque existe uma tendência forte dentro da Polícia Federal, como já foi amplamente divulgado pela própria PF e na imprensa em geral, de uma possível unificação dos cargos de Agente e Escrivão num cargo novo, possivelmente denominado Oficial de Polícia Federal (OPF), e ninguém sabe ainda como será a prova escrita para provimento deste eventual novo cargo. Pode ser que sejam cobradas matérias mescladas dos dois cargos anteriores, ou que a ementa seja totalmente reformulada. Portanto, por ora, recomendamos que continuem estudando de acordo com a ementa dos últimos editais de Agente e Escrivão.
O objetivo desta postagem é mostrar que cada disciplina tem uma característica peculiar, e isso faz com que a forma de ser estudada seja ligeiramente diferente para cada uma delas.
Vamos falar sobre elas daqui a pouco, apenas lembrando antes que o MÉTODO de estudo ideal é utilizando-se o CICLO, como falamos uma vez nesta postagem aqui (não deixe de ler): http://blogmissaofederal.blogspot.com.br/2017/02/coaching-estudo-pelo-ciclo.html
Mas... Antes de começar a falar especificamente sobre cada disciplina, vamos entender aqui nesta PARTE 01 quais são os tipos de conteúdo (ou “modais”) que podem existir, para só depois fazermos o cruzamento de cada disciplina com os possíveis conteúdos (ou modais) existentes.
Lei seca
Este tipo de modal ocorre principalmente nas disciplinas da área jurídica (ex: direito penal, direito constitucional, direito administrativo, etc), apesar de que pode ocorrer em outras disciplinas em que há algum tipo de legislação relacionada (ex: contabilidade, arquivologia, informática etc).
O termo pode soar bem óbvio pra quem já estuda pra concurso público, mas “Lei seca” não é aquela operação baseada na lei que proíbe as pessoas de dirigirem sob o efeito de álcool, e sim o “texto puro da lei”, ou seja, o texto da lei exatamente como ele é.
Não sei se você já sabe, mas todas as leis federais constam num repositório único, que você utilizará muito daqui pra frente, que é o site do Planalto (http://www4.planalto.gov.br/legislacao). Lá você poderá baixar ou copiar/colar as leis de que necessita do texto seco (ou da chamada “lei seca”, como se costuma dizer).
Mas por que é importante ler a lei seca ao estudar determinada disciplina (repare que eu não disse ANTES DE estudar, eu disse AO estudar)?
Algumas bancas cobram o conhecimento da lei seca, ou seja, um lance meio DECOREBA mesmo. Isto não costuma ser o caso do CESPE (banca que geralmente faz os concursos para a PF), mas de qualquer forma eu considero importante ter algum contato com a lei seca, ainda que seja mínimo (mesmo para provas da banca CESPE).
Não é porque a banca geralmente não cobra o texto seco da lei que não é útil ou importante conhecê-lo. Mas neste caso, você não precisará decorar a literalidade da lei, palavra por palavra, mas terá que saber minimamente os números/anos das leis, e onde cada coisa se encontra dentro do texto daquela lei (saber onde estão as partes básicas, os crimes definidos naquela lei – se for o caso – etc).
E existem diversas formas de se tomar esse contato com o texto da lei. Vamos falar de cada uma delas.
A primeira forma: há quem prefira ler o texto online diretamente do site do Planalto, utilizando seu navegador de internet preferido – a vantagem é que o texto estará sempre atualizado, no entanto não será possível fazer nenhuma marcação no texto, nem inserir nenhum comentário.
Como segunda opção: algumas pessoas preferem acessar o site daquela lei específica, daí copiar o texto e colar num arquivo de um editor de textos local, como o MS Word – a desvantagem é que se o texto da lei for modificado (por alguma outra lei) você não terá a atualização de forma automática, no entanto poderá marcar o texto com cores diferentes, fazer comentários, inserir hiperlinks, etc.
E por último, há aquelas pessoas que preferem imprimir o texto diretamente do site, e depois fazer todas as anotações e comentários diretamente no papel, com lápis, caneta e marca-texto – eu também não gosto muito dessa opção, porque quando a lei é alterada (e isso pode acontecer no meio do caminho do estudo para aquela matéria) você tem que imprimir tudo de novo e recomeçar todas as anotações e marcações que fez, do zero; dá bastante trabalho.
Eu prefiro fazer de acordo com a segunda opção, ou seja, a de copiar e colar o texto num editor de textos local, e depois ir fazendo todas as marcações e comentários no arquivo eletrônico -- esta é a forma mais dinâmica de se trabalhar, sobretudo para quem não tem dificuldades de fazer sua leitura e seu estudo diretamente na tela do computador ou do tablet.
A única ressalva que faço para este tipo de utilização “offline” é a de de ficar sempre de olho nas últimas alterações daquela lei (no site do planalto), a fim de verificar se seu texto foi modificado.
Não sei se você sabe, mas as alterações em uma determinada lei são sempre feitas por promulgação de uma outra lei. Então, quando eu estudava, e quando isso acontecia, eu simplesmente verificava, diretamente na (outra) lei que realizou as alterações daquela lei (objeto do estudo) quais foram os pontos do texto modificados e quais foram as alterações feitas, e daí copiava somente esta parte específica que foi alterada para o meu arquivo word local (gravado no meu computador).
Uma outra coisa que eu também fazia logo ao criar o arquivo de texto local era anotar logo no cabeçalho daquela lei qual foi a data em que eu extraí seu texto do site, e passava a anotar sempre qual a data em que fiz a última verificação no site do planalto, a fim de detectar qualquer mudança de conteúdo e controlar essas alterações, para que nada seja perdido.
Então, definimos três formas diferentes de se extrair a lei seca e como armazenar isso num local “estudável”. Mas como estudar a lei seca em si? Depende de um monte de coisa.
Em primeiro lugar, depende do tamanho da lei.
Se a lei for muito grande, é importante verificar se vale a pena ler tudo, ou só algumas partes.
Como saber isso? Depende de como está definido no edital do concurso.
Para muitas leis, vêm escrito no edital observações do tipo “apenas aspectos penais e processuais penais”, ou seja, a banca só vai cobrar assuntos relacionados aos CRIMES daquela lei.
A banca às vezes delimita desta maneira o assunto que será cobrado porque há leis muito grandes que contém definições gerais, procedimentos administrativos, ritos processuais, e no final também os crimes, que é o que interessa, na maioria dos casos.
Um exemplo é a lei do estatuto do desarmamento (lei 10.826/2003), que contém um monte de coisa deste tipo, mas no edital a banca está interessada em cobrar apenas aspectos penais e processuais penais e não as definições e ritos administrativos, por exemplo.
Em ALGUNS CASOS eu recomendo que você leia também alguma coisa da parte inicial de definições, porque pode ser que, mesmo que esta esteja separada da parte penal e processual penal da lei, essa informação seja relevante.
Quer ver um exemplo? Na lei 8.069/1990 (estatuto da criança e do adolescente), logo no Art. 2 o legislador resolveu definir o que é considerado CRIANÇA e o que é considerado ADOLESCENTE. Se você pulasse essa parte inicial e fosse direto para os crimes, ficaria com essa informação “faltando” no seu conhecimento, e isso poderia prejudicá-lo em algum momento futuro.
Então agora você deve estar se perguntando: como eu vou saber se devo ler TUDO ou só uma parte? Um amigo concurseiro mais experiente pode te orientar, ou mesmo um professor do cursinho, ou quem sabe até sua própria experiência em estudar aquela matéria.
Então, voltando ao que eu estava falando sobre o tamanho do texto da lei: nas leis muito pequenas, eu costumava ler TUDO, porque a diferença entre ler e não ler era pequena. Nas leis de tamanho médio, dependia da importância daquela matéria com relação ao todo.
E nas leis gigantes, eu evitava ao máximo ler coisas à toa (apenas por preciosismo ou para “pecar pelo excesso”).
Leve isso em consideração e tenha bom senso ao estudar.
Bom, mas como estudar a lei seca em si?
A primeira coisa mais óbvia, já que agora você sabe que tem que verificar o que é importante e o que não é importante, é começar a ler o texto da lei.
Novamente aqui cabe uma ressalva, porque a forma como você vai ler depende do tamanho do conteúdo e de sua importância com relação ao todo. Quanto menor e mais importante a lei, maior cuidado você deve ter na leitura e nas anotações que fizer. Quanto maior e menos importante a lei, menos tempo você deve gastar na leitura, e menos relevantes serão os comentários, anotações e marcações que fizer.
Então, leia o texto da lei. Em alguns casos, você vai ficar meio perdido e sem entender nada do que está escrito ali. Vou dar um exemplo: quando eu comecei a estudar Direito Penal, um amigo meu que é formado em direito me recomendou começar assim: pegue o texto da lei seca e vá lendo do art. 1 até o art. 120, que é a “parte geral”, e depois que você terminar, comece a ler sobre os crimes propriamente ditos, da “parte especial”, ou seja, do art. 121 em diante, até o final -- mas lembrando de olhar no edital quais são os tipos de crimes cobrados pela banca examinadora, da parte especial, para não estudar coisas à toa.
Mas quando eu fiz isso, seguindo a “dica furada” dele, eu não entendi absolutamente NADA da parte geral, porque os artigos não são tão bem escritos a ponto de serem fáceis de interpretar. O texto da lei não é escrito didaticamente. Para quem estuda direito penal pela primeira vez é impossível entender o conteúdo da parte geral lendo diretamente do texto seco da lei.
Na época eu demorei pra caramba pra compreender isso, e achava que eu fosse burro demais pra entender direito penal. Não era nada disso, era apenas a forma errada de estudar aquela disciplina. Então por isso que eu digo que o primeiro passo é ler o texto seco da lei, mas o momento ideal de fazer isso vai depender de qual lei você está estudando.
Umas leis são mais diretas e simples, outras são tão mais rebuscadas e complexas, que seu entendimento e sua interpretação não acontecerão através de sua leitura diretamente – será necessário ler um livro específico sobre o assunto ou assistir uma boa video-aula (ou aula presencial) com um professor mesmo, fazendo uma aula expositiva.
Para estes casos, feito isto primeiro, aí sim valerá a pena ler o texto seco da lei, para fazer a associação entre o que o professor explicou (ou o que foi lido do livro) e onde está cada assunto no texto puro da lei.
Se você já estuda há algum tempo vai concordar plenamente comigo neste ponto, e isto gerará uma compreensão imediata do que eu estou expondo aqui.
Se você ainda está iniciando nessa área de concurso público, ainda terá que adquirir um pouco mais de experiência a fim de captar por completo esta nuance.
Mas em resumo, o que quis dizer aqui é que o texto seco da lei precisa ser explorado pelo aluno concurseiro, nos mais diversos aspectos, e o que deve ser levado em consideração é a extensão/relevância do tema, bem como o momento certo de fazer a leitura.
E no momento de fazer a leitura propriamente dita, como é que as marcações e anotações devem ser feitas?
Isso vai depender da forma que você escolheu para baixar o texto (lembra das três formas? Usar diretamente do site, baixar para um arquivo word editável ou imprimir).
Como eu prefiro a segunda opção, na época que eu estudava eu ia separando os artigos com linhas horizontais entre elas, para começar. Também gostava de usar cores diferentes de marcação para cada palavra. O vermelho, por exemplo, eu gostava de usar quando tinha alguma NEGAÇÃO, ou alguma EXCEÇÃO. Amarelo era a marcação mais tradicional, de forma que o roxo e o verde eram usados para casos mais importantes. Os comentários que eu mesmo inseria sobre cada assunto, eu sempre colocava na cor VERMELHA, e também com NEGRITO.
Eu também não economizava nos hyperlinks, sobretudo aqueles para as questões mais exemplificativas daquele determinado assunto que estava sendo abordado, ou do site QCONCURSOS ou do site TECCONCURSOS. Algumas vezes era necessário inserir alguma figura, algum fluxograma, esquema, tabela, ou qualquer coisa que facilitasse o entendimento daquele assunto, ou que fosse ajudar na hora de revisar, ou de memorizar/fixar.
Vou colocar abaixo um exemplo do texto da CF 88 que eu marquei pontos importantes, bem como inseri todo o tipo de anotações que acabei de citar, incluindo MNEMÔNICOS, que por vezes me levavam a alterar o layout em que o texto estava disposto na lei original -- ou seja, mudar ordem de incisos e alíneas às vezes me ajudava a colocar o conteúdo numa sequência mais fácil de compreender ou decorar.
O lado bom de usar o método do arquivo word gravado localmente no próprio computador é que era possível fazer essas anotações e marcações livremente – não sendo possível fazer isso com nenhum dos dois outros métodos.
Portanto, estudar a lei seca se resume a: baixar o texto seco da lei, ler o texto seco da lei, e marcar os pontos importantes, fazendo anotações de todos os tipos.
Ah! E mais uma coisa que acabei de lembrar (na realidade mais uma vantagem): estudar usando qualquer um dos dois métodos digitais também ajuda bastante na hora de procurar um tema específico, pois é possível utilizar ferramenta de pesquisa (“find”) para encontrar uma palavra ou um trecho do texto.
E por fim, procure também ser organizado com as leis, salvando cada uma num arquivo diferente, e se possível separando cada uma numa pasta no seu computador, que seja fácil de achar.
As leis mais utilizadas, como a CF 88, o código penal e o código de processo penal, eu já deixava o link para o arquivo salvo no desktop do meu computador, sendo mais fácil e rápido de abrir o arquivo.
Dito tudo isso, é hora de você ver os exemplos que separei abaixo, para entender a forma como eu fazia minhas anotações. Meu método não é necessariamente o melhor, nem o que vai funcionar melhor para você. Minha ideia aqui foi mostrar a você um leque de opções, e agora eu o encorajo a experimentar cada uma delas, para encontrar o que melhor funciona para você.
Exemplo:
Mais um exemplo:
Livro/Apostila
Este é um outro modal para absorver conteúdo, relevante a quase todas (senão todas) as disciplinas. Não deve ser obrigatório, mas é importante, e você logo verá como e porque.
Os livros são ótimas fontes de estudo e sobretudo de pesquisa/consulta em caso de dúvida. Eu nem sempre utilizava livros como fonte apenas de estudo, mas muitas vezes como fonte de pesquisa também, ou como fonte de conhecimento auxiliar.
Na maioria dos casos eu comecei estudando disciplinas totalmente novas (para mim) da seguinte forma: assistindo video-aulas ou aulas presenciais, e só utilizava os livros como complementação à aula do professor, modal este utilizado pontualmente e sob demanda específica.
Há quem prefira estudar pela primeira vez diretamente através de livros, por diversas razões que sejam.
Eu tinha um aluno de Coaching há alguns meses atrás que estudava muito por livros porque o pai dele estava internado num hospital, e ele passava três vezes por semana lá, sendo cada vez 5 ou 6 horas seguidas, e não havia internet disponível para utilizar (para assistir as aulas video-aulas online). No caso dele, não era por opção própria, mas ele acabava por estudar (absorver conteúdo novo) através de livros.
Quando eu menciono livro, em 99% dos casos são livros impressos, mas nada impede também que sejam e-books. Da mesma forma, as apostilas podem ser arquivos PDF lidas diretamente da tela do computador ou impressas. Cada aluno vai encontrar a forma que melhor funciona para si. Eu sempre preferi ler o máximo de coisas na tela do computador, mas no caso dos livros, não tinha muito jeito, tinha que ser leitura do papel mesmo.
Então o momento de ler o livro ou ler uma apostila vai depender da sua proficiência naquela disciplina, já que não recomendo muito absorver conhecimento totalmente novo utilizando esse tipo de modal, já que as video-aulas ou as aulas presenciais expositivas NORMALMENTE ensejam um melhor entendimento, devido à didática e às metodologias e dinâmicas específicas utilizadas pelos professores.
No meu caso eu preferia usar o livro como fonte alternativa, em caso de consultas específicas sobre determinado assunto, como já mencionei.
Já as apostilas em PDF, a depender da complexidade do assunto, eram utilizadas como fonte de revisão ou mesmo como leitura inicial daquela disciplina (sim, para absorver conteúdo totalmente novo).
Se você não tiver muita dificuldade com aquele assunto, o PDF pode ser uma opção válida. Se você tiver muita dificuldade com aquela disciplina, o PDF pode ser uma fonte ruim de informação nova, porque algumas vezes está com o assunto muito resumido (mais que um livro, e BEM mais que uma vídeo-aula).
Video-Aula
Não há muito mistério em como aproveitar bem as vídeo-aulas. A grande vantagem delas é poder assistir no conforto de casa, no celular, ou onde bem entender.
Se for aula AO VIVO, você ficará um pouco mais restrito quanto ao horário, porque terá que assistir no mesmo momento em que ela ocorrer.
Se for aula pré-gravada, melhor ainda, porque poderá assistir no melhor horário possível para você, quando bem entender.
Alguns cursinhos restringem a quantidade de vezes que você pode assistir cada aula, e outros não -- é importante verificar isso no momento de contratar um cursinho, para que você possa explorar ao máximo as características do seu produto no momento de estudar.
Outra vantagem oferecida por alguns cursinhos nas aulas gravadas é poder assistí-las com velocidade um pouco mais acelerada, com objetivo de absorver mais conteúdo numa mesma base de tempo. A ressalva que faço quanto a isso é sobre a proficiência que você já tem com aquela disciplina. Se for uma matéria totalmente nova para você, talvez tenha dificuldades em proceder desta forma. Se for uma disciplina que já esteja “dominada”, ou pelo menos que você tenha muita facilidade para absorver conteúdo novo, não terá problemas em assistir as aulas em velocidade acelerada.
Normalmente as vídeo-aulas já vêm acompanhadas de um arquivo PDF, que poderá ser utilizado para acompanhar em tempo real o que o professor está falando na tela. Se for este o caso, você pode ir marcando no texto os pontos importantes da fala do professor e incluindo seus comentários escritos.
Se o PDF, no caso, for mais um COMPLEMENTO (extra) do que foi falado em aula, não necessariamente na mesma ordem do que foi abordado no vídeo, você poderá utilizar como fonte de consulta alternativa, em caso de dúvida, no momento de uma revisão, ou algo do tipo. Se for este o caso, você poderá fazer seu próprio caderno-resumo, ou seja, ir montando um resumo com o extrato do que o professor falou no vídeo, os pontos-chave, os pontos mais importantes da disciplina, que você utilizará no momento de estudar, de revisar, de pesquisar alguma dúvida que tenha.
Há pessoas que preferem focar 100% da atenção no conteúdo da aula, sem anotar nada em caderno algum.
Outras preferem ir assistindo à aula e anotando os pontos importantes (e algumas vezes parando o vídeo de tempos em tempos para realizar suas anotações).
Já vi até gente que prefere assistir a aula inteira (normalmente dura meia hora), e ao final dela, anotar tudo que lembrou.
Eu acho que este último jeito é mais arriscado, pois dificilmente o aluno se lembrará de todos os detalhes importantes que o professor falou depois de passada meia hora que começou a assistir o vídeo.
Eu costumava ir assistindo a aula e ao mesmo tempo ir marcando os pontos importantes, ou seja, eu ia criando meu caderno-resumo. Mas como eu fazia isso? No computador, ou no papel? Novamente, depende, isso varia de pessoa pra pessoa.
Como eu já disse mais acima, eu sempre prefiro fazer as coisas de forma eletrônica. Eu acho mais fácil para editar, mais fácil para atualizar, mais fácil para encontrar as coisas depois (quando estiver re-lendo, estudando, revisando). Mas cada um faz do jeito que achar melhor.
O lado ruim de ir montando o caderno no próprio computador em que está assistindo a video-aula é que você precisa fazer caber tudo na tela: o vídeo, o texto que está editando, etc. Mas se não tiver dificuldades para fazer isso desta forma, é a que eu mais recomendo, pelas vantagens que citei.
Mas procure encontrar o jeito que funciona melhor com você. Se você tiver condições financeiras suficientes, pode também se dar ao luxo de utilizar dois monitores de vídeo no mesmo computador, um para assistir à vídeo-aula e outro para fazer as anotações.
Quase todo investimento (R$) é válido no momento de estudar pra concurso. Pense que um monitor de vídeo extra para ficar com duas telas no seu computador pode até custar algumas centenas de reais, mas o retorno que você terá com esse investimento será muito alto, pois seu estudo renderá muito mais. E esta despesa será ínfima, se pensar nos salários que receberá até o final da sua vida.
Aula Presencial
Ao longo do meu estudo para o concurso da PF/PRF, eu assisti muitas aulas presenciais também (além das video-aulas, assistidas através do computador).
Existem pelo menos dois tipos de aula presencial, que pude identificar: aula expositiva e aula de exercícios.
Claro que se aquela disciplina é totalmente nova para você, o ideal é começar assistindo as aulas expositivas. As aulas expositivas são as aulas clássicas em que o professor ensina um conteúdo novo para a turma, explicando os conceitos, as teorias, utilizando a melhor didática possível para encaixar as ideias umas nas outras, dando exemplos, tirando as dúvidas, etc.
Existem também aulas de exercícios, em que o professor seleciona uma bateria de questões daquela determinada matéria (normalmente são questões retiradas de provas de concursos anteriores, bem similares ao que você vai prestar) e vai resolvendo as questões, uma a uma, usualmente dando uma “mini-aula” para explicar o tema abordado em cada questão.
Os dois tipos de aula são bem interessantes, mas como disse, acho que é melhor iniciar os estudos pela aula expositiva, para só depois partir para aulas de exercícios.
Em algumas matérias, excepcionalmente, você já pode partir diretamente para a resolução de questões, como ATUALIDADES por exemplo. Outras, não.
A grande desvantagem da aula presencial é o tempo que você vai perder se deslocando da sua casa até o local do cursinho. Se o seu cursinho fica perto do seu trabalho, por exemplo, esse pode ser um fator positivo, porque você já está próximo ao local das aulas todos os dias.
Se você tem dedicação exclusiva ao estudo (não trabalha), o deslocamento pode ser uma desvantagem para você, a não ser que você prefira estudar na biblioteca ou nas cabines do próprio cursinho. Pois se você estuda sempre em casa, faz menos sentido sair de casa só para assistir aula. Você precisa ponderar todos os fatores, colocar tudo na balança e decidir.
Fazer resumo
Fazer resumos é uma das principais atividades do concurseiro. É a chave para o sucesso para passar em qualquer concurso.
Isso tem um motivo, meio óbvio até: os concursos públicos hoje em dia cobram cada vez um conteúdo mais e mais extenso, sendo praticamente impossível decorar todo o conteúdo de uma forma não-técnica.
Sendo assim, o resumo é uma técnica para fazer “caber mais conteúdo em menos lugar”. Mas não é só para economizar espaço no papel ou economizar espaço no HD do seu computador. Resumir conteúdo é importante para que você possa percorrer aquele terminado conteúdo num espaço de tempo menor.
Imagine que você tem um livro de 100 páginas que conta uma certa história com todos os detalhes possíveis. Imagine agora que alguém leu esse livro, e foi anotando os pontos mais importantes daquela história, deixando de anotar os detalhes dispensáveis, chegando ao final a um resumo de apenas 8 páginas. Se você pegar esses dois materiais escritos, um sendo o original de 100 páginas e outro resumido de 8 páginas, e entregar para duas pessoas lerem, o que vai acontecer?
Provavelmente a pessoa que pegar o texto resumido em 8 páginas vai acabar de ler mais de 10x mais rápido que a pessoa que pegou o texto não resumido, o de 100 páginas.
E se você for fazer perguntas iguais para estas duas pessoas, logo após terem lido os dois materiais, qual delas você acha que vai acertar mais respostas? Em primeiro lugar, a pessoa que leu o resumo vai ter terminado a tarefa de leitura muito mais rápido que a outra, podendo até mesmo se dar ao luxo de ler o mesmo texto várias vezes, fixando a informação cada vez mais na mente a cada leitura realizada - enquanto a outra pessoa vai ter tempo de ler uma vez só. Segundo, porque o texto resumido contém apenas as informações realmente relevantes sobre aquela história - ao passo que o texto integral vai conter um monte informação adicional que é apenas a “moldura do quadro”, e não o conteúdo do quadro em si.
Isso significa que quem leu o texto resumido focou apenas no que era extremamente relevante naquela história, enquanto quem leu o texto integral ocupou seu “HD CEREBRAL” com um monte de baboseiras inúteis.
Ao responder as perguntas sobre aquela história, a pessoa que leu o texto resumido provavelmente acertará mais respostas do que a pessoa que leu o texto completo.
Isto dependerá também, por óbvio, da qualidade do resumo que foi feito. De nada adianta também, para fins de responder perguntas sobre a história em tela, tentar resumir um texto de 100 páginas em apenas 1 página, que seria um resumo muito extremo, onde detalhes importantes provavelmente serão perdidos.
Também não há tanto ganho assim em resumir as 100 páginas em 80 páginas, por exemplo. O resumo final tem que ser um meio termo entre estes dois extremos, que consiga exprimir o conteúdo completo, com foco no que é realmente importante, com as “arestas aparadas”, sem devaneios, sem rodeios, sem as partes inúteis.
Geralmente um texto original de 100 páginas, em razão da necessidade de ser didático, da necessidade de explicar um assunto totalmente novo para uma pessoa leiga que nunca teve contato com aquele assunto, naturalmente possui uma riqueza maior de detalhes, e por isso é mais extenso. Conforme a pessoa vai tomando contato com aquele assunto, não há mais necessidade desta didática toda, e assim o texto pode ser bem menor, bem mais enxuto, bem mais resumido.
Uma outra coisa importante que eu sempre falo para meus alunos é que eles têm que fazer seus próprios resumos, ao invés de pegar resumos já prontos em sites da internet, ou trocar resumos com amigos concurseiros.
O ato de ler um texto de 100 páginas e forçar o uso da sua própria mente para estruturar e organizar a informação, de forma que ela possa ser comprimida num texto de apenas 8 páginas é o que também faz com que a informação já seja fixada na sua cabeça.
Isto quer dizer que o próprio ato de resumir/comprimir um texto a uma taxa de 10:1 (cada 10 páginas originais geram 1 página de resumo) também é uma forma de estudar.
Isto acontece porque você precisa entender o que está escrito a cada 10 páginas e realizar uma tradução interna, dentro da sua mente, em apenas 1 página.
Eu já vi várias vezes as pessoas resumindo textos com a mente desligada, sem prestar atenção no que está fazendo, o que é uma enorme perda de tempo.
Aliás, é uma dupla perda de tempo, porque o que a pessoa está fazendo é na realidade uma transcrição, e não um resumo, e também porque na hora que a pessoa precisar usar o resumo, ele não vai trazer os benefícios necessários que o resumo traz, que é o de fazer uma leitura mais curta (com menor gasto de tempo).
Fazer resumo dá trabalho, e na verdade dá muito trabalho, sobretudo se for bem feito. Cansa a mente mesmo. Mas é um investimento necessário, pois como falei, além de já estar estudando de fato naquele ato (resumir = estudar), vai economizar bastante tempo no futuro quando precisar revisar aquele conteúdo.
E aí a gente encontra uma das grandes razões do ato de resumir: ler cada vez mais rápido. Se você leva 9 meses para ler o conteúdo original, se aproveitar o momento dessa leitura para fazer um resumo bem feito, vai precisar de um tempo consideravelmente menor na hora de reler o que for necessário - talvez uns 3 ou 4 meses, dependendo do nível de detalhe do conteúdo.
E na segunda vez que for ler o resumo, provavelmente vai gastar um tempo menor ainda, porque já vai conhecer melhor o texto, sabendo onde está cada coisa, onde estão os pontos mais obscuros, onde estão os pontos mais fáceis.
O objetivo de CICLAR cada vez mais rápido o conteúdo da disciplina é estar preparado para quando a banca do concurso lançar o edital. Normalmente o edital é lançado cerca de 1-2 meses antes da prova. Se você acha que alguém consegue ler todo o conteúdo que cai numa prova de alto nível, como a da Polícia Federal ou da Polícia Rodoviária Federal neste curto espaço de tempo, está completamente enganado.
É impossível estudar TUDO o que cai nessas provas sem ter conhecimento prévio do conteúdo ou sem utilizar ferramentas de resumo. Por isso, meu amigo, assista suas aulas, leia seus livros ou seus PDFs, mas não deixe de fazer seus resumos, pois eles serão extremamente necessários no momento em que o edital sair, em que você precisará passar por todos os tópicos de todas as disciplinas em apenas 1 ou 2 meses.
E para fechar este tópico sobre resumos, ainda digo mais: marcar os pontos importantes do texto NO PRÓPRIO TEXTO (do livro ou da apostila PDF impressa), utilizando uma caneta marca-texto ou uma caneta comum para sublinhar, também é uma forma de fazer resumo.
Muitos alunos me perguntam isso, e por esta razão estou fazendo este comentário. Nem todo mundo gosta de resumir transcrevendo para outro local o conteúdo que está lendo. Muitos preferem fazer diferente: ir marcando os pontos importantes do texto, como falei acima, diretamente no texto, com caneta marca-texto ou sublinhando as palavras-chave que vão te fazer fixar melhor, lembrar melhor, e na hora de ler, ir direto aos pontos-chave do texto. Esta também é uma forma válida de fazer resumos, pois o que você está fazendo é aplicando uma espécie de “filtro” ao texto original, deixando destacado apenas o que é importante e o que precisa de fato ser lembrado.
No momento que você for ler o texto pela segunda vez, ou nas demais vezes, você precisa treinar seu cérebro e seus olhos a focarem e absorverem primariamente o conteúdo que estiver marcado no texto original, ignorando todo o resto. De uma certa forma, será como se você estivesse lendo apenas as palavras marcadas, ou seja, lendo apenas o resumo do texto, o que fará com que você foque no que é importante e consiga passar pelo conteúdo de forma muito mais rápida.
Em suma, seja de uma forma ou de outra, transcrevendo/resumindo o texto com suas próprias palavras ou marcando apenas as palavras importantes, FAÇA RESUMOS.
Doutrina e Jurisprudência
Este é um modal que é específico de algumas disciplinas de Direito. Para não perdermos tempo aqui explicando pra você o que significam estas duas palavras, deixamos um link para você consultar, caso seja necessário: http://direitosbrasil.com/o-que-sao-jurisprudencia-e-doutrina/, que contém vários detalhes.
Mas de forma bem superficial (resumida, digamos assim?), podemos dizer que Doutrinas são as teses que os professores/juristas criam, e Jurisprudências são as decisões que os juízes/tribunais tomam.
O direito também é composto por estas duas fontes, e que podem ser cobradas em provas algumas vezes, tanto em questões objetivas quanto em questões discursivas.
Quando você for estudar algum tema de Direito, pode ser que o professor da vídeo-aula que você esteja assistindo ou o autor do livro/PDF que você esteja lendo faça menção à doutrina daquele assunto ou da jurisprudência atual dos tribunais superiores (STF, STJ etc).
Isto acontece porque o direito não é uma ciência exata, então pode ser que haja divergências entre doutrinas e também entre as jurisprudências, e na hora da prova o conhecimento destas diferentes visões pode ser cobrado/explorado pela banca, sobretudo em provas discursivas.
Recentemente as provas de Agente e Escrivão da Polícia Federal recentemente não têm vindo com uma carga muito pesada de Direito Penal por exemplo, e mesmo a redação também descambou para temas mais genéricos, não sendo tão necessário assim conhecer a fundo a doutrina e a jurisprudência (esta, mais ainda) como no passado.
Se você estiver iniciando nos estudos para Agente e Escrivão, não se preocupe em se aprofundar muito na doutrina e na jurisprudência. Se for um aluno avançado, pode ser que seja interessante para você extrapolar um pouco e ir além.
Mapa mental
Este tipo de ferramenta também é muito difundida no mundo dos concursos públicos. Mas muita gente a utiliza de forma errada.
A maioria das pessoas pensa que o mapa mental é uma ferramenta de memorização, e a utiliza desta forma. Eu discordo totalmente disso. Para mim, o mapa mental é uma ferramenta feita para facilitar o entendimento de conceitos que são muito complexos em sua forma original, e precisam ser destrinchados sob a forma de um mapa, que facilita a compreensão.
Os mapas mentais não são novidade na bagagem de conhecimento humano de uma forma geral - já são utilizados há muito tempo na área privada, para organizar ideias.
Quando eu trabalhava na área de consultoria, a gente usava muito uma ferramenta deste tipo para modelar/desenhar sistemas de gestão e suporte ao negócio das empresas.
Ou seja, é uma forma de organizar ideias, estruturar, encaixar coisas, objetos, conceitos.
Às vezes, a depender do tamanho do conteúdo que se deseja mapear, o mapa mental, quando feito, se torna tão grande que é impossível utilizá-lo como ferramenta de memorização. Ele se torna um emaranhado tão grande, tão cheio de ramificações, palavras, ideias, que não se torna algo fácil de ser memorizado, ainda que tenha cores diferentes e figuras ilustrativas para ajudar nesta parte da memorização, ainda assim continua sendo uma ferramenta feita para o ENTENDIMENTO de ideias.
Se você quiser usar o mapa mental para memorizar alguma coisa, e isso funciona para você, ótimo. Isso significa que talvez você tenha uma excelente memória fotográfica.
Mas para a maioria das pessoas o mapa mental não vai funcionar desta maneira, servindo apenas para o propósito de estruturar/encaixar ideias.
Existem milhares de exemplos de mapas mentais na internet, que você poderá facilmente encontrar numa simples consulta ao Google. No caso do mapa mental, não há necessidade de você criar os seus próprios - você pode buscar mapas mentais prontos na internet ou compartilhar com seus amigos.
Isso acontece porque, diferentemente dos RESUMOS, em que é melhor que você faça seu próprio resumo, o mapa mental, por não ser uma ferramenta de memorização, e sim de ENTENDIMENTO, não se submete a este tipo de problema.
A não ser que você esteja buscando um mapa mental para memorização, ai sim eu recomendo que você produza seu próprio mapa mental, porque sempre que você produz alguma coisa você mesmo, você vai acabar se lembrando melhor dela.
No caso do mapa mental, é a mesma coisa. É claro que se você mesmo criar o seu mapa, você vai se lembrar mais do conteúdo dele, e isso ajudará na hora da prova. Mas como o mapa mental é para ENTENDIMENTO, não há tanto benefício com relação à parte de memorização.
Então, pense, o custo/benefício deve ser analisado no momento em que você estiver ponderando entre criar seu próprio mapa ou utilizar um mapa já pronto.
No primeiro caso, você gastará muito mais tempo, mas terá um mapa personalizado, e pode ser que consiga memorizar mais as suas partes e detalhes, mas lembre-se que este não é o propósito da ferramenta.
No segundo caso, vai gastar algum tempo procurando o mapa mental que você precisa (na internet, ou com amigos), mas certamente será um tempo menor do que o tempo que gastará criando um mapa mental do zero, e o quanto ao lance da memorização, não perderá muita coisa, pois como já disse umas 10 vezes acima, não é essa a ideia.
Flash Cards
Eu aprendi sobre os flash cards lendo o livro do mestre/guru Alexandre Meirelles. No livro dele, ele ensina como fazer os flash cards, que na realidade é apenas um nome bonito para aquela famosa atividade de “tomar a matéria”, que provavelmente sua mãe ou seu pai, ou seu amigo ou seu irmão mais velho faziam com você na sua época de colégio.
É simplesmente alguém fazer para você perguntas-chave sobre aquela disciplina, para testar se você aprendeu/decorou o conteúdo ou não.
O flash card é exatamente isso, só que em vez de ter alguém fazendo as perguntas para você, é você mesmo que vai as perguntas para si.
Há diferentes formas de isso ser feito. Uma delas é utilizando uma ficha de papel, escrevendo de um lado da ficha a pergunta-chave que você quer que seja respondida, e do outro lado da ficha a resposta para a pergunta, incluindo, quando for o caso, um pequeno resumo da matéria abordada, com os principais itens, sob a forma de algum esquema, mnemônico, bizu, fluxograma, quadro, ou mapa mental.
Você deve fazer quantas fichas forem necessárias para cobrir aquela matéria que você tem dificuldade, e que portanto precisa tomar a matéria de si frequentemente, para verificar se entendeu tudo direito, se decorou o que precisava ser decorado.
Mas a ficha deve ser feita para todos os tópicos de todas as disciplinas do edital? Eu considero que NÃO.
O flash card é uma ferramenta que, como muitas outras, toma bastante tempo para ser montada, porque você precisa escolher bem as perguntas que devem ser feitas, e também elaborar as respostas com excelência, para que na hora que for consultar o gabarito, faça a leitura da mesma e por consequência esteja fazendo uma breve revisão daquele conteúdo.
Você deve escolher só os pontos da matéria que tem mais dificuldade para decorar ou entender, e que precise ter contato frequente, para não cair no esquecimento.
Quando eu estudei para os concursos da PF e da PRF, eu procurei fazer meus flash cards de forma eletrônica, ao invés de usar fichas. Mas isso era uma preferência minha. Você deve analisar a forma que melhor funciona com você.
Para tal, eu costumava fazer os flash cards no EXCEL, de forma a programar todas as perguntas e todas as respostas, e depois no momento de revisar aquela matéria, o próprio programa selecionava as perguntas mais importantes, mais relevantes, ou as menos acertadas historicamente, e conforme eu ia respondendo, as respostas iam aparecendo, para que eu pudesse conferir.
Independentemente da FORMA como você vai executar este processo, o importante é isso: ler a pergunta, mentalizar/pensar na resposta (tem que ser bem completa, e tem que pensar em tudo o que você quer responder naquela pergunta ANTES de virar a ficha com a resposta do outro lado), e depois virar a ficha para conferir o “gabarito”.
Se você perceber que acertou 100%, ótimo, apenas termine de ler/revisar o que está escrito na resposta, e bola pra frente.
Se você deixou de pensar/mencionar alguma coisa importante daquela resposta, ou seja, que sua resposta ficou incompleta, é um sinal de que você precisa revisar um pouco aquele conteúdo. Essa revisão deve ser feita neste momento mesmo, após terminar de responder todas as fichas.
Se sua resposta não teve NADA a ver com o gabarito, é o momento não de revisar, mas de RE-ESTUDAR aquele conteúdo, pois algo saiu muito errado no seu processo de estudo, e você precisa começar do zero com aquele determinado assunto.
Exercícios
Qual o melhor momento para fazer exercícios/questões? SEMPRE.
Essa talvez seja a parte/ferramenta mais importante de todo o estudo. É o início, o meio, o fim… é a melhor maneira de estudar, fixar, revisar, testar, aplicar seus conhecimentos, descobrir coisas novas, entender melhor como sua mente funciona.
Se você já leu alguma vez nossa postagem sobre o CICLO PDCA (aqui mesmo no blog, segue o link: http://blogmissaofederal.blogspot.com.br/2017/04/como-melhorar-seu-estudo-para-concurso.html), você sabe o tamanho da importância da parte de exercícios/questões, pois dentre outras coisas, é o momento de verificar se tudo o que você fez deu certo.
Fazer questões se aplica a todas as disciplinas. A única que tem diferença é redação, que ao invés de fazer exercícios, você vai fazer redações mesmo. Mas para todas as disciplinas é importante fazer muitas questões. Ah, mas qual é o momento certo de fazer questões? SEMPRE.
Mesmo que você esteja começando a estudar aquela disciplina agora, mesmo que esteja super avançado, é sempre bom e importante fazer questões. Por óbvio, é muito mais importante fazer questões nas fases mais avançadas do estudo, mas fazer questões é sempre muito importante de qualquer jeito.
Eu recomendo para meus alunos que façam questões antes e depois de cada vez que estuda uma disciplina.
Antes, para já aquecer o cérebro antes de começar a absorver conteúdo (ler livro/pdf, assistir aula etc). É importante fazer uma bateria de questões, ainda que pequena, para entender como aquele assunto é cobrado, e também para preparar o cérebro para as atividades que vêm a seguir. É bom fazer desta forma também (fazer questões antes de começar a estudar) porque é o momento que seu cérebro ainda não está 100% sintonizado com aquela disciplina, e nem você acabou de ler aquel assunto, de maneira que o resultado de acerto que você tiver vai ser muito mais parecido com o que provavelmente você vai ter no dia da sua prova.
De forma contrária, quando você faz questões LOGO DEPOIS de estudar, você acaba aumentando sua nota, porque você está com os assuntos frescos na cabeça, e isso influencia o resultado (para cima).
A última coisa que você quer é ter seus resultados influenciados para cima. Todo concurseiro deve treinar nas piores condições possíveis, sempre sendo pessimista, porque “treino difícil, combate fácil”.
Se você fizer questões com a mente fria, estará fazendo um treino difícil. Se fizer questões com o cérebro aquecido (logo após estudar a disciplina) estará fazendo um treino fácil.
E, pense: na hora da sua prova de verdade você vai ter acabado de estudar TODAS as disciplina 1 hora antes? NÃO! Você vai ter estudado cada disciplina pela última vez há um bom tempo atrás… Então é a mesma coisa para quando for estudar uma disciplina: comece fazendo questões, pois além de aquecer seu cérebro, você estará “testando” sua memória na pior condição possível, e isso te trará para uma realidade muito mais próxima da realidade do dia da prova, fazendo com que você anteveja possíveis problemas de disciplinas mal estudadas ou de assuntos mal memorizados.
Mas então eu devo fazer exercícios apenas no início do meu momento de estudo daquela determinada disciplina e não depois? Negativo. Você deve fazer questões também logo depois de ter acabado de estudar, pois é uma forma de fixar o que você acabou de ler e também de testar o que acabou de aprender -- não muito no sentido de memorização, pois é bem possível que estará com a memória muito boa com relação ao assunto recém-estudado, mas no sentido do entendimento, ou seja, para saber se entendeu direito o que foi ensinado ou não.
Para preparar sua bateria de estudos, há diferentes coisas que você pode fazer. Tem aluno que compra livro com “1.000 questões resolvidas” da banca para a qual está estudando. Tem outros que usam apenas a bateria de questões que vem depois de cada capítulo do livro ou do PDF. E tem os que vão mais além, e assinam aqueles sites de questões de concurso (tem vários no mercado, então basta procurar no google).
Destes sites, cada um tem uma característica, uma funcionalidade, que pode ou não se aplicar ao seu caso. Uns possuem questões resolvidas por professores contratados pelo site, outros têm mais comentários de alunos.
É bacana também aproveitar as estatísticas de notas que estes sites provêem, para saber se você está acertando mais ou acertando menos. Você também pode filtrar por questões consideradas mais “difíceis” (menos acertadas pelos alunos que assinam o site), ou refazer apenas as questões que errou pela última vez.
Há muitas formas de selecionar as questões, de filtrar as questões que deseja encontrar para depois resolver. Uma coisa que também é muito interessante é a possibilidade de agrupar as questões em “cadernos” ou de fazer mini-simulados sobre determinado assunto com questões escolhidas pelo próprio site.
Em suma, há muitas formas de fazer a seleção dos conteúdos e de fazer o acompanhamento das notas obtidas, e isso tudo é essencial para que você direcione o seu estudo e seu treinamento e vá monitorando os resultados obtidos, tudo isso sempre com base na teoria do CICLO PDCA, que é um ciclo de melhoria contínua.
Simulados
Fazer simulados também é uma forma de estudar, a depender da forma como você encara esses desafios, a frequência com que você faz simulados, a sua atitude e profissionalismo com relação aos simulados, e muitas outras coisas, como a forma como você corrige as questões e revisa e re-estuda os temas que errou mais. Tudo isso sempre com base no famoso “CICLO PDCA”, que já comentamos várias vezes nesta postagem.
Aqui mesmo no blog fizemos uma série de umas dez ou doze postagens especificas sobre simulados, com todo o tipo de detalhe que você precisa saber antes de cair dentro das provas. Dê uma olhada nas postagens mais antigas, que você vai encontrar um monte de informação importantíssima para aproveitar ao máximo esta importante modalidade.
Pelo fato de termos feito uma análise técnica tão detalhada e específica sobre os simulados, não vamos entrar nos detalhes aqui nesta postagem. Procure no histórico do blog a sequência de postagens sobre simulados, começando pela postagem 01, e indo até o final da sequência.
Bem, encerramos aqui a PARTE 01 da série sobre "como estudar cada disciplina", primeiramente mostrando quais os modais que você pode utilizar para absorver conteúdo, revisar, fixar, etc.
Nas próximas postagens falaremos especificamente sobre cada uma das disciplinas do concurso de Agente e Escrivão da PF, dando dicas de como estudar essas disciplinas da firma mais eficiente (economizando seu tempo) e eficaz (objetivando o aprendizado impecável) possível.
E caso você tenha alguma dúvida ou sugestão sobre este assunto, deixe uma mensagem pra gente na parte de comentários, logo abaixo.
E para maior aprofundamento no tema e maiores informações sobre o COACHING MISSÃO FEDERAL (Técnicas de Estudo na Preparação para Concursos Públicos), entre em contato com os Professores (Coaches) do Grupo Missão Federal através da Fan Page no Facebook (https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/) ou através do email: coachingmissaofederal@gmail.com.
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Este texto foi redigido pelos COACHES do Grupo de Estudos MISSÃO FEDERAL. TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS (C). A divulgação do conteúdo aqui apresentado tem pré-autorização dos autores para compartilhamento ou divulgação em outros meios desde que seja feito em sua integralidade e sem supressões, adaptações ou alterações, desde que citado o AUTOR (“GRUPO DE ESTUDOS MISSÃO FEDERAL”), bem como citada a FONTE (com menção expressa do link da Fan Page no Facebook - "https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/" - e do link permanente para acesso ao conteúdo original aqui neste blog) e repetido/citado este AVISO (que torna-se parte integrante do texto). Em caso de dúvida, entre em contato conosco previamente através do email coachingmissaofederal@gmail.com. Casos de abuso serão resolvidos na esfera jurídica aplicável, de acordo com a lei.
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