quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Dicas de como fazer um bom simulado - Um Guia Completo - Parte 5

Olá Concurseiros da área Policial.

Parece que vem mesmo concurso pra Escrivão e/ou Agente da Polícia Federal em 2017. Hora de pisar fundo no acelerador!


E dando continuidade às nossas dicas para quem está estudando para concursos da área policial, continuaremos a falar sobre a prática de simulados da prova escrita, com dicas e técnicas que vão te fazer extrair o seu maior potencial dessa importante ferramenta. 

Hoje, apresentaremos a PARTE 5 desta série. Esperamos que curtam o assunto, e caso tenham dúvidas ou comentários, deixem uma mensagem pra gente. 

Hoje falaremos sobre o tema "Que nota esperar"

O resultado que você deve esperar dos seus simulados vai depender muito do tempo de estudo que você já tem “nas costas”, ou seja, da sua bagagem como concurseiro. 

É bem possível que, se você estuda há pouquíssimo tempo, mas já faz simulados, que fique com uma nota em torno de ZERO pontos líquidos (ou algo variando entre -10 e +10). 

Se você acha isso pouco, ou acha um absurdo alguém tirar uma nota “tão baixa”, escute essa: caso você não saiba, se você pegar uma prova do tipo CESPE do tipo Certo/Errado com 120 questões, naquele esquema em que uma questão errada anula uma certa, e CHUTAR todas as questões aleatoriamente, a probabilidade da sua nota ficar entre -32 e +32 é de 99,76%, ou seja, quase 100%.

Ou seja, por exclusão, a probabilidade de você chutar todas as questões aleatoriamente e conseguir tirar mais de 32 pontos é de 0,12% (uma chance a cada 817). 

Pra conseguir tirar mais de 40 pontos líquidos chutando todas as questões a probabilidade cai para 0,0079% (uma chance em 12.655). 

Se considerarmos que nas últimas provas da PF tivemos um total em cada uma delas de aproximadamente 80 mil inscritos, se todos os candidatos chutassem todas as questões, apenas 6 deles tirariam nota superior a 40

E essa probabilidade vai caindo exponencialmente conforme você vai aumentando a pontuação, o que faz com que a chance de alguém tirar mais de 50 pontos numa prova CESPE da Polícia Federal chutando todas as questões ao acaso é um número muito pequeno, muito próximo de ZERO

E como geralmente (ultimamente) a nota de corte de uma prova da PF fica em algo em torno de 70 pontos líquidos (não estou considerando aqui Agente ou Escrivão, estou falando genericamente), a probabilidade de você conseguir tirar “na sorte” (chutando todas as questões) uma nota superior a esta é um número tão pequeno que meu cálculo feito no MS Excel gerou um valor realmente tão próximo de 0 (ZERO), que o valor retornado arredondou a zero, ou seja, é ZERO mesmo. 

Ou seja, é impossível passar na prova da PF chutando todas as questões da prova. 

Isso se dá pela característica “uma errada anula uma certa”, e pela consequente distribuição probabilística (distribuição normal) dos resultados em torno da nota líquida ZERO

Mas enfim, não sei se você está entendendo essa matemática toda, mas a mensagem que eu queria passar é: que tanto probabilisticamente quanto conscientemente, a dificuldade de tirar uma nota cada vez mais alta vai crescendo exponencialmente, de maneira que evoluir de 10 pontos líquidos para 20 pontos líquidos é muito mais fácil do que subir de 20 pontos líquidos para 30 pontos líquidos. Por consequência, aumentar sua nota de 20 pontos líquidos para 30 pontos líquidos é muito mais fácil do que aumentar de 30 pontos líquidos para 40 pontos líquidos... E por aí vai. 

Isso significa que se você tirou ZERO pontos líquidos no seu primeiro simulado da vida, essa não chega a ser uma nota tão ruim, sobretudo se estiver começando a estudar agora

Você verá que em alguns meses de estudo provavelmente conseguirá subir a nota de ZERO para 10 pontos líquidos positivos com alguns pequenos ajustes na maneira de fazer a prova e com um pouco mais de bagagem de estudo. Só que depois disso, para subir de 10 pontos líquidos para 20 pontos líquidos ficará um pouco mais difícil (pois cada ponto extra mais acima da escala é mais difícil de obter). E para subir mais 10 pontos líquidos, ou seja, de 20 pontos líquidos para 30 pontos líquidos, também será bem mais difícil do que obter os 10 pontos adicionais anteriores... Acho que você entendeu a ideia! 

A maioria dos concurseiros que estudam para a Polícia Federal conseguem obter 30-40 pontos líquidos nos simulados aproximadamente nos 6 primeiros meses de estudo (claro que isso vai depender muito da intensidade do seu estudo, da quantidade de horas que se dedica, do rendimento do seu estudo, da forma como estuda, etc). Mas depois, para sair desse patamar, e subir mais a nota, cada ponto extra depende de um tempo muito maior de estudo que antes. 

Eu mesmo quando prestei concurso pra PF fiz a prova de Agente de Polícia Federal de 2012 e tinha apenas 3 meses de estudo, e fiz 51 pontos. Na época pensei: “caramba, que nota alta, fiquei muito próximo da nota de corte, só uns 15 pontos” (na verdade eu não me lembro agora qual foi a nota de corte mas deve ter sido algo entre 60 e 70 pontos). 

Mas veja que falácia, eu tinha tirado 51 pontos, e estava a cerca de 15 pontos da nota de corte, só que nesses 15 pontos, que eu achava que eram pouquíssimos, estavam talvez dezenas de milhares de pessoas na minha frente

E para obter esses 15 pontos líquidos adicionais não bastariam mais 3 meses de estudo, porque esses 15 pontos extras sempre são muito mais “suados” dos que os 51 primeiros que eu já tinha obtido... ou seja, o chamado “ganho marginal” que você obtém nas notas dos simulados ao longo do tempo vai decaindo ao longo do tempo. 

Se eu tinha conseguido obter 51 pontos líquidos numa prova CESPE da PF com apenas 3 meses de estudo, precisaria de pelo menos mais 1 ano (veja, isso dá 4 vezes o tempo) para obter essa pontuação adicional que me faria estar dentro das vagas. 

Então, quando você pensar “que nota eu almejo tirar” quando for fazer um simulado, leve em consideração o tempo que você já tem de estudo e a experiência que você já tem em simulados (leia-se: a quantidade de simulados que você já fez e a quantidade de vezes que já aplicou as técnicas de melhoria contínua para fazer cada vez mais um simulado melhor -- veja as postagens anteriores da série, sobre o tema). 

Se estiver bem no início da sua jornada de simulados, sua pontuação líquida vai oscilar entre -10 e +10 mais ou menos. Com um pouco mais de tempo de estudo e experiência em simulados, digamos, 6 meses, objetive atingir uma pontuação líquida entre 20 e 40. Em torno de um ano de estudo e simulados, sua pontuação já poderá estar beirando 50 a 60 pontos líquidos

E após isso? “Só Deus sabe”, pois dependerá muito da aplicação das suas técnicas de qualidade e melhoria contínua, pois como falei anteriormente, os pontos mais altos são muito mais difíceis de serem obtidos que os pontos mais baixos. 

Um concurseiro já bem cascudo e experiente consegue tirar entre 70 e 80 pontos líquidos num simulado. Mas agora aprenda o mais importante de tudo: uma única nota de simulado é apenas um ponto isolado da curva. O que você deve fazer: anotar a pontuação líquida de TODOS os simulados que fizer, desde o primeiro deles, e ir fazendo um gráfico com essas notas. 

O que você vai notar é que sua nota sempre oscila para cima e para baixo, simulado após simulado. Ninguém consegue melhorar a nota SEMPRE, ou seja, tirar sempre uma nota melhor no simulado seguinte que faz. 

Por que isso? Tem dias que estamos mal, tem dias que o simulado vem mais difícil que o outro, e tem dia que cai no simulado uma matéria que a gente não estudou ainda ou não revisou muito bem. Isso faz com que a pontuação líquida do simulado oscile para cima e para baixo. 

Mas como saber se você está melhorando ou piorando, se a nota está sempre subindo e descendo? É por isso que eu recomendo que você faça um gráfico com suas notas, porque mesmo que elas estejam oscilando “igual a um eletrocardiograma”, talvez elas estejam seguindo alguma tendência, e é isso que você precisa analisar. 

Se você notar que suas notas no simulado sobem e descem (o que é normal!), mas no entanto elas estão sempre variando dentro de uma mesma faixa/patamar, e não ultrapassam aquele patamar de jeito nenhum, talvez você tenha um problema!

Mas caso elas estejam oscilando, no entanto mostrem que seguem uma tendência de SUBIDA, isso é uma boa coisa!

Em suma: o que você precisa ver no visualmente no gráfico é se há uma tendência de estagnação ou tendência de subida

Você tem que pensar na sua pontuação dos simulados como “pontos de uma reta”, e o seu objetivo é fazer com que essa curva seja ascendente. 

Sempre falo para meus alunos (Coachees) que interessa MENOS a nota que você tirou do que a TENDÊNCIA da curva das suas notas. 

Pense comigo, o que você acha melhor: alguém que tirou 40 no último simulado e que possui as notas 5, 10, 20, 30, 35 nos últimos 5 simulados anteriores, ou alguém que tirou 45 no último simulado e que possui as notas 46, 44, 42, 45 e 44 nos últimos 5 simulados anteriores? 

Nota-se que o primeiro aluno está com uma tendência de subida (mostra que está estudando corretamente e indo no caminho correto) e o segundo aluno de fato encontra-se num nível geral melhor que o primeiro, porém estagnado no estudo há alguns simulados. A tendência da curva do primeiro aluno mostra que em breve ele ultrapassará o segundo aluno. 

Então, quando você for estabelecer a nota que você quer tirar num simulado, pense em todas essas coisas. 

Bem, por hoje é só. Esperamos que tenham gostado de mais uma parte desta série sobre simulados. E para maiores informações sobre COACHING relacionado a este e outros temas relacionados ao processo de preparação para concursos públicos da área policial, entre em contato com os Coaches do Grupo Missão Federal através da fan page no Facebook (https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/) ou através do email: coachingmissaofederal@gmail.com



ATENÇÃO - TERMOS E CONDIÇÕES (DISCLAIMER) 

Este texto foi redigido pelos COACHES do Grupo de Estudos MISSÃO FEDERAL. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS (C). A divulgação do conteúdo aqui apresentado tem pré-autorização dos autores para compartilhamento ou divulgação em outros meios desde que citado o AUTOR (“GRUPO DE ESTUDOS MISSÃO FEDERAL”), bem como a FONTE (com menção expressa do link da Fan Page no Facebook - "https://www.facebook.com/MissaoFederalMF/" - e do link permanente para acesso ao conteúdo original aqui neste blog) e este AVISO (que é parte integrante do texto). Em caso de dúvida, entre em contato conosco previamente através do email coachingmissaofederal@gmail.com. Casos de abuso serão resolvidos na esfera jurídica aplicável, de acordo com a lei.

3 comentários:

  1. Ola Pessoal. Parabéns pelo blog.É necessário ser muito bom digitador para o cargo? Pergunto porque normalmente o delegado faz as perguntas e o escrivão digita. é isso?

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    1. Souza, não precisa ser um "excelente" digitador não. Basta saber digitar normalmente. Eu mesmo vi vários "cata-milho" no dia da prova que foram aprovados. Fique tranquilo quanto a isso!

      Em relação à segunda parte da pergunta, quanto ao delegado fazer as perguntas e o Escrivão digitar, isso depende muito do delegado.

      Na PF, pelo menos, tem uns que preferem eles mesmos digitar o texto das declarações/depoimentos, porque fica muito mais ágil, e além disso libera o Escrivão para realizar outras atividades de polícia judiciária em paralelo.

      Os delegados mais antigos, que estão acostumados a uma polícia mais tradicional (leia-se: arcaica), inclusive quando poucos sabiam digitar numa máquina de escrever, preferem ir ditando o texto verbalmente para que o Escrivão reduza a termo.

      Inclusive existem aplicativos/softwares que simulam provas práticas de digitação, e custam muito pouco. Procure no google que você vai encontrar vários. Na época da prova prática você poderá treinar nesses aplicativos.

      Abraco,
      Equipe MF

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    2. Obrigado pessoal. Quando fui aprovado na JF no cargo para técnico judiciário, havia prova de digitação. Se o nível de exigência for parecido creio que não haverá problemas. Mas o negocio é estudar para a objetiva e redação primeiro (rs). Abraço equipe MF.

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