quarta-feira, 18 de abril de 2018

COACHING - Dicas de como fazer um bom simulado - Um Guia Completo - Parte 10

Olá a todos os concurseiros da área policial. 

Hoje vamos à parte 10 da nossa série de COMO FAZER SIMULADOS. Vamos abordar um assunto bastante complexo e que tem uma carga técnica bastante grande, mas que vai te ajudar a descobrir onde é que você pode melhorar, onde você tem a ganhar, onde pode deixar de perder, e como vai fazer a sua nota subir mais ainda. 

Se você já leu todas as nossas nove postagens anteriores sobre simulados, e já colocou em prática todas elas, você já deve ter sentido uma grande diferença na sua pontuação líquida, tenho certeza disto.

No meu caso, quando eu comecei a estudar para concursos públicos, e comecei a tornar meus simulados cada vez mais profissionais, percebi essa melhora significativa na pontuação líquida. Quanto mais tempo eu dedicava ao simulado (fazer a prova sem pressa de acabar), quanto mais concentração, quanto mais disciplina, profissionalismo e atitude de vencedor, maior era a minha nota.

Cabe aqui uma observação adicional inicial. Se você faz ou fez cursinho presencial, já deve ter notado a quantidade de pessoas que estão frequentando aquele lugar há anos e anos a fio, sem perspectiva concreta de ser aprovado no concurso. Essas pessoas geralmente conhecem todas as pessoas no cursinho e também são conhecidas, tanto pelos alunos, quanto pelos funcionários e professores. Geralmente também são as que têm um "prazer obscuro" em dizer que sabem exatamente o que tem que ser feito para passar no concurso, tudo o que tem que ser estudado, a forma como as coisas têm que ser feitas, porém, essas pessoas estão lá no cursinho até hoje, então algo está errado. Procure não se basear na atitude que essas pessoas têm com relação ao estudo, SOBRETUDO com relação aos SIMULADOS.

Bem, essa foi a breve introdução, e agora vamos ao tema em si.

Durante esse meu período de estudo para concurso eu não estudei somente os conteúdos das matérias em si, mas também as técnicas aplicadas ao estudo: a forma de estudar, a forma de fixar as matérias, a forma de consolidar, a forma de se testar (questões, simulados), dentre outras coisas. 

Algumas dessas técnicas estão relacionadas ao arcabouço de conhecimento que envolve uma PROVA ESCRITA de concurso. E o que não falta à banca CESPE é conhecimento e experiência neste assunto. Vamos ver como e porque.

Uma das coisas mais importantes que você precisa saber antes de começar a analisar sua prova de simulado é saber o que é a Teoria de Resposta ao Item (TRI), um dos conceitos utilizado pelo CESPE.

Segundo o Jornal do CESPE/UnB, ano 5, nº 18 de maio e junho de 2010:

“Conseguir uma boa nota em uma avaliação acertando as respostas por meio do conhecido “chute” ficou mais difícil a partir da implantação da Teoria de Resposta ao Item (TRI). O método consiste em um conjunto de modelos estatísticos, comumente usado em testes de múltipla escolha e que pode medir, entre outras coisas, quais questões têm mais probabilidade de ser acertadas ao acaso.”

A matéria continua:

“Parâmetros de avaliação - Existem três parâmetros que podem ser avaliados nas questões que utilizam a Teoria de Resposta ao Item:

1) Discriminação: permite avaliar se a questão consegue distinguir os alunos que sabem o conteúdo daqueles que não sabem. Neste parâmetro, um item bom é aquele que possui alta discriminação, ou seja, alta probabilidade de acerto para os estudantes que sabem o conteúdo do item e menor probabilidade para os alunos que possuem pouca habilidade.


2) Dificuldade: Posiciona o item na escala de conhecimento. De acordo com essa escala, os itens podem ser considerados difíceis, medianos ou fáceis.

3) Acerto ao acaso: Determina qual é a probabilidade de um item ser acertado por indivíduos com baixo nível de conhecimento.”


Fonte: http://www.cespe.unb.br/JornalCESPE/PDFs/018.pdf

Ou seja, já deu para notar até aqui que o CESPE testa PREVIAMENTE os tipos de questões que vai colocar nas provas, a fim de fazer uma seleção de questões com alta discriminação, conceito este que fará com que: 

- Quem estudou e sabe a matéria tenha maior probabilidade de ACERTAR;

- Quem não estudou e não sabe a matéria tenha maior probabilidade de ERRAR;

Um outro ponto importante para explicarmos aqui é o tema que foi abordado na PARTE 5 da nossa série sobre simulados, que discorre sobre a característica das provas CESPE em ser do tipo “certo ou errado, sendo que uma errada anula uma certa”, o que também acaba forçando aos concurseiros a NÃO chutar, sob pena de perder pontos. Este assunto foi amplamente discorrido aqui nesta postagem: http://blogmissaofederal.blogspot.com.br/2017/01/dicas-de-como-fazer-um-bom-simulado-um.html

Então você já sabe que a prova do CESPE favorece quem estuda e sabe a matéria, desfavorece quem não estudou muito, e por cima ainda penaliza quem chuta questões. 

E quando eu digo que penaliza quem chuta questões, estou me referindo tanto ao grupo de pessoas que estudou e sabe a matéria quanto o grupo que estudou pouco e sabe pouco da matéria. A penalização do chute se aplica aos dois casos. 

Chutar provas CESPE do tipo “certo ou errado” é sempre um risco muito grande (e foi isso que falamos na parte 5). Além disso, é praticamente impossível (probabilidade bem próxima de ZERO) de um indivíduo passar num concurso CESPE do tipo “certo ou errado” chutando todas as questões.

É claro que chutar uma questão ou outra, tudo bem. Dependendo da quantidade de questões que você vai chutar, é claro, pode ser benéfico para você, pois pode te render uns pontos extras. Mas se essa quantidade de chutes for muito grande, você já começa a se arriscar demais, e daí passa a não valer a pena. Este é um dos assuntos que vamos abordar aqui nesta postagem.

Durante minha época de concurseiro eu estudei muito essa questão do chute. Existem diversas teorias por aí sobre esse assunto, aplicadas especificamente às provas do CESPE. Se você jogar os termos “teoria do chute prova cespe” no Google, verá a grande quantidade de postagens e vídeos que existem sobre o tema. Acho interessante e válido ler todas as teorias sobre o assunto, a fim de que você possa analisar, refletir e chegar às suas próprias conclusões. Eu fiz exatamente isso no passado, e cheguei ao MEU modelo. Você é plenamente capaz de estudar o assunto e chegar no SEU modelo ideal. Não deixe de fazer isso, mesmo que você tenha pouco tempo sobrando, pois este assunto é crucial para o seu sucesso.

Mas agora vamos ao modelo que eu construí, com base em tudo que assisti e li até hoje, e que acho que é o modelo mais equilibrado em termos de custo/benefício e que vai minimizar o risco de você chutar errado e maximizar suas chances de aumentar sua nota da prova com algum percentual de chute.

Em primeiro lugar, temos que estabelecer as seguintes premissas:

- Você não vai conseguir estudar todos os tópicos de todas as disciplinas que caem na prova;

- Você não será capaz de decorar todos os números, leis, artigos, incisos, regras que precisaria decorar para acertar todas as questões de todos os tópicos de todas as matérias;

- Sua capacidade de foco e de interpretação de enunciados de questões, por mais que seja muito alta, não o impedirá de errar questões na prova por falta de atenção ou por cair em pegadinhas;

- A principal de todas: você não é infalível.

Mas veja bem: isto tudo não impede que você almeje estudar todos os tópicos de todas as disciplinas, de decorar tudo o que precisa ser decorado e de fazer todas as questões possíveis e imaginárias sobre estes assuntos. Aliás, pelo contrário, acho que você deve almejar isto com afinco, mesmo que não atinja este objetivo. Mirar alto vai fazer você acertar alto.

Só que na hora da prova, por mais que você tenha estudado muito, decorado muito, treinado muitas questões e feito muitos simulados, você vai errar, eu tenho certeza. Além de errar, você vai ficar em dúvida, vai ficar com medo de chutar, vai pensar em deixar em branco, vai deixar de fato algumas em branco, vai chutar errado, vai passar a resposta errada no cartão-resposta, dentre outras coisas. Isso tudo é normal e vai acontecer. O que precisamos fazer daqui para frente é treinar para que isso tudo seja MINIMIZADO.

O que costumo dizer para quem estuda para concurso, sejam leitores do blog, alunos do Grupo Missão Federal, alunos de Coaching etc, é: 

VOCÊ PRECISA TREINAR A SUA “MÁQUINA DE FAZER PROVAS”

Sim, porque não é necessariamente o aluno mais inteligente, nem o que sabe mais a matéria que passa num concurso público. 

Quem passa no concurso é quem tira a maior pontuação líquida em relação aos seus concorrentes, dentro das vagas.

O que você precisa colocar na sua cabeça é que você tem que tirar a maior nota líquida possível

Mas como tirar a maior líquida possível?

Para início de conversa, você precisa entender como é que é calculada a nota líquida. Sem entender qual é a equação que se calcula a nota líquida, você não terá como maximiza-la. 

Você já sabe que cada questão errada anula uma certa, isso tá OK. 

Então vamos à fórmula da nota líquida:

NOTA LÍQUIDA = ACERTOS - ERROS + [ ( EM BRANCO ) * 0 ]

Não sei se você notou uma coisa um pouco “estranha” na fórmula: eu adicionei uma parcela que contém a quantidade de questões em branco multiplicada por ZERO.

Todo número que é multiplicado por ZERO é igual a ZERO, ou seja, não muda nada o resultado da equação. É isso mesmo. A quantidade de questões que você deixa em branco não altera a sua nota para cima ou para baixo. Porém, cada questão deixada em branco pode ter sido um acerto que você deixou de ganhar, mas também pode ser um ponto que você deixou de perder. 

O grande “pulo do gato” aqui é chamar a atenção para todas as partes da suposta equação: os ACERTOS, os ERROS e também as questões deixadas EM BRANCO, pois apesar de estarem sendo multiplicadas por ZERO, estas últimas influenciam também o resultado da sua nota, pois cada questão que você NÃO deixa em branco pode se tornar um ACERTO (e tome cuidado, pois também pode se tornar um erro).

Novamente, essa fórmula parece uma coisa meio óbvia, mas eu não sei se você já parou para pensar o seguinte, que para maximizar a sua nota líquida, você precisa (atenção para o terceiro item!):

- MAXIMIZAR a quantidade de ACERTOS;
- MINIMIZAR a quantidade de ERROS;
- MINIMIZAR a quantidade de questões que você deixou EM BRANCO que você TERIA ACERTADO se tivesse marcado no cartão-resposta;

Tudo bem, você está se perguntando: “como eu iria saber se eu acertaria aquela questão? Afinal, eu deixei em branco porque estava com dúvida, e fiquei com medo de chutar e errar”.

Sim, numa prova com 120 questões, certamente há questões que você tem “certeza” da resposta, outras que terá um pouco de dúvida, outras que terá muita dúvida, e outras em que a dúvida será tão grande, que você preferirá deixar a questão em branco do que arriscar um chute no escuro que poderá te penalizar com 1 ponto a menos.

Você está corretíssimo. É isso que você tem que fazer mesmo, e é justamente assim que você deve classificar suas questões: uma parte delas você terá CERTEZA da resposta, outras ficará com DÚVIDA, uma parte delas você terá bastante dúvida mas sentirá confiança suficiente para CHUTAR, e uma última parte deixará EM BRANCO. 

Portanto, estas são portanto as 4 classificações que você deve usar nas questões:

- CERTEZA;
- DÚVIDA;
- CHUTE;
- EM BRANCO.

Em toda prova que você fizer, sejam provas de verdade ou simulados, invariavelmente haverá questões classificadas dentre esses 4 grupos.

Daí você se pergunta: “mas quantas questões eu preciso ter em cada grupo?

O desejável, obviamente, é que você tivesse 100% das questões no CERTEZA, sobrando nenhuma com dúvida, chute, ou em branco. Mas isso é IMPOSSÍVEL. 

O que você tem que buscar, nos seus estudos e treinos, é que seu conhecimento e sua memorização sejam capazes de gerar o máximo possível de questões com CERTEZA, poucas com dúvidas, e menos ainda que sejam chutadas ou que sejam deixadas em branco. 

Por isso que o treinamento de simulados deve ocorrer em paralelo com o estudo, a fixação, a consolidação do conhecimento, para que você possa ir testando, afinando seu conhecimento, verificando onde precisa focar mais, e deixando sua “máquina de fazer provas” cada vez mais ajustada.

Bem, então o que eu peço é que a partir de agora, quando você for fazer um simulado, classifique as questões (OBS: no momento em que estiver FAZENDO a prova, e não na correção!) dentre esses quatro grupos: TODAS as questões da prova devem ser classificadas entre CERTEZA, DÚVIDA, CHUTE ou EM BRANCO. Todas elas!

Uma coisa que você vai se tocar muito em breve, quando começar a aplicar essa metodologia, é o seguinte: nem todas as questões que você marca como “CERTEZA” você vai acertar.

Alguns se perguntam: “ah, mas se eu marquei que eu tenho CERTEZA, como é que eu posso ter errado a questão?”

A resposta é simples: você não tem como ter realmente 100% de certeza. Não tem como garantir que você sabia mesmo 100% da matéria. Várias coisas podem ter acontecido que te impediram de garantir esta certeza. Você pode ter lido errado o enunciado, pode ter caído numa pegadinha (e esse não é mesmo o objetivo da banca? Então!!!), pode ter se confundido com algum conceito, por ter ficado distraído, etc. 

A realidade é que NÃO há como garantir o acerto de todas as questões que você marca como tendo “CERTEZA”. Você vai acertar algumas delas, e errar outras. Claro que o desejável e esperado é que você acerte mais do que erre, para somar pontos líquidos positivos.

Você vai notar também que, com relação às questões que tinha DÚVIDA, também vai acertar algumas e errar outras. Certamente o percentual de acerto neste grupo será menor que o percentual de acerto do grupo “CERTEZA”.

O mesmo fenômeno acontecerá com as questões que você CHUTOU: certamente o percentual de acerto será um pouco menor do que as questões que você marcou como “DÚVIDA”, e certamente bem menor do que as questões do grupo “CERTEZA”.

Em suma, o seu percentual de acerto vai caindo de grupo para grupo. O percentual de acerto do grupo “CERTEZA” deve ser o maior de todos. O percentual de acerto do grupo “DÚVIDA” provavelmente vai ser um pouco menor, e o percentual de acerto do grupo “CHUTE” deverá ser menor ainda. 

Apenas a título de exemplificação (para fins didáticos), os percentuais de acerto de um determinado aluno que já começou a estudar há alguns meses deveriam ser algo em torno de:

- CERTEZA: 80%
- DÚVIDA: 66%
- CHUTE: 55%

O que significa, no final das contas, que as questões que você tinha “certeza”, é claro que você não tinha certeza absoluta! As questões que você tinha dúvida, acabou acertando algumas e errando outras, e as questões que chutou vão ficar com percentual próximo de 50%.

E o que é importante com relação a estes percentuais? O do grupo CERTEZA tem que ficar o mais próximo possível de 100% (embora você já tenha compreendido que é impossível chegar a 100%), o do grupo CHUTE tem que ficar em torno de 50% (porém ACIMA de 50% sempre, e vamos falar sobre isso em breve), e o grupo DÚVIDA tem que ficar num percentual entre os percentuais dos grupos CHUTE a CERTEZA (mais ou menos no meio).

Agora, porque eu disse que o percentual de acerto do grupo CHUTE tem que ficar próximo de 50%, porém, ACIMA deste valor?

Porque se você chutou um grupo de questões e ficou com acerto MENOR que 50%, isso significa que você perdeu mais pontos do que acertou

Vamos aos números: se você chutou 10 questões, tendo acertado 4 e errado 6, um percentual de acerto de 40% (veja, menor que 50%), e o que isto significa: que você ficou com 2 pontos negativos (4 - 6 = -2). De que adiantou você ter chutado essas 10 questões, se sua nota CAIU (perdeu 2 pontos).

O que eu quero dizer, portanto, é que só vale você chutar questões se a nota LÍQUIDA resultantes deste grupo de chutes seja POSITIVA, e isso acontece justamente quando seu percentual de acerto fica em mais de 50%, gerando uma pontuação líquida POSITIVA.

Tudo bem, mas como avaliar isso como um todo na sua prova?

Como eu disse, você precisa marcar, no caderno de questões, num cantinho do lado do enunciado de cada questão, alguma simbologia que identifique cada questão como sendo de cada um dos grupos: CERTEZA, DÚVIDA, CHUTE ou EM BRANCO

Vou dizer como eu fazia na minha época. Geralmente nas minhas provas eu colocava “C” de certeza, “D” de dúvida, “K” de “kick” (“chute” em inglês) ou deixava sem marcação nenhuma, para indicar uma questão em branco (vamos falar mais sobre isso à frente). 

Você tem que fazer essas marcações no momento em que estiver fazendo seu simulado, e NÃO depois (pois certamente passadas muitas horas ou dias da prova, esquecerá como é que classificou cada questão, além do fato de que o resultado de cada questão -- acerto ou erro -- influenciará a classificação que você vai dar). 

Então, sempre faça essa classificação DURANTE a realização da prova (até no máximo o fim do tempo dela).

Pois bem, você fez sua prova, classificou todas as questões dentro dos 4 grupos, tudo direitinho. Agora como consolidar o resultado de tudo isso e avaliar como você se saiu? 

Para isso você precisa se organizar, preferencialmente utilizando uma planilha

Vamos dar um exemplo abaixo de uma planilha que você pode montar para fazer isto. Basicamente o que você precisa ter é uma linha da planilha para cada questão da prova, ou seja, 120 linhas. 

Cada coluna conterá: 

- A sua resposta (C ou E);
- O gabarito final/oficial (C ou E);
- A pontuação da questão (1, 0 ou -1)
- A classificação que você deu para a questão (C, D, K ou em branco);

O que você precisará analisar então? Você precisa somar a quantidade de questões classificadas em cada grupo. Vamos supor hipoteticamente que você tenha classificado as 120 questões da seguinte maneira:

C: 50 questões
D: 40 questões
K: 15 questões
EB: 15 questões

Agora vamos incluir a informação sobre quantas questões você acertou em cada grupo, e o percentual de acerto bruto decorrente destes acertos (vamos inventar a quantidade de questões acertadas em cada grupo):

C: 50 questões, 40 acertos (80%)
D: 40 questões, 25 acertos (62,5%)
K: 15 questões, 8 acertos (~53%)
EB: 15 questões (0%)

Numa prova como esta, você teria acertado 73 questões (40 + 25 +8) e errado 32 questões (10 + 15 +7), de maneira que sua nota líquida teria sido 41 pontos (73 - 32).

Como você faz para avaliar o resultado da sua prova? Como você sabe se fez uma prova boa ou ruim? Como você sabe se está no limite máximo superior da nota líquida que pode obter? Como sabe se teria como tirar uma nota mais alta nesta mesma prova?

No caso do exemplo acima, vejam que o percentual de acerto está em 80% no “CERTEZA”, e vai caindo para 62,5% no “DÚVIDA”, depois cai de novo para 53% no “KICK”, e 15 questões foram deixadas em branco

Ou seja, o percentual de acerto foi caindo, sendo maior no grupo de questões que tinha certeza, e menor no grupo de questões que chutou. 

Repare que neste caso o aluno obteve pontuação líquida positiva nas questões de todos os três grupos (C, D, K). As questões em branco foram deixadas em branco, ou seja, não ganhou nem perdeu nenhum ponto nestas questões.

Vamos checar se o aluno conseguiu atingir todos os objetivos para aumentar a nota líquida:

- MAXIMIZAR a quantidade de ACERTOS e MINIMIZAR a quantidade de ERROS: no que podemos analisar aqui, SIM, objetivo atingido, pois foram obtidos mais acertos do que erros, em todos os grupos, gerando uma pontuação positiva. Se este número poderia ter sido maior ainda, em um grupo ou em outro, depende do estudo adequado, da memorização, da fixação, da técnica de fazer provas, etc.

- MINIMIZAR a quantidade de questões que você deixou EM BRANCO que você TERIA ACERTADO se tivesse marcado no cartão-resposta: até aqui este ponto ainda NÃO foi analisado, pois as questões que o aluno ficou com muita dúvida deixou em branco, não marcou no cartão-resposta, então não foi possível analisar se ele teria acertado ou não estas questões.

É neste segundo ponto que entra o grande trunfo desta técnica, e dependerá de uma atividade adicional a ser feita nas questões que forem ser deixadas em branco numa prova de simulado qualquer.

Você poderá deixar questões em branco no cartão-resposta, sim. Porém, você deverá fazer um trabalho especial e adicional com elas na hora da prova. Você deverá reler estas questões até a exaustão, diversas vezes, refletindo todas as possibilidades, tentando se lembrar dos assuntos cobrados, puxando lá do fundo da memória, e vai responder, para cada uma delas, a seguinte pergunta: 

“SE EU FOSSE CHUTAR ESTA QUESTÃO NO CARTÃO-RESPOSTA, QUAL SERIA A MINHA RESPOSTA?”

Daí então, ao lado do enunciado de cada questão que for deixar em branco, no caderno de questões, você deve marcar “C” ou “E”, de acordo com a resposta que teria marcado no cartão-resposta, caso fosse realmente chutar aquela questão, ao invés de deixar em branco.

No caso do nosso exemplo hipotético, foram 15 questões deixadas em branco. Logo, ao lado do enunciado de cada uma dessas 15 questões você deverá fazer todo aquele grande esforço de mentalização, de lembrança, de resgate das informações que já estudou, questão por questão, e realizar uma marcação, indicando “C” ou “E”. 

Mas você NÃO vai marcar nenhuma resposta no cartão-resposta referente a estas questões, vai apenas marcar “C” ou “E” no CADERNO DE QUESTÕES, ok?

Então, naquela planilha que eu sugeri que fosse feita, para apuração das notas, com 120 linhas, você vai ter que adicionar mais um coluna contendo a seguinte informação: “EM CASO DE TER DEIXADO EM BRANCO, QUAL TERIA CHUTADO?”, em que vai preencher com “C” ou “E”.

O objetivo de inserir uma coluna com esta informação é a seguinte: você vai ter que analisar esse grupo de 15 questões que deixou em branco, comparando a informação na coluna “EM CASO DE TER DEIXADO EM BRANCO, QUAL TERIA CHUTADO” com o gabarito da questão. Daí você vai marcar +1 ponto caso tivesse acertado e -1 ponto caso tivesse errado

Esta é uma análise de cenário, ou seja, aqui será analisado o seguinte cenário (ou situação hipotética): qual teria sido o seu resultado da prova caso você tivesse marcado essas 15 questões no cartão-resposta? Será que sua nota teria aumentado? Será que teria diminuído? Ou será que teria permanecido igual? São justamente essas perguntas que queremos responder.

Digamos que, dessas 15 questões que você deixou em branco, depois de fazer essa análise de cenário, você tivesse acertado 10 e errado 5, caso tivesse marcado no cartão-resposta. Isso significaria que você teria tirado uma nota 5 pontos acima do que tirou (10 acertos menos 5 erros = 5 pontos líquidos positivos).

Veja que essa é uma situação bem agressiva, a título de explicação apenas, pois normalmente uma questão deixada em branco é uma questão em que se tem tanta, mas tanta dúvida, que nem ao menos foi chutada (“K” de “KICK”). Você deixou em branco porque realmente não tinha ideia da resposta.

Mas então do que adianta saber se você teria acertado ou errado as questões que deixou em branco, se na hora da prova você não tinha ideia da possível resposta para elas?

Esse é um trabalho que tem que ser desenvolvido ao longo de vários simulados. Não 1 ou 2, mas sim uns 10 ou 15… 

O objetivo é que, realizando a marcação ao lado do enunciado com C, D, K e no caso de deixar em branco C/E com a resposta que você teria chutado (depois de forçar, pensar e refletir bastante), e depois fazendo a contagem das questões em branco que você teria acertado, e medindo o seu novo resultado com este cenário hipotético de ter marcado 100% das questões da prova no cartão-resposta, os seguintes fenômenos vão acontecer:

- Você se forçará a ler novamente as questões da prova que deixaria em branco, tomando mais cuidado com essas questões, pois são pontos que você está “zerando” (nem ganhando, nem perdendo), mas que poderiam ser pontos líquidos positivos adicionais. Provavelmente só de começar a fazer isso na hora da prova você vai passar a deixar menos questões em branco;

- Você observará que nem todas as questões que deixou em branco eram realmente para terem sido deixadas em branco, e vai começar a entender qual tipo de questão REALMENTE era para ter sido deixada em branco (no caso, as 5 que você errou, no exemplo acima), e quais deveriam ter sido marcadas no cartão-resposta (aquelas 10 que você teria acertado);

Fazendo este procedimento sempre que fizer simulados, e de forma cíclica, não esquecendo de fazer as marcações DURANTE a prova, e depois conferindo e comparando seu resultado real versus o resultado do cenário hipotético, você vai começar a se acostumar a associar, de forma intuitiva na sua cabeça, quais questões você tem CERTEZA, quais questões você tem DÚVIDA, e quais você deve CHUTAR ou DEIXAR EM BRANCO.

Realmente o grande ganho dessa técnica reside na fronteira entre CHUTAR ou DEIXAR EM BRANCO, pois realmente não há grandes diferenças de ordem prática (ou seja, no aumento da nota líquida) entre você classificar uma questão em CERTEZA ou DÚVIDA, porque classificando num grupo ou outro, você acabou por fim marcando a resposta no cartão. Não faz diferença se classificou num grupo ou outro. Você só utiliza essa classificação para entender O QUÃO LONGE essas questões marcadas com CERTA ou DÚVIDA estão da fronteira CHUTE / EM BRANCO.

E a fronteira entre CHUTE e DEIXAR EM BRANCO é realmente a zona crítica, pois é aí que reside o grande potencial de aumento da sua nota líquida, pois um aparente pequeno ERRO na classificação em um grupo ou outro pode te levar a uma das seguintes situações indesejadas:

- ERRAR uma questão que deveria ter sido deixada em branco;

- DEIXAR DE ACERTAR uma questão que foi deixada em branco e que deveria ter sido marcada no cartão-resposta.

Veja que quando você incorre no primeiro erro, é penalizado com -1 ponto. E quando incorre no segundo erro, deixa de ganhar +1 ponto. 

Pelas minhas pesquisas e pelas experiências que tive, normalmente numa prova de 120 questões CESPE do tipo C/E as pessoas deixam, na média, em torno de 10-20 questões em branco, dependendo da estratégia utilizada, da dificuldade da prova, e outros fatores, sendo que essa faixa de valores tem média 15, que foi o exemplo que eu utilizei.

Existe aí portanto um potencial de 15 pontos. São +15 pontos potenciais, que estavam em jogo, e foram deixados para escanteio. 

Eu não estou dizendo que você teria que ter marcado todas essas 15 questões (ou seja, deixado ZERO questões em branco). Eu só quero que você reflita tecnicamente sobre essas 15 questões, em todos os simulados que fizer de hoje em diante, para avaliar se por acaso deixou de marcar alguma questão que você sabia a resposta, seja por se lembrar do assunto, seja por ter uma boa intuição.

Nem todas as pessoas têm uma boa intuição na hora de chutar questões, ou têm apetite de risco muito baixo, e preferem não se arriscar chutando questões onde reside muita dúvida, de maneira que preferem deixar em branco. 

Eu até concordo com esse tipo de abordagem, acho correta também. Mas mesmo essas pessoas avessas ao risco devem sim testar esta técnica e fazer este tipo de análise e todo o processo cíclico de reflexão envolvido, pois pode ser que em alguns (ou muitos) casos haja questões potenciais a serem acertadas, mas que foram desperdiçadas (deixadas em branco). 

Só é possível entender se sua intuição funciona mesmo se você testá-la diversas vezes ao longo dos simulados. Pode ser que você chegue à conclusão que você não é uma pessoa muito boa de chute, então neste caso é melhor deixar em branco mesmo.

Mas aí você se pergunta: “e se eu fizer esse teste, e das 15 questões que eu deixei em branco, na hora de verificar a resposta que eu teria chutado, eu verificar que eu teria errado todas elas?” 

Se isso acontecer, duas possíveis conclusões podem ser tiradas: ou você realmente já está classificando suas questões no grupo “EM BRANCO” corretamente (deixando de marcar questões que tem muita dúvida, e que potencialmente podem te acarretar pontuação negativa) ou você precisa estudar mais (este último caso, se a quantidade de questões em branco forem muito grandes, acima de 20 por exemplo).

De todas maneiras, o que eu espero que você tenha compreendido até este ponto do texto é o seguinte:

1 - Você tem que classificar as questões (C, D, K ou EB) durante a execução dos seus simulados;

2 - Você precisa reler e analisar à exaustão as questões que marcou “EB” (em branco) na hora da prova, para entender se é realmente uma questão a ser deixada em branco ou uma questão a ser marcada no cartão;

3 - Na hora da correção do simulado, você tem que analisar os percentuais em cada grupo de questões (C, D, K ou EB), e esse percentual deve estar sempre decaindo (do C até o EB);

4 - Você tem que analisar e comparar os dois cenários: o cenário REAL, e o cenário HIPOTÉTICO, sendo que este último é a sua nota caso você considere a pontuação líquida (positiva ou negativa) das respostas que teria chutado (das questões que deixou em branco);

5 - Você deve repetir este ciclo por vários e vários simulados, e depois analisar todos eles em conjunto, da seguinte maneira: caso sua nota hipotética seja CONSISTENTEMENTE MENOR que a real, há um indicativo de que você está fazendo a coisa certa (ou seja, você está deixando em branco questões potencialmente danosas, que teria errado caso tivesse deixado em branco); e caso sua nota hipotética seja CONSISTENTEMENTE MAIOR que a real, pode ser que você esteja jogando fora alguns pontos adicionais;

Algumas considerações finais são necessárias sobre cada um dos 5 itens imediatamente acima.

1 - Você não precisa ficar “maluco” na hora da prova para classificar as questões: você pode ter menos cuidado na hora de classificar as questões com CERTEZA ou DÚVIDA, mas terá que ter MUITA ATENÇÃO E FOCO na hora de classificar as questões como CHUTE ou EM BRANCO (pois é nesta "fronteira" que residem os pontos potenciais a serem obtidos ou os pontos negativos a serem evitados daqui para frente);

2 - Você só vai conseguir desenvolver sua habilidade para decidir por deixar uma questão EM BRANCO ou CHUTAR, depois de bastante tempo utilizando esta técnica, ciclando este procedimento várias vezes seguidas, durante pelo menos uns 10 ou 15 simulados

3 - O desejável é realmente que os percentuais de acerto sejam maiores no grupo CERTEZA, um pouco menores no grupo DÚVIDA, e menos um pouco no grupo CHUTE, e menos ainda no grupo EM BRANCO, sendo que nos primeiros três grupos a pontuação líquida tem que ser POSITIVA, e neste último o desejável é que seja NEGATIVA mesmo;

4 - Caso o resultado líquido do cenário hipotético seja consistentemente maior que o cenário real, você provavelmente está classificando mal as questões, deixando muitas questões EM BRANCO que poderia ter CHUTADO; caso o resultado líquido do cenário hipotético seja consistentemente menor que o cenário real, você provavelmente está deixando corretamente as questões EM BRANCO, evitando de chutá-las e mais errá-las do que acertá-las, perdendo pontos líquidos;

5 - Lembre-se que pode ser que o seu resultado varie de forma mais ou menos aleatória de um simulado para outro. Pode ser que no primeiro simulado você consiga um cenário hipotético melhor que o real, e na prova seguinte isto se inverta, e continue se invertendo de um simulado para outro. Caso isto aconteça, pode ser que exista um fator de aleatoriedade muito grande no sistema (e você terá que usar o conceito do CICLO PDCA para descobrir!), ou que você esteja realizando os simulados de forma muito distinta, ou qualquer outra coisa. Para analisar e comprar de forma CONSISTENTE um simulado com outro, é preciso que você mantenha todas as demais variáveis CONSTANTES, a fim de entender o que é que está gerando oscilações. Este tipo de análise se chama TESTE DE ESTRESSE.

Caso você tenha alguma dúvida ou sugestão sobre este assunto, deixe uma mensagem pra gente na parte de comentários, logo abaixo.

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